Ele não pretendia deixar Emerson em paz. Ele ia fazer com que ele pagasse o preço que merecia. Ele definitivamente não temia a família Carmo. Quando que os postes de luz se apagaram, Fabiano finalmente se virou e caminhou em direção ao prédio de apartamentos onde morava.Emerson estava na varanda observando sua figura se afastar, e seus olhos se tornaram gradualmente profundos e complexos. Sendo também um homem, ele entendia muito bem o que se passava na mente de Fabiano. Se não estivesse enganado, Fabiano usaria toda sua energia para enfrentá-lo a seguir. "Não importa." Emerson colocou as mãos nos bolsos, abaixou a cabeça para observar a noite e seus lábios finos se fecharam em uma linha reta. Desde que pudesse ficar com Sabrina, ele não temia Fabiano.Quando Sabrina saiu do banho, viu Emerson ainda na varanda. Ela, secando o cabelo, caminhou até lá, de pontou os pés, cobriu os olhos dele com as mãos e, com uma voz intencionalmente grave e brincalhona, disse:— Adivinha quem
Sabrina possuía um par de olhos extremamente belos. Quando sorria, seus olhos se iluminavam com uma luz estelar tênue que elevava o ânimo de quem os observava. Quando não sorria, seus olhos sempre pareciam úmidos, límpidos como duas gemas puras, irresistíveis ao ponto de despertar o desejo de possuí-los exclusivamente. Todas as manhãs, ao despertar, seus olhos estavam sonolentos e semiabertos, como os de um gato, tão encantadores que embriagavam. Emerson realmente adorava todos os seus gestos, e por isso os observava com tamanha atenção. Com essa proximidade, Sabrina quase conseguia contar cada fio uma das distintas pestanas de Emerson. Ela não compreendia como um rapaz pode ter cílios tão perfeitos, longos e belos. Ela, sendo mulher, chegava até a sentir uma ponta de inveja. Percebendo a hesitação de Emerson em agir, Sabrina ficou ansiosa, se inclinou levemente para a frente e seus lábios rosados encontraram os dele com precisão. No momento em que seus lábios se toca
Os funcionários da loja de Sabrina trabalhavam em turnos escalonados, garantindo que todos tivessem bastante tempo para descansar. Após se arrumar e sair do quarto, Sabrina encontrou Emerson esperando por ela à mesa do café da manhã. Ao ouvir a porta do quarto se abrir, Emerson se levantou e caminhou até a cozinha, trazendo consigo a canja que manteve aquecida na panela. Com passos animados, Sabrina caminhou até ele e o abraçou por trás: — Bom dia, Sr. Emerson. Emerson deixou os utensílios de lado, se virou e a abraçou, depositando um beijo em seus lábios: — Bom dia, minha Srta. Sabrina. Após trocarem um sorriso, Sabrina o soltou e, juntos, levaram o café da manhã para a sala. Depois de comerem, Sabrina se preparou para lavar a louça, mas Emerson a interrompeu: — Não agora, deixe na pia que nós lavamos à tarde. — À tarde? Sabrina olhou para ele, confusa. Emerson segurou sua mão e caminhou em direção à porta. — Esta tarde, marquei a instalação da lava-louças. O
Emerson olhou para ela e, ao arrancar o carro lentamente, sorriu discretamente: — Sou muito grato por você pensar tão bem de mim. Eu também penso assim de você. Portanto, sou sortudo. Obrigado por estar ao meu lado e por me transformar no que sou hoje.Sabrina se virou para olhá-lo, permanecendo em silêncio por um longo tempo.De repente, ela percebeu que Emerson nutria sentimentos por ela há muito tempo.Ela não era ingênua, nem inexperiente em relacionamentos, ambos conviveram tanto tempo que a maneira como Emerson a tratava parecia ter sido ensaiada inúmeras vezes antes, certamente não algo surgido de repente.Contudo, Sabrina não questionou em detalhes.Algumas coisas deviam ser descobertas aos poucos, se tudo fosse questionado, podia perder o significado e o valor intrínsecos das questões.Como de costume, Emerson estacionou o carro atrás do restaurante e acompanhou Sabrina até a entrada antes de retornar para o veículo.Os funcionários do restaurante já preparavam os ingrediente
