- Celine Casanova.Peguei minha bolsa e saí correndo dali, cega de raiva, em direção à Mansão Casanova.Agora eu andava de táxi, para evitar o risco de cruzar com Daniel se chamasse um motorista de aplicativo. Eu até o considerava um homem legal, até a conversa que tivemos depois que o vi com Salma na sala.Eu era o tipo de pessoa que tive poucas experiências com homens. Mas o suficiente para reconhecer os mau caráter de longe. Claro que não era tão rápido, ou certamente eu não teria ido ao Motel com o ladrão de bolsas. Mas a mínima atitude me levava a comparação com Jardel, que era o pior tipo de homem que podia existir.Claro que tinha os tipos “Heitor Casanova”... Desclassificado gostoso, implorando por ser “domado”, exalando masculinidade e molhando calcinhas de mulheres inocentes, como eu, por onde passava.O desgraçado fez eu perder minha segunda virgindade. E nem doeu, mesmo com a endometriose. Aliás, não doeu nem como a primeira vez, com o insensível do Jardel.Pensando em Hei
Virei para Celine Casanova e disse:- Olá, Celine.- Senhora Casanova, por favor.- Pois então, “Celine”. Fico feliz que tenha vindo me receber.- O que você faz aqui?- Hum, você lembra de mim? Achei que não lembrasse mais, afinal... Faz tempo, foi rápido... Meu rosto é tão comum...- Não tanto.- Fico feliz em saber.- O que quer? Eu não tenho tempo sobrando para perder com você.- Jura? Como é hipócrita em falar isso.- Quem é você para me chamar de hipócrita na minha própria casa? – mesmo furiosa, ela não alterou o tom de voz.- Não tem tempo para perder comigo, mas se prestou a pagar alguém para acabar com minha reputação no teste de seleção da North B.?Ela ficou alguns segundos em silêncio antes de responder:- Não sei do que você está falando.- Não mesmo? O rapaz, coincidentemente depois de ter roubado minha ideia na apresentação para Heitor, hoje apareceu para fazer uma entrevista no local onde trabalho. E adivinha quem estava entrevistando-o? Eu. – levantei os ombros e sorr
- Eu... Acho que seria melhor você perguntar a ela. – respondi.- Acha que ela me responderia a verdade? – me olhou seriamente.Meu Deus... O que eu estou fazendo aqui, conversando civilizadamente com a noiva de Heitor Casanova? Eu não preciso passar por isso. Eu “não quero” passar por isso.- É sua mãe. Quem tem que saber é você.- Eu sou Milena Bayard. – ela estendeu a mão para mim. – Acho que não nos apresentamos direito naquela noite.Apertei a mão dela, que estava gelada. Fiquei imaginando se a minha também estava assim.“Oi, Milena, queria dizer que eu transei com seu noivo no elevador dia destes. Desculpe a sinceridade, mas foi a melhor foda da minha vida. Aliás, quantas vezes vocês fazem sexo por dia, ou por semana? Sabe que além de ter dormido comigo, há sérias probabilidades de ele ter uma amante fixa, que se chama Cindy? E pelo que sei, sua mãe sabe sobre isso. Você também sabe e aceita? Você é legal assim com todas as mulheres que dormem com Heitor? Me desculpe... Eu não v
Os dois riram e eu fiquei séria. Não duvidava de que realmente ela me jogasse pelos degraus. Será que eles achavam que não?- Eu... Vou indo. Fique à vontade, Bárbara. Foi um prazer conversar melhor com você. E entendi agora porque Heitor... Como posso dizer... Fala tanto em você. – Piscou.Engoli em seco novamente. Pai do céu, olhe por mim! Estou completamente fodida. Fico feliz por Heitor contar a toda família que existe uma Bárbara Novaes que chama a sua atenção? Ou devo pensar que a noiva dele quer a minha cabeça numa bandeja de ouro e tudo isso não passa de uma armadilha?E se me matarem aqui e enterrarem debaixo de uma árvore? Jamais vão achar meu corpo. Ben e Salma vão procurar e jamais encontrarão meus restos mortais. E o pior: ninguém será preso, porque nunca alguém pensará que os Casanova me mataram.Acenei para Milena, que antes de descer a escada, disse:- Podemos marcar um café para qualquer dia. O que acha?- Sim... Claro.Ouvi o som dos saltos dela enquanto descia. Olhe
