- E vou continuar tentando levá-la para a North B. Não vou desistir de você, Bárbara.
- Para ser a sua secretária e andar quase sem roupa me oferecendo para você? – gargalhei. – Não me confunda com as suas vagabundas.
- Bárbara... – ele mordeu o lóbulo da minha orelha.
Senti sua língua na parte sensível da minha orelha e me arrepiei. Depois passei meus braços sobre seu pescoço e o beijei como se o mundo fosse acabar em cinco minutos e só houvesse nós dois. Quando acabei, o afastei do meu corpo e disse:
- Mande o elevador descer. Quero ir embora.
- Está louca, Bárbara?
- Agora! – ordenei, com firmeza, o encarando friamente.
Ele não contestou. Ligou para alguém e em minutos o elevador desceu.
Assim que chegamos no térreo, saí, me sentindo um pouco tonta e ele me s
Assim que cheguei na minha sala na Perroni naquela manhã, Sebastian me esperava com um café puro, sem açúcar, como já sabia que eu gostava.- Hum... O que você quer de mim, Sebastian? – peguei o copo desconfiada, enquanto tomava um gole do café.- Como você é desconfiada, Babi. Não acha que as pessoas podem querer agradá-la sem querer nada em troca?- Estou tentando acreditar nas pessoas, Sebastian. Mas tive um passado que me mostrou o contrário e por isso é um pouco difícil.- As pessoas são diferentes umas das outras, Babi. E essa é parte boa da vida... Conhecê-las... E aceitá-las, do jeito que são.- Por isso que você aceita tão bem Heitor Casanova, com todos os defeitos dele? – ironizei.- É impressão minha ou sempre nossa conversa tem que girar em torno dele?- Claro que não. – dei de ombros e sentei, fingindo desinteresse.- Meu assunto com Heitor é diferente. Ele nasceu mau caráter e nada vai mudar isso.- Pelo visto o que houve entre vocês no passado foi bem terrível.- Não qu
Confesso que me senti um pouco enciumada sabendo que uma garota foi motivo de disputa e inimizade entre eles, mesmo depois de tanto tempo... Porque os dois eram importantes para mim.Liguei para as responsáveis pelas entrevistas e combinei que a partir das 13 horas eu participaria do processo, junto delas, já que Sebastian havia me dado carta branca.Pedi o almoço na empresa naquele dia, para não precisar sair. Não tinha nem coragem de olhar para o edifício na North B. porque bastava me lembrar de Heitor e minha cabeça ficava completamente confusa e em transe.Só de pensar nele eu já ficava com a pele eriçada e sentia o fogo subindo à minha face. Ainda sentia o corpo dele no meu... Ouvia o som do pau dele entrando e saindo com força de dentro mim... E imaginava o que ele poderia ter feito com a minha calcinha.Logo chegou o horário combinado e me encaminhei para o setor de entrevistas. Eu sabia que o próprio Sebastian gostava de analisar os candidatos também, mas sabendo que era para
- Celine Casanova.Peguei minha bolsa e saí correndo dali, cega de raiva, em direção à Mansão Casanova.Agora eu andava de táxi, para evitar o risco de cruzar com Daniel se chamasse um motorista de aplicativo. Eu até o considerava um homem legal, até a conversa que tivemos depois que o vi com Salma na sala.Eu era o tipo de pessoa que tive poucas experiências com homens. Mas o suficiente para reconhecer os mau caráter de longe. Claro que não era tão rápido, ou certamente eu não teria ido ao Motel com o ladrão de bolsas. Mas a mínima atitude me levava a comparação com Jardel, que era o pior tipo de homem que podia existir.Claro que tinha os tipos “Heitor Casanova”... Desclassificado gostoso, implorando por ser “domado”, exalando masculinidade e molhando calcinhas de mulheres inocentes, como eu, por onde passava.O desgraçado fez eu perder minha segunda virgindade. E nem doeu, mesmo com a endometriose. Aliás, não doeu nem como a primeira vez, com o insensível do Jardel.Pensando em Hei
