- Livrai-me de Heitor Casanova... Amém – ele começou a rir – Me chupa! – o tom foi sério.- Idiota! – empurrei-o para o banheiro – Só quando você merecer. E você merece... Ah, se merece. – falei em voz alta, observando-o andando praticamente nu, não conseguindo traçar uma linha reta com os pés.O banheiro era tão grande quanto o quarto.- Caralho, por que um banheiro tão grande? – me dirigi ao box, ligando o chuveiro enquanto ele apertava o botão da banheira, que começava a encher – Duvido que teria vapor aqui se eu tomasse banho – ri – Você não teria sauna gratuita comigo, desclassificado.Ele entrou na banheira, ignorando o chuveiro com água gelada que eu tinha acabado de ligar.Ficamos nos olhando, cada um num canto, como se não pudéssemos nos aproximar, sabendo no que aquilo poderia acabar em sexo.Senti meu coração acelerar imediatamente quanto ele jogou a cueca molhada na minha direção. “Maria Lua, seu pai é um tarado, desclassificado”, pensei.- Venha. – Ele ordenou.- Não. – f
Heitor abriu os olhos e me encarou, sem pressa, fazendo com que cada minuto parecesse durar uma hora:- Pode... – disse com a voz fraca.Me aproximei dele, devagar, sabendo que talvez fosse o último beijo, a última vez, como sempre eram nossos encontros: uma incógnita, uma mistura de emoções e sentimentos sempre à flor da pele... Então cada segundo precisava ser bem aproveitado.Ajoelhei-me e toquei seu pescoço, sentindo-o estremecer sob o meu toque. Sorri e levei meus lábios aos dele, fechando os olhos e deixando o momento me levar para o céu, que era como eu me sentia quando estava ao lado dele.Os lábios de Heitor envolveram os meus, gentilmente, sugando-os. Senti suas mãos descendo pelas minhas costas escorregadias com a espuma e fiquei completamente excitada.Aquele beijo parecia um castigo, sem que eu pudesse sentir a língua dele, como se quisesse
Ele sentou sobre a cama, curioso, os olhos me seguindo.- Nós vamos fazer um jogo – falei – Eu faço uma pergunta e cada resposta que você der, se for sincera e de acordo com o que eu quero saber, tiro uma peça de roupa... E danço para você.- Quem disse que eu quero que você dance para mim, desclassificada?- Eu digo! – apontei para ele – Ninguém deixa de ter sentimentos profundos tão rápido assim, porra! – senti um nó na garganta e uma dor no peito, ao imaginar que ele pudesse não sentir mais nada por mim, sendo que disse que me amava pouco tempo atrás, no elevador. Ele me deixava confusa.- Você deixou de ter. – ele falou com a voz fraca.- Não, eu não deixei. Não é possível... E se você conseguiu esquecer, não foi de verdade. – Afirmei.- Me fez passar vexam
Senti meu corpo amolecer:- Preciso de colherinha – Falei, sem querer.- Tenho várias... Mas minhas mãos podem fazer isso também – me encarou. – Retire a calcinha e derreta nos meus braços, Bárbara Novaes.- Espera... Quarta pergunta... – falei, com dificuldade.- Eram três.- Eu não cumpro combinados.- E eu não sei disto? – Riu.- Você está bêbado?- Não muito... – Confessou.O empurrei em direção a cama, enquanto ele caiu sentado.- As respostas não eram exatamente o que eu esperava... Mas me pareceram sinceras.- Fui sincero, mesmo com as suas perguntas sendo as mais loucas que já me fizeram na vida.- Vou dançar para você... De calcinha... No pau do pole dance. – disse, colocando a música novamente.Os olhos dele n&atild
Deixei uma lágrima escorrer, limpando-a imediatamente:- Não posso dizer que está errado. Eu sei o que quero, mas não sei se posso ou devo... Eu me boicoto, com medo do futuro. A dor do passado vem sempre me surpreender, quando penso que está tudo bem. Parece que preciso me punir para sempre, entende? Por ter sido tão idiota, tão burra... Ao mesmo tempo que o medo de acontecer novamente me assola mais do que qualquer outra coisa.- Eu não sou ele – pegou minha mão, estendo meu braço totalmente sobre a cama, enquanto os dedos passavam levemente sobre a pele, que ficava arrepiada ao seu toque.- Diga isso para a minha mente, para todos os meus medos... Foram oito anos... Não oito meses, nem oito dias... Eu fui injusta com você com relação a sentimentos, desde sempre.Ele arqueou a sobrancelha:- Jura? Pode ser mais clara?- Eu não quer
Fui juntando minha roupa, sentindo tristeza e ao mesmo tempo raiva.- Eu dei uma chance para o que eu estava sentindo e você destruiu tudo – ele disse – Esta porra de amor não existe. Escrevi o que eu realmente sentia naquela mensagem.- Não tenho dúvidas... Desde a parte que fui só mais uma que passou pela sua cama. – Ri, amargamente, enquanto colocava a blusa.Fui pegar a calcinha, que ele passou a mão nela rapidamente, antes de mim. O encarei, com a mão na direção dele:- Me devolva!- Nem pensar. É a quinta. – Arqueou a sobrancelha divertidamente.- Vai queimar ou jogar fora junto com as outras? – tentei pegar, mas ele levantou o braço com ela em sua posse, não me dando a chance.- Não precisa da porra da minha calcinha. – Gritei, furiosa, pulando com as mãos tentando alcançar enquanto ele ria
Anon quis me levar em casa e não aceitei. Ele insistiu e então eu o deixei esperar comigo até meu táxi chegar.- O senhor Casanova vai me matar quando souber que deixei a senhora ir sozinha.- Mande o senhor Casanova a puta que pariu.Ele riu e comecei a rir também, batendo no ombro dele:- Ah, Anon, eu gosto de você.- Também gosto de você, senhora Bongiove.- Obrigada por não ter me falado sobre Cindy. Agora sei que não queria me magoar.Ele não disse nada. Quando o carro parou, perguntei, antes de embarcar:- Pode me dizer uma coisa?- Claro, senhora Bongiove.- Prefere eu ou Cindy?- A senhora. – Ele respondeu sem pensar duas vezes.- Eu sabia! – vibrei.Na semana que passou, Heitor me ligou duas vezes, mas eu não atendi. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que procurá-lo
- Será que você não entende? Além de toda minha confusão com relação a tudo que está acontecendo, você vem me trazer mais problemas, quando na verdade deveria ajudar? Ah, eu não quero mais você nesta casa, nem na vida da minha filha.Ele riu, com escárnio:- “Sua” filha?- Minha... Sim, minha. Sou eu quem cuido dela. Salma se foi e você sabe muito bem a relação que tínhamos.- Ainda assim ela nunca será “sua”.Senti uma lágrima escorrer pelo meu olho direito, limpando-a com força:- De tudo que você pode falar para me atingir, tocar no nome dela é a pior forma. Se soubesse o que sinto por esta criança, jamais me feriria desta forma.- Chega de ser bonzinho com você, Babi.- Algum dia você foi?- Acredite, eu fui.Ele virou as costas