Eden acordou assustada, zonza e desorientada.Sentou-se na cama e na mesma hora desejou não ter feito aquilo, quando uma dor pungente lhe acometeu as têmporas.Uma centelha de desejo surgiu quando ela se virou e viu Liam nu esparramado ao lado dela. Mesmo adormecido, ele ainda era impressionante, e apesar de saber que não deveria, ela ainda o queria, ainda precisava dele, ansiava por ele.Só de pensar na noite anterior e em todas as coisas que eles fizeram, já sentia-se sem fôlego.Ela se espreguiçou e bocejou em silêncio, maravilhada com como cada centímetro de seu corpo doía com o mais leve dos movimentos. Mesmo as partes que ela achava que não deveriam, estavam incrivelmente vivas. Mas apesar de extasiada, precisava sair logo dali, antes que Liam acordasse. A última coisa que Eden queria era uma conversa estranha sobre seu lapso temporário de julgamento com o homem que aparentava conhecer seu corpo melhor que ela própria, um homem que casaria em breve.Ela agradeceu a Deus em m
Eden tirou uma longa soneca durante a viagem de trinta minutos de Colina das Salgueiras até seu apartamento em Riacho Forrest, um bairro artístico no leste de Castelo de Pedra, acordando de repente quando o carro derrapou ao atingirem um buraco na estrada.Ela bocejou e espreguiçou-se, enquanto olhava para fora da janela, sentindo-se envergonhada por desmaiar daquele jeito com o motorista do Uber. A última coisa de que se lembrava era dele perguntando se o ar condicionado do carro estava bom.Eden não conseguia decidir se era corajosa ou simplesmente estúpida por adormecer no banco de trás do carro de um estranho, especialmente quando estava vestida com nada além de uma camisa masculina e seu casaco.Ela se mexeu na cadeira e cruzou as pernas de maneira recatada, rezando para não tê-las aberto enquanto dormia. Estar no comando não era tão libertador quanto ela pensava que seria. Sentia-se vulnerável e bem, nua.Agora que ela tinha tempo para se distanciar das decisões terríveis da
Eden caminhou de volta para seu apartamento e destrancou a unidade do quarto andar que ela compartilhava com as amigas. Tirou os sapatos e entrou silenciosa, com cuidado para não bater a porta, caso ainda estivessem dormindo.Mas quando ela se virou e encontrou três pares de olhos, brilhando de expectativa, seu plano de fazer uma entrada silenciosa virou fumaça."Oi, gente", Eden fez uma careta, seu rosto tão vermelho quanto a camiseta de Angry Birds que Sienna usava sobre a calça de pijama cinza."Tsc tsc", Sienna estalou a língua com desaprovação. "Tanto para se guardar para o casamento!""Nós revogamos sua santidade", Cassandra entrou na conversa enquanto pegava a caixa de muffin dela, carrancuda quando ela espiou dentro. Ela odiava qualquer guloseima comprada em loja porque sabia que poderia fazer um trabalho muito melhor. Mas hoje sua decepção, como ela disse em voz alta, não foi com os muffins."Sério, com todos os trilhões em suas contas bancárias, ele te mandou embora com
Já passava do meio-dia quando Liam enfim saiu do coma pós-coito. Esperava encontrar Eden ao seu lado; não seria a primeira vez que suas noites casuais duravam até o café da manhã.Mas quando ele se virou de lado e encontrou o lugar dela vazio, sentiu-se confuso.Sentou-se na cama e gemeu. Sua dor de cabeça piorou com a luz forte que irrompeu por todo o quarto, do chão ao teto, quando o mordomo acionou o botão na parede para abrir as cortinas."Meu Deus, Dave, você precisa fazer isso?"."Sinto muito, senhor, seu pai agendou uma reunião. Ele quer vê-lo imediatamente"."Diga a ele que não posso vê-lo hoje", Liam gemeu ao aceitar de bom grado a cura para a ressaca e duas aspirinas. Tinha a sensação de que precisaria de algo mais forte do que uma aspirina se seu pai fizesse questão de vê-lo."Ele precisa de você em uma hora", disse Dave, virando-se para sair do quarto.Liam o interrompeu: "Lide com a Eden para mim"."Ela já se foi, senhor"."O quê? Como assim 'ela já se foi'?", Lia
