Apesar da sensação de alívio nos ombros de Tyler, ele ainda não acredita totalmente em Violet. Seu senso de desconfiança apita ainda mais quando a jovem parece tão neutra, sentada na poltrona dele, ao lado do armário suspeito.O rapaz estende o braço, apertando o encosto da poltrona carmin, e se inclina para baixo, encostando sua testa na testa de Violet. Num tom de voz baixo, ele diz:—Quer enganar quem?Há um sorriso malicioso se espalhando pelos seus lábios e ele fecha os olhos em nome disso, sentindo sua natureza sombria se tornar cada vez mais evidente. Em contrapartida, Violet mantém seus olhos abertos encarando as pálpebras fechadas de Tyler. Ela sente o nervosismo se apoderar de si mesma novamente, como em minutos antes de ela ouvir seu nome explodindo no fundo da garganta de Tyler depois que o mesmo entrou no quarto, buscando por ela.Com a voz trêmula e já não podendo disfarçar, ela responde na entoação de quem acabou de ser pega:—Se já sabe o que eu vi então me explica o
Violet respira fundo e na sequência, ela e seu encorajamento perguntam para Tyler num tom de voz hesitante a vacilar:—Aquela cabeça... É real?—Como conseguiu abrir aquele armário? —Tyler puxa Violet pelo braço e se levanta junto com ela, puxando-a fortemente para o seu peito. Ele põe a mão nos cabelos dela, forçando-a a encostar a bochecha em seu peitoral.Pensando nas próximas palavras com cautela, Violet encosta a bochecha involuntariamente no peitoral de Tyler enquanto responde numa entoação um pouco menos amedrontada:—Estava aberta. Os olhos de Tyler se arregalam por um momento e, por mais que ele saiba que Violet não está lhe vendo, ele espreme os olhos ligeiramente enquanto se mantém calmo, controlando sua respiração. Com uma mão acariciando os cabelos de sua amada enquanto a outra se mantém firme nas costas dela, ele abre os olhos outra vez pronto para explicar... Por mais que saiba que não precisa.—Eu devo ter esquecido aberta... Porra... —Murmura a última palavra, dando
Uma conversa intensa e cheia de cautela.É assim que Violet e Tyler conseguem se entender outra vez e, apesar de estar descobrindo as farsas de seu namorado, a jovem Jacobs finalmente desperta, por mais que seu coração doa com cada verdade não dita por Tyler....Quando o fim de semana acaba, as aulas retornam. Violet agora está indo para o colégio junto com Tyler, e Tonny está prestes a retornar para a mansão Monron. Durante a manhã, o casal permanece no colégio enquanto o patriarca retorna para Manhattan, especificamente: a mansão Monron.—Glory, como foram as coisas aqui sem mim? —Pergunta Tonny enquanto os funcionários retiram suas malas do Cadilac preto.A governanta respira fundo e junta as mãos atrás do corpo, mantendo a postura ereta antes de falar num tom de voz suave:—Senhor, muitas mudanças aconteceram. Eu tenho que falar com o senhor. —Diz ela.Apesar do tom suave em sua voz, Tonny percebe a urgência de suas palavras e a
Enquanto Tonny conversa com Vivien, sobre Tyler, o mesmo recebe uma ligação de Glory durante a aula. Seu celular vibra dentro do bolso da calça, o obrigando a olhar disfarçadamente para a tela do celular. Ele bufa em silêncio ao ver o nome de "Glory" piscando na tela do celular e abaixa o aparelho. Ergue a mão, interrompendo a aula, e diz em voz alta, no entanto, suave:—Professora, a minha governanta está ligando e provavelmente é importante. Eu posso me retirar por um momento?Os alunos se entreolham com a menção incomum de uma governanta, mas a professora se obriga a permanecer profissional e não se abalar com a menção luxuosa de Tyler enquanto assente.O rapaz se vira para Violet e sussurra baixinho: —Se eu precisar voltar pra casa, você vai comigo, tudo bem?Violet assente e o observa se levantar rapidamente, saindo da sala ap