Ele pegou o plano sobre a mesa e cumprimentou Emerson, pretendendo sair quando, de repente, um funcionário empurrou a porta do escritório de Emerson e entrou correndo, com um olhar de pânico:— Presidente Emerson, temos um problema!Emerson franziu a testa, olhando descontente para o funcionário:— Que é o problema?— As pessoas da Vigilância Sanitária vieram e disseram que nosso restaurante tem problemas de higiene e que precisamos passar por uma inspeção.Emerson se levantou e caminhou em direção à porta:— Por que a Vigilância Sanitária viria até aqui? Você sabe o motivo?— Sim, parece que as pessoas que comeram aqui ontem ficaram doentes em diferentes graus. Muitas foram ao hospital à noite para receber soro e lavagem estomacal. Eles acreditam que o problema foi com a comida do nosso restaurante, então ligaram para denunciar.Emerson, com passos largos, caminhou rapidamente até a frente do restaurante, onde os funcionários da Vigilância Sanitária, em uniformes, estavam fazendo anot
Emerson pessoalmente se despediu dos oficiais da Agência de Vigilância Sanitária. Após o carro, com identificação clara, partir, ele viu Sabrina correndo em sua direção. Emerson abriu os braços, e Sabrina mergulhou neles:— Por que os oficiais da agência vieram? O que aconteceu?Emerson acariciou os cabelos de Sabrina, com uma voz suave:— Não é nada, apenas um pequeno problema que já foi resolvido. Preciso ir ao hospital esta tarde.Sabrina sentiu que havia mais na história. Ela puxou Emerson para o restaurante, o pressionando a se sentar:— O que realmente aconteceu? Me conte. Por que você precisa ir ao hospital?Emerson explicou a situação de um consumidor que havia sido hospitalizado. Depois de ouvir, Sabrina franziu a testa, preocupada:— Definitivamente há algo errado aqui, pode ser uma retaliação intencional. Deveríamos chamar a polícia? — Sem evidências concretas, a polícia não saberia por onde começar, então só podemos começar investigando os pacientes do hospital para ve
Como poderia o filho da distinta família Ribeiro se submeter facilmente a uma mulher, ainda mais se essa pessoa for sua ex-namorada.Um traço de escárnio cruzou os olhos de Sabrina: — Não é necessário. Fabiano, o que começamos foi ridículo desde o início. Eu não deveria ter ignorado seus sentimentos e deixado meus pais te forçarem a ficar comigo.— Não é isso! — Exclamou Fabiano, interrompendo antes que Sabrina pudesse encerrar a chamada. — Sabrina! Fui eu quem implorou aos seus pais para que você ficasse comigo. Naquela época, havia pessoas interessadas em você, e eu não tinha certeza se o que sentia por você era amor, mas eu não podia suportar te ver com outra pessoa, então eu...Sabrina ficou chocada ao saber daquilo."Então, Fabiano havia implorado para ficar comigo e, mesmo assim, não me valorizava, continuando preso à sua paixão de juventude?"Ela riu ironicamente."Sou tão insignificante assim?"— Fabiano, o que você disse hoje só me fez achar você ainda mais repulsivo. Daqui p
[Eu sabia que você estava com saudades de mim!][Não se preocupe, estarei na Cidade do Sol amanhã de manhã! Depois de me ajustar ao fuso horário, encontrarei você para nos divertirmos!]Ao receber a mensagem de Janaína, Sabrina se animou: [Tá bom... Então, vou esperar você voltar...]Janaína, passando pela segurança para embarcar, não tinha tempo de ouvir Sabrina falar sobre Fabiano.Procurando entre os contatos do WhatsApp, Sabrina queria discutir isso com sua irmã Nina, mas se preocupou que ela pudesse estar filmando e decidiu não enviar a mensagem.Enquanto isso, Emerson estacionava seu carro prateado de luxo na garagem e estava prestes a sair quando seu celular tocou. Era o instalador da máquina de lavar louça.O instalador disse que bateu na porta por um bom tempo sem resposta, perguntando se não havia ninguém em casa e se Emerson havia esquecido que eles viriam."Ninguém em casa?" Confuso, Emerson respondeu:— Espere, subirei em um minuto. "Estranho, antes de eu voltar, Sabrina