Enquanto mãe e filha conversam na cozinha, Tyler atende a chamada em seu celular.É Tonny, e ele parece satisfeito com algo. Seu humor mudou durante aquela viagem, sendo vantajoso para Tyler.—Tyler?—Oi, pai. —Tyler umedece os lábios, passando o pé sobre a coxa. —O que houve?—Deu tudo certo por aqui, meu filho. Voltarei antes do previsto, então... Lhe conto tudo depois que voltar. —Ele anuncia sem muita empolgação. Ainda assim, parece mais feliz do que antes.—Tenho uma novidade para você... —Tyler sabe que irá provocá-lo, mas prossegue mesmo assim. —Lembra da senhorita Jacobs?—O que tem aquela moça, Tyler? Não vá me dizer que ela desapareceu...—Eu a pedi em namoro e ela aceitou. Agora, não preciso mais chamá-la de "senhorita Jacobs". Para mim, ela é apenas Violet. Suas palavras fazem Tonny suspirar contra o telefone, sendo audível para Tyler.—Não me diga que obrigou a moça-—Estou gostando dela de verdade. —Ele mente, mas Tonny o conhece. Apesar de nutrir esperanças em seu filh
Ao entrar em seu carro, Tyler acena para Violet e sobe o vidro, acelerando para longe dali. Ao fechar a porta, Violet cruza a sala em passos largos. O sorriso em seu rosto enfatiza a felicidade que está sentindo no peito. Ela se lembra perfeitamente dos detalhes do jovem enquanto a olhava com desejo. A maneira como Tyler mantinha o cabelo naturalmente loiro com um topete que insistia em cair sobre sua testa, mas mais cumprido em cima, como uma imperfeição que só o tornava ainda mais atraente, funcionando somente nele. Ela passa os dedos pelos lábios, se lembrando do quanto é bom ser beijada por ele. Sua cintura ainda sente os apertos dos braços fortes do jovem, lhe dizendo como ele agirá em momentos mais íntimos. Ela é jovem e está apaixonada. Nada mais perigoso do que isso para cair nas tentações de Tyler Monron....Por outro lado, o jovem problemático dirige á caminho de casa. Não, ele não irá para a mansão Monron: ele irá para a floresta onde os segredos são enterrados.Desviand
Em seu quarto, Tyler liga para um amigo da família. Andando de um lado para o outro, ele aguarda pacientemente o homem atender sua ligação:—Alô?—Nathan, é o Tyler. O filho de Tonny Monron, será que posso encontrar você pra a gente conversar?Tyler ouve o barulho de uma porta se fechando e o som acústico lhe soa agradável.—Claro, claro. Onde posse ver você? —Pergunta Nathan, sentando-se na poltrona de seu escritório.—Não sei, qual lugar seria seguro? É um assunto delicado. —Em meu escritório, o que me diz? Fica no centro de Manhattan, não muito longe da residência oficial dos Monron. —Ele brinca com o fato dos Monron terem várias residências luxuosas por New York.—Certo, certo. Vejo você em uma hora. —Afirma e encerra a ligação quase instantaneamente.Tyler atravessa seu quarto a passos largos, tirando as roupas durante o trajeto. Adentrando ao banheiro, o rapaz segue diretamente para o chuveiro e inicia um banho quente e rápido. Assim segue pelos próximos quinze minutos, até d
O jovem Monron dirige até o escritório de Nathan Spark e estaciona em frente ao prédio de três andares. Ele reconhece a fachada simples e rola os olhos para cima, desdenhando da estrutura. Adentrando ao edifício, ele é recepcionado pela atendente, que o libera para subir dois lances de escada. Tyler sobe tranquilamente, pensando no quanto quer encontrar John Jacobs. Seu desejo fixo se torna uma obsessão, e ele está disposto a pagar muito para que Nathan acelere o procedimento.Chegando ao terceiro andar, Tyler encontra uma porta de madeira robusta. Ele se aproxima e inspira fundo, controlando a afobação de sua respiração descompassada, e fecha o punho, batendo contra a porta. Ele se depara com a figura de baixa estatura. Seus olhos analisam a calvice precária do homem, e sua face cansada, e para intensificar a insalubridade de seu trabalho, as olheiras nos olhos revelam muitas noites sem dormir.É Nathan. Ele abre um pouco mais a porta e o encara, permitindo que o mesmo adentre ao s