[Consultório psiquiátrico do Dr. Kim]Dr. Kim arruma os papeis entre as mãos, em um fecho, e o olha por cima dos óculos redondos. —Você não pensa em como viveria se estivesse na companhia de alguém, Tyler?O silêncio faz um zumbido ensurdecedor no ouvido de Kim, que luta para se manter profissional.Um suspiro.A promessa de uma resposta.—Eu não preciso de alguém ao meu lado, mas gostaria de fazer isso outra vez.O profissional espreme os lábios, contendo os pensamentos. Mesmo estando em horário de trabalho, ele encontra dificuldades para manter aquela consulta por mais cinco minutos restantes.—E se você perdesse um filho, e esse filho fosse o seu único?Tyler sustenta um sorriso de canto de boca, e ergue os olhos para Kim, concentrando-se ali por longos segundos fixos.—Eu faço outro. Os dois se encaram fixamente. Kim pode sentir a gota de suor deslizar pela espinha, sumindo ao longo do tecido da camisa branca. O despertador toca, indicando que aquela consulta havia chegado ao f
[Residência dos Benson]Acordando na cama de Cassandra, Violet rebusca pelas memórias do celular.Eu podia jurar que ele estava na bolsa... Pensa.Não conseguindo encontrar o aparelho, ela tropeça pelas peças de roupa espalhadas no chão do quarto.O barulho de tropeços constantes faz Cassandra despertar abruptamente.—Qual é o seu problema, Violet? Amiga, você não dorme mais? Quando eu te conheci, você dormia-—Eu estou procurando o meu celular! A minha mãe vai me matar!A preocupação da garota era racional: Vivian não interpretaria corretamente a perda do aparelho.Mal sabia Violet, que mais tarde, ela teria o seu celular novamente, e aquilo mudaria tudo....Enquanto a dona surtava, seu aparelho viajava por Manhattan, no banco de carona de um Audi prata recém polido.Parado em frente à residência dos Jacobs, Tyler segura o celular com firmeza. Calmo, tranquilo, ele planeja exatamente como será o seu comportamento, garantindo que consiga ser convidado à entrar, obtendo confiança.Um
Com um olhar profundo sobre Violet, Tyler só consegue pensar em uma coisa: Uma profunda vontade de mostrá-la como ele era de verdade. —Bom, fica decidido! Tyler, querido, você toma café da manhã com a gente. —Vivien o convida novamente, reafirmando sua preferência. —Bom, eu vou terminar de preparar as coisas. Violet, minha filha, faça companhia para o seu amigo. Eu não demoro.Com a saída de sua mãe, Violet sente a pressão de ficar sozinha com Tyler. Ela solta seu braço, percebendo que ficou tempo demais agarrando aquele local.—M-Me desculpe...—Tudo bem. —Ele sorrir, se ajeitando. —Eu não sei se acertei na manteiga, viu...—Ah, para! Nem era pra ter trazido. Ela troca alguns passos curtos pelo sofá e escorrega a mochila de seu ombro sobre o assento. Sentado ao lado dela, Tyler passa uma perna por cima da outra e estica um braço por cima do encosto. O seu corpo falava, embora seus lábios não dissessem o que ele queria. Violet junta as mãos sobre as pernas e desvia o olhar, fugind
Após aquela visita, Tyler voltou para casa, encarando a solidão. Apesar da presença de seu pai, estar sozinho era uma sensação frequente da qual ele desfrutava. Ele remaneja seus pensamentos na direção de Violet, tentando se ludibriar. Planeja sua morte, mas nada lhe funciona tão bem ao ponto de lhe puxar para cima.Agarrado ao ferro frio, o rapaz bonito e solitário encara os degraus, descendo as escadas. O espaço em seu coração fica um pouco mais vazio, formando um abismo entre sua humanidade e a criatura letal sendo contida dentro de si aos poucos.Na sala, seu pai conversa com alguém ao telefone. Parece inconformado. Teme por algo.Não se importa.Não o percebe.Tyler troca passos leves na direção da cozinha, adentrando ao local. O cheiro de suas panquecas preferidas lhe invade o estômago, mas não há fome para consumí-las.—Senhor Tyler! Bom dia. Eu lhe fiz suas panquecas favoritas, não quer comer?A empregada percebe o suspiro. Os ombros caídos sustentando os cotovelos que despen