Em seu quarto, Tyler liga para um amigo da família. Andando de um lado para o outro, ele aguarda pacientemente o homem atender sua ligação:—Alô?—Nathan, é o Tyler. O filho de Tonny Monron, será que posso encontrar você pra a gente conversar?Tyler ouve o barulho de uma porta se fechando e o som acústico lhe soa agradável.—Claro, claro. Onde posse ver você? —Pergunta Nathan, sentando-se na poltrona de seu escritório.—Não sei, qual lugar seria seguro? É um assunto delicado. —Em meu escritório, o que me diz? Fica no centro de Manhattan, não muito longe da residência oficial dos Monron. —Ele brinca com o fato dos Monron terem várias residências luxuosas por New York.—Certo, certo. Vejo você em uma hora. —Afirma e encerra a ligação quase instantaneamente.Tyler atravessa seu quarto a passos largos, tirando as roupas durante o trajeto. Adentrando ao banheiro, o rapaz segue diretamente para o chuveiro e inicia um banho quente e rápido. Assim segue pelos próximos quinze minutos, até d
O jovem Monron dirige até o escritório de Nathan Spark e estaciona em frente ao prédio de três andares. Ele reconhece a fachada simples e rola os olhos para cima, desdenhando da estrutura. Adentrando ao edifício, ele é recepcionado pela atendente, que o libera para subir dois lances de escada. Tyler sobe tranquilamente, pensando no quanto quer encontrar John Jacobs. Seu desejo fixo se torna uma obsessão, e ele está disposto a pagar muito para que Nathan acelere o procedimento.Chegando ao terceiro andar, Tyler encontra uma porta de madeira robusta. Ele se aproxima e inspira fundo, controlando a afobação de sua respiração descompassada, e fecha o punho, batendo contra a porta. Ele se depara com a figura de baixa estatura. Seus olhos analisam a calvice precária do homem, e sua face cansada, e para intensificar a insalubridade de seu trabalho, as olheiras nos olhos revelam muitas noites sem dormir.É Nathan. Ele abre um pouco mais a porta e o encara, permitindo que o mesmo adentre ao s
O sábado acaba e na residência dos Monron, Tyler recebe seu pai de braços abertos. O interesse lhe cai sobre os ombros e se agarra á sua estrutura óssea. Na sala de estar, Tonny conhece Glória, a nova governanta. Ele vê o quanto Glória conquistou seu filho e se orgulha do ambiente pacífico em sua casa.Após conversarem, Tonny chama seu filho ao escritório. Eles adentram ao cômodo e Tyler fecha a porta ao passarem.—O que queria conversar comigo, que precisa ser no escritório? —O jovem Monron caminha em direção á cadeira e seu pai se senta de frente para ele. Tonny põe uma pasta sobre a mesa e se senta confortavelmente, reclinando-se em sua própria poltrona.—Meu filho, essa viagem me serviu para fechar muitos contratos, mas também me permitiu conhecer um pouco mais da nossa nova equipe. —Ele parece orgulhoso, mostrando a papelada para Tyler. —No entanto, não chamei você ao escritório para falar sobre os negócios da família.Tyler bufa impaciente, olhando fixamente para a papelada. Se
O domingo chega, e com ele, suas frustrações. Tyler se arruma e se prepara pelas primeiras horas da manhã. Está impecável, ele não erra. Passa em frente aos espelhos de seu closet e sorrir para seu próprio reflexo, admirando a beleza inabalável de um Monron.Ele cruza o quarto e deixa o cômodo, seguindo pelo corredor. Seus passos largos perdem a velocidade quando o celular vibra em seu bolso, anunciando uma nova notificação. Ele retira o aparelho do bolso e analisa a mensagem.Violet... "Oii Tyler, bom dia! A minha mãe mandou perguntar se você vai realmente querer ir à missa conosco."Ele sorrir para a tela do celular e responde a mensagem:"Com certeza. Estou indo tomar café da manhã para poder sair. Não saia sem mim. Eu não demoro"O rapaz guarda o celular novamente, agora descendo pelo lance de escadas.O que alguém como Tyler está fazendo se planejando para frequentar a casa de Deus? Essa pergunta é fácil de responder: ele vai caçar sua próxima vítima. John Jacobs. Dessa vez, pe