Assim que abri a porta do meu apartamento, encontrei Daniel e Salma aos amassos no sofá.Fiquei incerta sobre fingir que não vi nada e seguir ou parar e cumprimentar, fingindo que Daniel não era o otário que eu descobri.Afinal, complicado falar para minha melhor amiga que o homem que ela estava interessado, o que era raríssimo de acontecer com ela, era um imbecil e talvez estivesse usando-a para ficar ao meu lado. Por mais que ela me conhecesse, acharia, no mínimo, que eu estava sendo uma convencida e invejando o boy dela.- Oi... – Falei, tentando fingir que estava tudo bem.- Babi? – Salma levantou do sofá, com a boca borrada de batom.- Oi gente.Daniel sentou e imediatamente olhei para sua calça. Lembrei da situação da outra vez. Mas estava tudo no lugar... Nada apontando na minha direção.- Veio... Mais cedo? – Salma perguntou.<
Embora eu quisesse muito acreditar que aquilo era verdade, não conseguia. Estava feliz, mas ao mesmo tempo não via futuro nesta relação. Ele não era irônico, mas não me dizia o que eu queria ouvir: que deixaria todas por mim.- Heitor, eu já passei por um relacionamento conturbado no passado. Sofri e fui traída. Jamais entraria neste barco furado de novo.- Jogamos o barco furado fora. Eu posso comprar um novo, Bárbara... Só para nós dois. - E jogamos quem está sobrando ao mar?- Se você desejar, sim.Não, aquilo era demais para uma mulher que nunca foi amada de verdade... E que talvez nunca tenha conhecido o amor de uma forma que não fosse a dolorida. Meu relacionamento com Jardel me trouxe tantas marcas... E um coração partido. E agora eu tentava juntar os pedacinhos com o CEO que tinha d
Salma sentou na cama:- Me desculpe por ter falado sobre você e Heitor para Daniel.- Tudo bem. Eu só... Não quero que ninguém saiba, além de vocês dois.- Eu vou respeitar seu desejo, assim como você respeitou o meu de não vê-lo na nossa casa aquela noite. – ela tocou meu rosto, carinhosamente.- Onde está Daniel? – Ben perguntou.- Eu o dispensei.- Dispensou? – perguntei.- Mandei ele embora. Porque eu sabia que tinha acontecido alguma coisa com Ben. Ele nunca chega em casa deste jeito... Quieto.Ben sorriu:- Isso é que é estranho, meus amores. Eu era para estar gritando agora. E simplesmente não consigo. Estou completamente travado. Meu coração está estranho, meu corpo não me obedece. Eu posso ter vindo sorrindo desde o Motel até aqui, entendem?- Sim. – nós
- Agora eu entendo seu medo de fazer sexo por fazer. Mas pense, se você não se apaixonar, não fará sexo? Se não fosse nossa insistência e o pagamento do garoto de programa, você sequer saberia o que é sexo oral. – Salma disse.- A questão é: eu não sei se sou o tipo de pessoa que faria sexo por fazer. Talvez o que houve no passado com Jardel tenha me trazido consequências e medo... Mas hoje eu sei que é possível ter um tipo de prazer inimaginável durante o ato e a finalização do sexo. Com Heitor eu senti algo que jamais imaginei e...- Ei, você transou com Heitor? – Salma me olhou, aturdida.Olhei para ela, sem dizer nada.- Meu Deus... – ela levantou. – Por que você não me contou? Qual o problema em eu saber? – olhou para Ben. – Você sabia?Ele assentiu, com a cabeça.