O domingo chega, e com ele, suas frustrações. Tyler se arruma e se prepara pelas primeiras horas da manhã. Está impecável, ele não erra. Passa em frente aos espelhos de seu closet e sorrir para seu próprio reflexo, admirando a beleza inabalável de um Monron.Ele cruza o quarto e deixa o cômodo, seguindo pelo corredor. Seus passos largos perdem a velocidade quando o celular vibra em seu bolso, anunciando uma nova notificação. Ele retira o aparelho do bolso e analisa a mensagem.Violet... "Oii Tyler, bom dia! A minha mãe mandou perguntar se você vai realmente querer ir à missa conosco."Ele sorrir para a tela do celular e responde a mensagem:"Com certeza. Estou indo tomar café da manhã para poder sair. Não saia sem mim. Eu não demoro"O rapaz guarda o celular novamente, agora descendo pelo lance de escadas.O que alguém como Tyler está fazendo se planejando para frequentar a casa de Deus? Essa pergunta é fácil de responder: ele vai caçar sua próxima vítima. John Jacobs. Dessa vez, pe
Lila começa a observar os passos de Tyler a distância. No outro lado da rua, ela mantém as mãos para dentro do casaco volumoso, enquanto seus cabelos curtos e esvoaçantes atrapalham a visão: Tyler adentrando ao carro, ao lado de Violet, e sorrindo como se aquele fosse o lugar onde ele gostaria de estar.—Você me disse que não tinha ninguém em sua vida, e que eu poderia contar com você, porque eu ouvi seus desabafos enquanto você bebia na minha cama, e enchia a cara com a minha bebida. —Ela fala baixinho, olhando fixamente a cena no outro lado da rua, acontecendo gradativamente. —Eu fico imaginando como ela se sente quando você a toca, enquanto você passou um bom tempo apenas me dizendo que não queria o meu corpo. Que só queria que eu te ouvisse.A rejeição não cai bem para alguém como Lila: acostumada a ter todos aos seus pés. No entanto, ela confundiu sua profissão aventureira com os sentimentos, e a pessoa a quem seu coração escolheu para se apaixonar, está nesse momento indo embora
A jovem Stuart chama a atenção com o seu corpo sensual e exposto das pernas para baixo. Ela tira as fotos das quais precisa e segue rebolando em direção á sua motocicleta. Uma última olhada por cima dos ombros, empinando a bunda para aqueles que crêem no que ela não crê, e solta um beijo para os rapazes cristãos.Ela sabe como provocá-los e eles estão envolvidos em seu laço perigoso.Lila põe o capacete e se inclina para a frente, ligando a moto e acelerando na sequência....Dentro da sala das crianças, Tyler sente seu celular vibrar dentro da calça e o tira, verificando a notificação. Rapidamente, ele olha para Violet, que está entretida vasculhando as historinhas infantis enquanto fala com ele, mas o mesmo não ouve mais. Está com os pensamentos longe.Ele lê as mensagens antes de abrir as fotografias:"Você não pode, jamais me dispensar. Você sabe onde eu moro, bebê. É como dizem: uma diva é a versão masculina de um malandro... E eu sou a diva que viu você beber até cair, ainda com
[Consultório psiquiátrico do Dr. Kim]Dr. Kim arruma os papeis entre as mãos, em um fecho, e o olha por cima dos óculos redondos. —Você não pensa em como viveria se estivesse na companhia de alguém, Tyler?O silêncio faz um zumbido ensurdecedor no ouvido de Kim, que luta para se manter profissional.Um suspiro.A promessa de uma resposta.—Eu não preciso de alguém ao meu lado, mas gostaria de fazer isso outra vez.O profissional espreme os lábios, contendo os pensamentos. Mesmo estando em horário de trabalho, ele encontra dificuldades para manter aquela consulta por mais cinco minutos restantes.—E se você perdesse um filho, e esse filho fosse o seu único?Tyler sustenta um sorriso de canto de boca, e ergue os olhos para Kim, concentrando-se ali por longos segundos fixos.—Eu faço outro. Os dois se encaram fixamente. Kim pode sentir a gota de suor deslizar pela espinha, sumindo ao longo do tecido da camisa branca. O despertador toca, indicando que aquela consulta havia chegado ao f
