Eu mantinha um relacionamento com o Vitor, estava estabilizada financeiramente, tinha a minha casa, meu filho estava com planos de daqui alguns anos retornar ao sul. Tentar concursos públicos, após o mestrado. A relação com Lorena estava indo bem então porque eu haveria de interferir nisso, deixar como está. Os dois se davam bem, então não era eu quem iria dar palpites ao meu filho no que ele houvesse de fazer.
A vida foi passando, os anos intermitentes, já não tinha nada que pudesse me fazer mudar de ideia, eu queria voltar a sentir a vida e o que ela causava, os bons momentos. A muito tempo eu não sentia a vida com frio na barriga, com alegria e entusiasmo. E emoção era o que eu queria. Como não acreditar nessas coisas, os efeitos que elas nos causam? Os efeitos da paixão. Demorei um pouco sobre o Vitor, mas o que se passava em nosso relacionamento? Era uma espécie de vínculo que mantínhamos com total segurança, respeito e emoções. Ele queria chamar a minha atenção e eu pMadrugada, temperatura amena! E eu me propus a continuar. Viver a vida e lutar por um espaço no universo que de fato me pertencia. Mas cadê este espaço? Porque estava demorando tanto para chegar até mim? É o que eu vou tentar descobrir e encaixar aos poucos nesse livro.Logo cedo, eu já levanto pra trabalhar. Me arrumo com um pouco de desdém mas com a ideia e convicção de que hoje precisa ser melhor que ontem.Pego uma roupa qualquer, logo penso que não vou ir para um trabalho formal, talvez isso não exija tanto quanto para um formal, mas eu preciso estar adequada, caso entre em contato com algum cliente.Eu faço meu horário, para entregar os portfólios na hora exata. Então as vezes eu estou bem criativa pelas altas horas.O barulho das sirenes pela madrugada contestam a emergência da cidade. De fundo o contraste vazio e a luz dos postes. O enigmático sombrio rosto de quem desafia logo cedo, a vida. Assim é para os enfermeiros e técnicos na ma
Sentamos quase a beira do rio pela tarde na sombra fresca, acompanhando cada ruído e o barulho da natureza ao som dos pássaros. Tínhamos muitos assuntos em comum, o que nos trazia cada vez mais para perto uns dos outros. Arriscamos falar do mar, de botes e segurança. Assunto perfeito para o meu texto no blog, achei interessante quando falávamos de vagalhões, o assunto me fez refletir, como em momentos hostis da vida e era o que eu traria para os leitores como texto de inspiração.Ter uma vida significativa as vezes é bom, porque a gente se empenha muito. Imagina agora você estar em alto mar, e se deparar com a insegurança do mau tempo? Para que lado vamos nos apoiar, onde buscar ajuda? Será que estaria preparado para navegar? A pergunta que tenho feito ultimamente: será que estou preparada para me aventurar em auto mar? Faço essas perguntas com frequência, pois minha terapeuta me ensinou a avaliar a vida, de maneira que eu pudesse entender e buscar sentidos.Um can
- Alô?- Onde andas srta. Machado?- Comprando flores, sr. Gusmão. Dando voltas na cidade, para ser exata!- Deve estar um dia lindo?- Sim está! Fui resolver o problema com a carteira.- Eu te falei para ter tirado aqui.- Eu deveria ter lhe ouvido.- Me conta, o que eles disseram?Bem eles... Sentei-me em um banco próximo a fruteira, e expliquei a situação, o Gusmão me disse tudo o que talvez aconteceria, e me orientou. Eu estava animada, me desejando sorte.- Logo quero estar com você, nos iremos em todas as cafeterias da cidade. Fizemos planos.- Conheci a Lê Café.- Tem goiabadas?- Sim! Muitas!O Gusmão e desses que adora tudo que vai goiaba. Estou aprendendo a fazer pasteis, que fiquem sequinhos para quando ele vier.- Tem uma fruteira de frente para mim, sr. Gusmão com um churros de nutella, você precisa provar.-Claro, srta. Machado, iremos.