[Consultório psiquiátrico do Dr. Kim]Dr. Kim arruma os papeis entre as mãos, em um fecho, e o olha por cima dos óculos redondos. —Você não pensa em como viveria se estivesse na companhia de alguém, Tyler?O silêncio faz um zumbido ensurdecedor no ouvido de Kim, que luta para se manter profissional.Um suspiro.A promessa de uma resposta.—Eu não preciso de alguém ao meu lado, mas gostaria de fazer isso outra vez.O profissional espreme os lábios, contendo os pensamentos. Mesmo estando em horário de trabalho, ele encontra dificuldades para manter aquela consulta por mais cinco minutos restantes.—E se você perdesse um filho, e esse filho fosse o seu único?Tyler sustenta um sorriso de canto de boca, e ergue os olhos para Kim, concentrando-se ali por longos segundos fixos.—Eu faço outro. Os dois se encaram fixamente. Kim pode sentir a gota de suor deslizar pela espinha, sumindo ao longo do tecido da camisa branca. O despertador toca, indicando que aquela consulta havia chegado ao f
[Residência dos Benson]Acordando na cama de Cassandra, Violet rebusca pelas memórias do celular.Eu podia jurar que ele estava na bolsa... Pensa.Não conseguindo encontrar o aparelho, ela tropeça pelas peças de roupa espalhadas no chão do quarto.O barulho de tropeços constantes faz Cassandra despertar abruptamente.—Qual é o seu problema, Violet? Amiga, você não dorme mais? Quando eu te conheci, você dormia-—Eu estou procurando o meu celular! A minha mãe vai me matar!A preocupação da garota era racional: Vivian não interpretaria corretamente a perda do aparelho.Mal sabia Violet, que mais tarde, ela teria o seu celular novamente, e aquilo mudaria tudo....Enquanto a dona surtava, seu aparelho viajava por Manhattan, no banco de carona de um Audi prata recém polido.Parado em frente à residência dos Jacobs, Tyler segura o celular com firmeza. Calmo, tranquilo, ele planeja exatamente como será o seu comportamento, garantindo que consiga ser convidado à entrar, obtendo confiança.Um
Com um olhar profundo sobre Violet, Tyler só consegue pensar em uma coisa: Uma profunda vontade de mostrá-la como ele era de verdade. —Bom, fica decidido! Tyler, querido, você toma café da manhã com a gente. —Vivien o convida novamente, reafirmando sua preferência. —Bom, eu vou terminar de preparar as coisas. Violet, minha filha, faça companhia para o seu amigo. Eu não demoro.Com a saída de sua mãe, Violet sente a pressão de ficar sozinha com Tyler. Ela solta seu braço, percebendo que ficou tempo demais agarrando aquele local.—M-Me desculpe...—Tudo bem. —Ele sorrir, se ajeitando. —Eu não sei se acertei na manteiga, viu...—Ah, para! Nem era pra ter trazido. Ela troca alguns passos curtos pelo sofá e escorrega a mochila de seu ombro sobre o assento. Sentado ao lado dela, Tyler passa uma perna por cima da outra e estica um braço por cima do encosto. O seu corpo falava, embora seus lábios não dissessem o que ele queria. Violet junta as mãos sobre as pernas e desvia o olhar, fugind
Após aquela visita, Tyler voltou para casa, encarando a solidão. Apesar da presença de seu pai, estar sozinho era uma sensação frequente da qual ele desfrutava. Ele remaneja seus pensamentos na direção de Violet, tentando se ludibriar. Planeja sua morte, mas nada lhe funciona tão bem ao ponto de lhe puxar para cima.Agarrado ao ferro frio, o rapaz bonito e solitário encara os degraus, descendo as escadas. O espaço em seu coração fica um pouco mais vazio, formando um abismo entre sua humanidade e a criatura letal sendo contida dentro de si aos poucos.Na sala, seu pai conversa com alguém ao telefone. Parece inconformado. Teme por algo.Não se importa.Não o percebe.Tyler troca passos leves na direção da cozinha, adentrando ao local. O cheiro de suas panquecas preferidas lhe invade o estômago, mas não há fome para consumí-las.—Senhor Tyler! Bom dia. Eu lhe fiz suas panquecas favoritas, não quer comer?A empregada percebe o suspiro. Os ombros caídos sustentando os cotovelos que despen