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A gente mira e nem sempre acerta o tiro (II)

- Eu? Mais uma vez meu cofrinho em seu benefício? Aproveitadora...

- Por que não dança na caixa de vidro? – Daniel me olhou seriamente.

- Eu? Eu...

“Babi, veeeeem”, Ben gritou do quarto.

Dei um beijo no rosto dele e disse:

- Preciso ir. Ben está querendo me contar da noite dele. E...

- Tudo bem. Boa noite, Babi.

- Salma, pode pagá-lo, por favor?

- Claro... Aproveitadora de amigas.

- Não vou aceitar, Salma, de jeito algum.

Saí dali e voltei para o quarto, ouvindo a discussão dos dois. Claro que foi planejado, embora eu realmente não tivesse dinheiro. Mas venderia o casaco do CEO e pagaria cada centavo para ela. A corrida dele, o aluguel. Enfim, tinha que ver quanto valia um blazer de marca no mercado negro.

- Vai contar para Salma? – Ben perguntou. – Afinal, é o chefe dela.

- Não sei nem se ela já falou com ele, na real.

- Claro que deve ter falado. É o dono da Babilônia.

Salma abriu a porta e colocou só a cabeça para dentro do quarto:

- Vou dormir.

- Está tudo bem? – perguntei.

- Sim.
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