Tive um dia desses exaustivos, que a gente produz muito, desses que a gente não entende muito o que aconteceu o dia inteiro para as horas passarem rápido, mas fizemos algo que nos trouxe um cansaço. Eu queria ser promovida, principalmente na B. Sabe o que eu ouvia da Laura o dia inteiro? Você consegue. O Junqueira, um dos editores do qual eu trabalho, atualmente também fala isso. Nós damos bem. Temos um grupo de encontros de trabalho, o qual as pessoas me chamam em particular para perguntar porque ele não aparece nas conversas. Atualmente sou sua assessora, então eu preciso dar boas desculpas, as mais educadas possíveis e concretas. Não consigo ter desculpas esfarrapadas para dar as pessoas, aprendi muito sobre empatia. Ele fala direto comigo, pergunta das novidades que temos sobre o trabalho eu lhes mando todas as informações, e ele sai de fininho, voltando só no dia seguinte a conversar comig
Estivemos muito ocupados eu e o Gusmão, nosso casamento. Nossa casamento foi tudo muito rápido, por no papel as coisas que eu gosto, para não ter de arrepender depois. Eu casaria por exemplo com um ramo de arruda ou marcela. Para veres que sou tão simples como um grão de areia da praia.- Estamos falando de flores Daniela. Disse o Gusmão.- Íris respondi.Cada detalhe da cor, de meu vestido, as combinações com o terno do sr. Gusmão.Não gosto de cores chamativas, gosto de tudo muito delicado, aprecio os tecidos mais leves, independente de serem finos ou não, mas escolhi uma seda. Encomendei um lenço, desses de pescoço, para por no ombro, na cor lilás, leve e suave para jogar sobre os ombros.- Em 5dias você passa aqui. disse a moça. Recebi minha encomenda e tudo estava pronto.Parecia um sonho! Nossa noite juntos não foi fazendo viagens ou coisas esplêndidas, optamos por algo mais simples que não desse tanto trabalho. Nós tínhamo
Comecei aprender sobre os caminhos da luz, dos quais alguns eu já sabia.Eu questionava muito, talvez eu esteva rebelde. Não fazer ao próximo o quê eu não gostaria que fizessem comigo. E no passado tudo o quê me fizeram? Eu não via nenhum sinal de que aquelas pessoas estivessem pagando. O ato delas não fossem tão graves para pagar aqui, nesta vida.- Continua com tuas atitudes nobres. Me disse o mensageiro.Mesmo que te depares com um pouco de ingratidão, não faça do teu coração morada de trevas. Concluiu. Eu estava naquele dia muito contrária. Aquilo não era bom para meu crescimento. Eu estava pensando muito na minha perda. O qual me deixava nervosa. Eu não aceitava ter perdido o Beto. Quem quer perder? Mas eu tive que aprender na marra, eu estava perdendo minha vida, meus interesses, talvez eu tivera medo de ficar vegetando, então passei a me concentrar no bem e na luz.Passado alguns dias eu estava menos desafiadora. Passei a tranquilizar-me, a
Tirei uns dias de folga do trabalho, deixei alguns conteúdos prontos. Lá estava eu na pousada do tio cabelo, desta vez sozinha. Sem os comentários do pessoal invasivo, sem a ousadia das palavras dos jovens primos da Flávia.Fiz um passeio de barco pela manhã, logo após, um breve almoço e fui descansar. Sentei-me debaixo de uma sombra a qual me trouxe o sossego do início da daquela tarde tênue. Aquele dia de sol me fez pensar na companhia do Gusmão, se estivéssemos juntos, estaríamos caminhando pela beira na tarde de sol.Eu estava ali para descansar, devera eu pensar em alguma coisa além do lugar? Devera eu não estar presente? Eu pagara por um encontro com a natureza, e precisava fugir dos meus pensamentos e me fazer presente. Fugir de tudo o que me cerca ao de redor da minha vida e esperar por uns segundos de paz. Aquela tarde eu estava tranquilamente sem ousar pen
Voltei para casa antes que a chuva pudesse me alcançar. Fui fazer a combinação de roupas para que eu pudesse ir trabalhar no dia seguinte. Lembrei das roupas do final de semana e do notebook que encontravam-se na mala. Comecei a desfazê-la. Precisava preparar conteúdos para o serviço e assim me opus por um breve momento no escritório. Deixe a cama amontoada de roupas, e desisti de fazer as combinações. Eu estava lendo algo que achei interessante sobre organização, mas eu fazia o tipo de pessoa que vestia o que dava na telha, o que eu sentisse-me confortável, sem hora e nada marcados, isso valeria para roupas também. Essas coisas não são pra mim, pensei. O cotidiano tenta facilitar a vida da gente, mas acabaria eu deixando a roupa sobre o quarto ou outro lugar tomando espaço. Eu bati o olho em uma calça preta na mala, e uma camisa florida no roupeiro. Pronto! Era com isso que eu iria. E era assim a saudosa Daniela que eu já deveria estar acostumada e parar de querer seguir a mídia.