Enquanto Liam passeava pelas ruas tranquilas e arborizadas de jacarandá de Águias Glen, um subúrbio afluente ao norte de Castelo de Pedra, não era o encontro com seu pai que ocupava seus pensamentos. Ele ainda estava furioso com Eden, perplexo por ela ter a coragem de deixá-lo daquele jeito.Teria sido cômico se não fosse tão mortificante.Ele parou do lado de fora do enorme portão de ferro forjado, em frente à grande mansão no beco sem saída, abaixou a janela e pressionou o interfone, irritado.Bateu os dedos no volante, impaciente, ao ritmo da música acelerada que sacudia as paredes de metal de sua Ferrari, enquanto esperava por uma das várias governantas e mordomos para atendê-lo. O Lamborghini que ele dirigia na noite anterior estava na garagem. Lembrava-se vagamente de Steven, seu motorista, mencionar algo sobre a necessidade de manutenção antes de partir.Logo após, o portão rangeu para dentro, e Liam atravessou uma entrada circular rodeada por gramados bem cuidados e jardins
O escritório de seu pai era provavelmente o cômodo mais intenso da casa, com diversas estantes e milhares de livros cobrindo as paredes revestidas de madeira, e com mobílias escuras que lembravam algum clube centenário de cavalheiros. E era também um dos lugares favoritos de Liam.Lembrava-se das raras vezes em que ele, Willow e Holly passaram ali, amontoados no chão enquanto liam ou brincavam com seus brinquedos, felizes por ter o pai em casa e querendo estar o mais perto dele possível, porque nunca sabiam quando o veriam novamente. Clarke estava sempre fora da cidade, fora do país, pescando peixes grandes de cliente em cliente. Perdera tantos dias importantes. Provavelmente por isso a maioria deles acabou alinhada ali, na lareira. Liam e suas irmãs nunca se ressentiram dele, no entanto. Quando Clarke estava presente, era o melhor pai do mundo. E quando não estava, compensava sua ausência com presentes incríveis trazidos de todas as partes do mundo."Obrigado por estar presente, f
O telefonema veio assim que Liam saiu da pista de corrida.Quando viu o nome piscando na tela, ignorou-o por completo, e sua irmã foi parar na caixa postal. Liam não estava com vontade de ouvir Willow explodir sobre suas ações irresponsáveis e egoístas. Nas últimas semanas, eles haviam feito muitas ligações, desde que o Sênior mencionara seu plano de sucessão pela primeira vez.O telefone tocou de novo. Desta vez, era uma mensagem de Holly, a filha mais nova dos Anderson. Como a caçula da família, Holly era a mais mimada e arrogante.Os pais nunca lhe recusaram nada. Liam sabia que ela ser uma bailarina renomada ajudava, pois não importava o quão ridículas suas demandas fossem, Clarke e Lois se curvariam para atender a todos os seus desejos e necessidades.Quando Holly quis seu próprio estúdio de balé particular, Clarke comprou um depósito e o remodelou de acordo com suas necessidades.Quando ela exigiu uma cobertura de seis quartos em um lugar privilegiado de Castelo de Pedra,
Havia vários guardas posicionados em todo o andar e mais dois do lado de fora da ala particular de Clarke. Seu único trabalho era manter a mídia fora. A última coisa que a família queria eram histórias de seu pai, verdadeiras ou não, circulando por aí. Um CEO em seu leito de morte não é bom para os negócios e os preços das ações.Lois voou até Liam quando este entrou no quarto acompanhado de suas irmãs. Ele a abraçou e ela chorou ainda mais quando ele acariciou sua cabeça gentilmente. Tudo fazia sentido agora, Liam pensou. A falta de inspiração, a indiferença, o olhar distante em seus olhos. Não que ela não soubesse pintar. Sua mãe não queria. Como ela poderia quando seu melhor amigo e alma gêmea estava encarando a morte de tão perto?"Ai, mãe", Liam sussurrou em seu cabelo enquanto a apertava. "Você deveria ter me contado.""Você está aqui agora", Lois deu a ele um sorriso trêmulo, sentando-se de novo e segurando a mão do marido.Liam relutantemente se aproximou da cama, uma sensa