O sábado acaba e na residência dos Monron, Tyler recebe seu pai de braços abertos. O interesse lhe cai sobre os ombros e se agarra á sua estrutura óssea. Na sala de estar, Tonny conhece Glória, a nova governanta. Ele vê o quanto Glória conquistou seu filho e se orgulha do ambiente pacífico em sua casa.Após conversarem, Tonny chama seu filho ao escritório. Eles adentram ao cômodo e Tyler fecha a porta ao passarem.—O que queria conversar comigo, que precisa ser no escritório? —O jovem Monron caminha em direção á cadeira e seu pai se senta de frente para ele. Tonny põe uma pasta sobre a mesa e se senta confortavelmente, reclinando-se em sua própria poltrona.—Meu filho, essa viagem me serviu para fechar muitos contratos, mas também me permitiu conhecer um pouco mais da nossa nova equipe. —Ele parece orgulhoso, mostrando a papelada para Tyler. —No entanto, não chamei você ao escritório para falar sobre os negócios da família.Tyler bufa impaciente, olhando fixamente para a papelada. Se
O domingo chega, e com ele, suas frustrações. Tyler se arruma e se prepara pelas primeiras horas da manhã. Está impecável, ele não erra. Passa em frente aos espelhos de seu closet e sorrir para seu próprio reflexo, admirando a beleza inabalável de um Monron.Ele cruza o quarto e deixa o cômodo, seguindo pelo corredor. Seus passos largos perdem a velocidade quando o celular vibra em seu bolso, anunciando uma nova notificação. Ele retira o aparelho do bolso e analisa a mensagem.Violet... "Oii Tyler, bom dia! A minha mãe mandou perguntar se você vai realmente querer ir à missa conosco."Ele sorrir para a tela do celular e responde a mensagem:"Com certeza. Estou indo tomar café da manhã para poder sair. Não saia sem mim. Eu não demoro"O rapaz guarda o celular novamente, agora descendo pelo lance de escadas.O que alguém como Tyler está fazendo se planejando para frequentar a casa de Deus? Essa pergunta é fácil de responder: ele vai caçar sua próxima vítima. John Jacobs. Dessa vez, pe
[Consultório psiquiátrico do Dr. Kim]Dr. Kim arruma os papeis entre as mãos, em um fecho, e o olha por cima dos óculos redondos. —Você não pensa em como viveria se estivesse na companhia de alguém, Tyler?O silêncio faz um zumbido ensurdecedor no ouvido de Kim, que luta para se manter profissional.Um suspiro.A promessa de uma resposta.—Eu não preciso de alguém ao meu lado, mas gostaria de fazer isso outra vez.O profissional espreme os lábios, contendo os pensamentos. Mesmo estando em horário de trabalho, ele encontra dificuldades para manter aquela consulta por mais cinco minutos restantes.—E se você perdesse um filho, e esse filho fosse o seu único?Tyler sustenta um sorriso de canto de boca, e ergue os olhos para Kim, concentrando-se ali por longos segundos fixos.—Eu faço outro. Os dois se encaram fixamente. Kim pode sentir a gota de suor deslizar pela espinha, sumindo ao longo do tecido da camisa branca. O despertador toca, indicando que aquela consulta havia chegado ao f
[Residência dos Benson]Acordando na cama de Cassandra, Violet rebusca pelas memórias do celular.Eu podia jurar que ele estava na bolsa... Pensa.Não conseguindo encontrar o aparelho, ela tropeça pelas peças de roupa espalhadas no chão do quarto.O barulho de tropeços constantes faz Cassandra despertar abruptamente.—Qual é o seu problema, Violet? Amiga, você não dorme mais? Quando eu te conheci, você dormia-—Eu estou procurando o meu celular! A minha mãe vai me matar!A preocupação da garota era racional: Vivian não interpretaria corretamente a perda do aparelho.Mal sabia Violet, que mais tarde, ela teria o seu celular novamente, e aquilo mudaria tudo....Enquanto a dona surtava, seu aparelho viajava por Manhattan, no banco de carona de um Audi prata recém polido.Parado em frente à residência dos Jacobs, Tyler segura o celular com firmeza. Calmo, tranquilo, ele planeja exatamente como será o seu comportamento, garantindo que consiga ser convidado à entrar, obtendo confiança.Um