Emerson havia acabado de lavar as louças que usou, as colocando de lado, e sorriu com indulgência:— Eu fiz porque você queria comer. Vá se lavar, também preparei leite de soja.Sabrina, radiante, subiu nas pontas dos pés para beijar sua bochecha, depois se virou e correu para o quarto para se lavar. Ela estava tão ansiosa que nem teve tempo de trocar de roupa antes de sair, após se lavar.— Não acredito que você sabe fazer bolo de cenoura.Sabrina saboreava o bolo e bebia o leite de soja, mordendo e fechando os olhos de satisfação. Observando ela comer com tanta voracidade, Emerson, resignado, pegou um lenço de papel para limpar sua boca.O bolo de cenoura, uma receita tão simples, era degustado por ele lentamente, como se estivesse apreciando uma sobremesa sofisticada, com muita elegância em cada gesto.Sabrina não compreendia como ele conseguia fazer qualquer coisa parecer tão refinada.— Na verdade, não é tão difícil. — Emerson tomou um gole de leite de soja, falando calmamente.
Ele até sentia gratidão por ter permitido que sua ex-esposa desse à luz Emerson, embora não gostasse dele, mas Emerson ainda era seu sangue, definitivamente era parte da família Carmo.A testa de Emerson se franziu ainda mais.— Minha irmã dedicou tantos anos à empresa, como você pode falar tão facilmente sobre eu substituí-la?Dalila inicialmente também não queria assumir a empresa, mas Osvaldo a pressionou demais. Na frente de todos, ele não demonstrou consideração alguma por Emerson, dizendo abertamente que Dalila deveria assumir a empresa.Naquela hora, Emerson nem pensou muito, pois poderia ter seu próprio negócio, criar seu próprio futuro. O que realmente o machucava era a atitude de seu pai. Ele nem sequer havia perguntado a sua opinião.Agora, ele queria transferir os negócios para Emerson sem dizer uma palavra, sem considerar os sentimentos de Dalila. Emerson realmente não conseguia aceitar isso.Justamente quando ele estava prestes a dizer algo em retaliação, Osvaldo de r
[Eu sei.]Osvaldo digitou uma linha de mensagem e clicou em enviar.Dalila viu e sorriu levemente, acessou o WhatsApp de sua mãe e mandou uma mensagem:[Mamãe, hoje à noite o Emerson vai levar sua esposa Sabrina para jantar em casa. Se lembre de preparar o presente com antecedência, já enviei duas caixas grandes de joias. Veja o que mais você gostaria de dar.]Patrícia Valente, ao ver a mensagem de Dalila, quase se levantou da cadeira no salão de beleza.Ela respondeu rapidamente a Dalila:[Ele realmente concordou em voltar? Você disse ontem à noite que ele não havia confirmado sua vinda, não é?]Dalila sorriu: [Talvez o papai tenha ligado para ele.][Ah, não se preocupe tanto, apenas prepare o presente.]Patrícia, enfrentando uma situação dessas pela primeira vez, ficou um pouco perdida e pensou por um momento: [Dalila, que tal eu dar a ela um cartão bancário?][Aqueles com alguns milhões.][Será que é pouco? Ou devo dar diretamente um apartamento para ela?]Dalila, um tanto exasperad
Emerson proativamente puxou a cadeira para Sabrina, segurando seus ombros para que ela se sentasse confortavelmente. Osvaldo e Patrícia observavam a cena com expressões um tanto ambíguas. Osvaldo sempre considerou esse filho um tanto obtuso, alheio às convenções sociais, falando de maneira desagradável e sem tato para cuidar das pessoas. Ele chegou a pensar que Emerson talvez jamais conseguisse se casar.Para sua surpresa, não só Emerson encontrou uma esposa, mas ela se mostrou excepcional. Osvaldo sentia que, de qualquer maneira que olhasse, Emerson tinha superado suas expectativas ao conquistar Sabrina. Embora Sabrina fosse proprietária de um bar, Osvaldo se informou e sabia que seu estabelecimento estava indo muito bem, se destacando em estilo entre os demais bares da Cidade do Sol. Portanto, uma pessoa como ela seria impressionante em qualquer indústria.O restaurante de Emerson também prosperava, mas Osvaldo sempre percebeu que seu filho possuía muitas deficiências.Após o ja