[Residência dos Benson]Acordando na cama de Cassandra, Violet rebusca pelas memórias do celular.Eu podia jurar que ele estava na bolsa... Pensa.Não conseguindo encontrar o aparelho, ela tropeça pelas peças de roupa espalhadas no chão do quarto.O barulho de tropeços constantes faz Cassandra despertar abruptamente.—Qual é o seu problema, Violet? Amiga, você não dorme mais? Quando eu te conheci, você dormia-—Eu estou procurando o meu celular! A minha mãe vai me matar!A preocupação da garota era racional: Vivian não interpretaria corretamente a perda do aparelho.Mal sabia Violet, que mais tarde, ela teria o seu celular novamente, e aquilo mudaria tudo....Enquanto a dona surtava, seu aparelho viajava por Manhattan, no banco de carona de um Audi prata recém polido.Parado em frente à residência dos Jacobs, Tyler segura o celular com firmeza. Calmo, tranquilo, ele planeja exatamente como será o seu comportamento, garantindo que consiga ser convidado à entrar, obtendo confiança.Um
Com um olhar profundo sobre Violet, Tyler só consegue pensar em uma coisa: Uma profunda vontade de mostrá-la como ele era de verdade. —Bom, fica decidido! Tyler, querido, você toma café da manhã com a gente. —Vivien o convida novamente, reafirmando sua preferência. —Bom, eu vou terminar de preparar as coisas. Violet, minha filha, faça companhia para o seu amigo. Eu não demoro.Com a saída de sua mãe, Violet sente a pressão de ficar sozinha com Tyler. Ela solta seu braço, percebendo que ficou tempo demais agarrando aquele local.—M-Me desculpe...—Tudo bem. —Ele sorrir, se ajeitando. —Eu não sei se acertei na manteiga, viu...—Ah, para! Nem era pra ter trazido. Ela troca alguns passos curtos pelo sofá e escorrega a mochila de seu ombro sobre o assento. Sentado ao lado dela, Tyler passa uma perna por cima da outra e estica um braço por cima do encosto. O seu corpo falava, embora seus lábios não dissessem o que ele queria. Violet junta as mãos sobre as pernas e desvia o olhar, fugind
Após aquela visita, Tyler voltou para casa, encarando a solidão. Apesar da presença de seu pai, estar sozinho era uma sensação frequente da qual ele desfrutava. Ele remaneja seus pensamentos na direção de Violet, tentando se ludibriar. Planeja sua morte, mas nada lhe funciona tão bem ao ponto de lhe puxar para cima.Agarrado ao ferro frio, o rapaz bonito e solitário encara os degraus, descendo as escadas. O espaço em seu coração fica um pouco mais vazio, formando um abismo entre sua humanidade e a criatura letal sendo contida dentro de si aos poucos.Na sala, seu pai conversa com alguém ao telefone. Parece inconformado. Teme por algo.Não se importa.Não o percebe.Tyler troca passos leves na direção da cozinha, adentrando ao local. O cheiro de suas panquecas preferidas lhe invade o estômago, mas não há fome para consumí-las.—Senhor Tyler! Bom dia. Eu lhe fiz suas panquecas favoritas, não quer comer?A empregada percebe o suspiro. Os ombros caídos sustentando os cotovelos que despen
Tyler está focado. Focado demais para perceber que deixou seu pai sozinho por mais tempo do que deveria.Isso resulta em uma busca, do mesmo, pelo rapaz.A porta se abre, revelando Tonny. Ele arqueia as sobrancelhas analisando a cena. Seu filho está sentado olhando fixamente para um jovem garoto de pé, diante dele. Tyler mordendo a borda do copo de plástico enquanto mantém um olhar obsessor para o jovem desconhecido.O que seria isso?Tonny se pergunta, mas evita fazer de seus pensamentos uma frase.—Filho, eu estou indo embora. —Anuncia, trocando dois passos para dentro da sala do padre. Tyler se levanta sobre dois pés firmes, ainda mantendo os olhos fixos no garoto menor. Tira o copo da boca após secá-lo, e caminha lentamente na direção do lixeiro esquecido ao lado da janela.—Obrigado pela água. —Agradece sereno, mantendo o vazio dentro de si. —Obrigado por orar por eles. —Acena minimamente, e caminha de volta na direção de seu pai.O garoto fica sozinho com suas reflexões. Tyler