Virei para Celine Casanova e disse:- Olá, Celine.- Senhora Casanova, por favor.- Pois então, “Celine”. Fico feliz que tenha vindo me receber.- O que você faz aqui?- Hum, você lembra de mim? Achei que não lembrasse mais, afinal... Faz tempo, foi rápido... Meu rosto é tão comum...- Não tanto.- Fico feliz em saber.- O que quer? Eu não tenho tempo sobrando para perder com você.- Jura? Como é hipócrita em falar isso.- Quem é você para me chamar de hipócrita na minha própria casa? – mesmo furiosa, ela não alterou o tom de voz.- Não tem tempo para perder comigo, mas se prestou a pagar alguém para acabar com minha reputação no teste de seleção da North B.?Ela ficou alguns segundos em silêncio antes de responder:- Não sei do que você está falando.- Não mesmo? O rapaz, coincidentemente depois de ter roubado minha ideia na apresentação para Heitor, hoje apareceu para fazer uma entrevista no local onde trabalho. E adivinha quem estava entrevistando-o? Eu. – levantei os ombros e sorr
- Eu... Acho que seria melhor você perguntar a ela. – respondi.- Acha que ela me responderia a verdade? – me olhou seriamente.Meu Deus... O que eu estou fazendo aqui, conversando civilizadamente com a noiva de Heitor Casanova? Eu não preciso passar por isso. Eu “não quero” passar por isso.- É sua mãe. Quem tem que saber é você.- Eu sou Milena Bayard. – ela estendeu a mão para mim. – Acho que não nos apresentamos direito naquela noite.Apertei a mão dela, que estava gelada. Fiquei imaginando se a minha também estava assim.“Oi, Milena, queria dizer que eu transei com seu noivo no elevador dia destes. Desculpe a sinceridade, mas foi a melhor foda da minha vida. Aliás, quantas vezes vocês fazem sexo por dia, ou por semana? Sabe que além de ter dormido comigo, há sérias probabilidades de ele ter uma amante fixa, que se chama Cindy? E pelo que sei, sua mãe sabe sobre isso. Você também sabe e aceita? Você é legal assim com todas as mulheres que dormem com Heitor? Me desculpe... Eu não v
Os dois riram e eu fiquei séria. Não duvidava de que realmente ela me jogasse pelos degraus. Será que eles achavam que não?- Eu... Vou indo. Fique à vontade, Bárbara. Foi um prazer conversar melhor com você. E entendi agora porque Heitor... Como posso dizer... Fala tanto em você. – Piscou.Engoli em seco novamente. Pai do céu, olhe por mim! Estou completamente fodida. Fico feliz por Heitor contar a toda família que existe uma Bárbara Novaes que chama a sua atenção? Ou devo pensar que a noiva dele quer a minha cabeça numa bandeja de ouro e tudo isso não passa de uma armadilha?E se me matarem aqui e enterrarem debaixo de uma árvore? Jamais vão achar meu corpo. Ben e Salma vão procurar e jamais encontrarão meus restos mortais. E o pior: ninguém será preso, porque nunca alguém pensará que os Casanova me mataram.Acenei para Milena, que antes de descer a escada, disse:- Podemos marcar um café para qualquer dia. O que acha?- Sim... Claro.Ouvi o som dos saltos dela enquanto descia. Olhe
Assim que abri a porta do meu apartamento, encontrei Daniel e Salma aos amassos no sofá.Fiquei incerta sobre fingir que não vi nada e seguir ou parar e cumprimentar, fingindo que Daniel não era o otário que eu descobri.Afinal, complicado falar para minha melhor amiga que o homem que ela estava interessado, o que era raríssimo de acontecer com ela, era um imbecil e talvez estivesse usando-a para ficar ao meu lado. Por mais que ela me conhecesse, acharia, no mínimo, que eu estava sendo uma convencida e invejando o boy dela.- Oi... – Falei, tentando fingir que estava tudo bem.- Babi? – Salma levantou do sofá, com a boca borrada de batom.- Oi gente.Daniel sentou e imediatamente olhei para sua calça. Lembrei da situação da outra vez. Mas estava tudo no lugar... Nada apontando na minha direção.- Veio... Mais cedo? – Salma perguntou.<
Embora eu quisesse muito acreditar que aquilo era verdade, não conseguia. Estava feliz, mas ao mesmo tempo não via futuro nesta relação. Ele não era irônico, mas não me dizia o que eu queria ouvir: que deixaria todas por mim.- Heitor, eu já passei por um relacionamento conturbado no passado. Sofri e fui traída. Jamais entraria neste barco furado de novo.- Jogamos o barco furado fora. Eu posso comprar um novo, Bárbara... Só para nós dois. - E jogamos quem está sobrando ao mar?- Se você desejar, sim.Não, aquilo era demais para uma mulher que nunca foi amada de verdade... E que talvez nunca tenha conhecido o amor de uma forma que não fosse a dolorida. Meu relacionamento com Jardel me trouxe tantas marcas... E um coração partido. E agora eu tentava juntar os pedacinhos com o CEO que tinha d