— Pai? — Emerson chamou, incerto.Suas mãos sobre os joelhos se apertaram levemente, e um visível pânico passou por seus olhos. Osvaldo estava de costas para ele, e sua expressão não era visível, mas sua postura vacilou nitidamente.Após um longo silêncio, Emerson ouviu sua voz, agora um tanto envelhecida:— Sim.Não era à toa que ele havia sido chamado de volta para casa naquele dia.Emerson se levantou e, sem hesitar, jogou os documentos na trituradora. O som do papel sendo destruído ecoou pelo escritório enquanto ele observava os fragmentos. Ele desejava queimar aqueles fragmentos até virarem cinzas, para que certos segredos jamais fossem descobertos por ninguém.Ele respirou fundo e, levantando os olhos para a silhueta de Osvaldo, disse:— Pai, hoje eu não vim ao escritório e não vi esses documentos. No futuro, continuaremos sendo uma família.Osvaldo não respondeu, mas sua postura foi uma forma de consentimento.Emerson não hesitou em deixar o escritório.Lá embaixo, Sabrina e P
Sabrina segurava firmemente a mão de Emerson, olhando para Fabiano com um olhar frio e distante, como se ele fosse um estranho insignificante. Para Sabrina, Fabiano realmente havia se tornado um estranho. Ela não tinha a menor intenção de cumprimentá-lo, segurando o braço de Emerson e planejando sair ao lado dele, como se Fabiano não estivesse sequer em seu campo de visão.A indiferença de Sabrina feriu Fabiano, que respirou fundo. Quando ela passou ao seu lado, ele segurou o pulso dela. Era a primeira vez que ele percebia quão delicado era o pulso de Sabrina, seus dedos polegar e indicador podiam facilmente envolvê-lo. Era irônico pensar que, embora estivessem juntos por dois anos, ele nunca havia realmente prestado atenção em Sabrina. Agora que estavam separados, ele achava tudo nela perfeito: seu caráter, sua família, sua aparência.Um amargor se espalhou no coração de Fabiano, e uma sensação de amargura invadiu sua garganta. Ele olhou para Sabrina com olhos quase chorosos e dis
Ele não pretendia deixar Emerson em paz. Ele ia fazer com que ele pagasse o preço que merecia. Ele definitivamente não temia a família Carmo. Quando que os postes de luz se apagaram, Fabiano finalmente se virou e caminhou em direção ao prédio de apartamentos onde morava.Emerson estava na varanda observando sua figura se afastar, e seus olhos se tornaram gradualmente profundos e complexos. Sendo também um homem, ele entendia muito bem o que se passava na mente de Fabiano. Se não estivesse enganado, Fabiano usaria toda sua energia para enfrentá-lo a seguir. "Não importa." Emerson colocou as mãos nos bolsos, abaixou a cabeça para observar a noite e seus lábios finos se fecharam em uma linha reta. Desde que pudesse ficar com Sabrina, ele não temia Fabiano.Quando Sabrina saiu do banho, viu Emerson ainda na varanda. Ela, secando o cabelo, caminhou até lá, de pontou os pés, cobriu os olhos dele com as mãos e, com uma voz intencionalmente grave e brincalhona, disse:— Adivinha quem
Sabrina possuía um par de olhos extremamente belos. Quando sorria, seus olhos se iluminavam com uma luz estelar tênue que elevava o ânimo de quem os observava. Quando não sorria, seus olhos sempre pareciam úmidos, límpidos como duas gemas puras, irresistíveis ao ponto de despertar o desejo de possuí-los exclusivamente. Todas as manhãs, ao despertar, seus olhos estavam sonolentos e semiabertos, como os de um gato, tão encantadores que embriagavam. Emerson realmente adorava todos os seus gestos, e por isso os observava com tamanha atenção. Com essa proximidade, Sabrina quase conseguia contar cada fio uma das distintas pestanas de Emerson. Ela não compreendia como um rapaz pode ter cílios tão perfeitos, longos e belos. Ela, sendo mulher, chegava até a sentir uma ponta de inveja. Percebendo a hesitação de Emerson em agir, Sabrina ficou ansiosa, se inclinou levemente para a frente e seus lábios rosados encontraram os dele com precisão. No momento em que seus lábios se toca