— Se você não acredita, pode perguntar às pessoas ali que estavam assistindo. Eu nunca disse que ainda pensava no Fabiano. Todo o desprezo que demonstrei por ele depois do casamento foi genuíno. Eu nunca quis fingir nada na sua frente. Emerson, se você tem tanta desconfiança de mim, por que resolveu se casar comigo? Vamos nos acalmar um pouco. — Depois de falar, Sabrina se virou e deixou o terraço sem hesitar. No momento em que se afastou, as lágrimas rolaram incontrolavelmente. Ela estava realmente muito triste. Nunca havia se sentido tão mal como naquele momento. Seu coração parecia ser perfurado por agulhas, como se a dor fosse tão intensa que ela mal conseguisse respirar. Emerson permaneceu no mesmo lugar, imóvel por um longo tempo. Ele baixou os olhos e observou a palma de sua mão enquanto o vento frio do terraço soprava entre seus dedos. Era como se houvesse um buraco em seu coração, permitindo que o vento gelado atravessasse e o envolvesse em um frio penetrante e ins
As lágrimas haviam encharcado a colcha sob o corpo de Sabrina. Deitada na cama, ela observava as cortinas balançando incessantemente com o vento, os olhos vermelhos e ardentes. Virou o rosto e o enterrou no cobertor, respirando fundo antes de se levantar para pegar o travesseiro. Voltou a se deitar, envolta pelo cobertor, e caiu em um sono profundo. As lágrimas em seu rosto já estavam secas. Ela franzia as sobrancelhas enquanto dormia, encolhida como uma bola, assumindo uma postura completamente protetora. Chorou até se esgotar, sem nem perceber em que momento havia adormecido. Naquela manhã, Emerson saiu para trabalhar. Porém, um funcionário desmaiou de repente no restaurante, e ele, sem tempo para avisar Sabrina, precisou dirigir diretamente para o hospital com o colega. O que Emerson não esperava era encontrar Sabrina no hospital. Naquele momento, ele também estava aflito e acabou falando sem pensar. Deus sabia que, no instante em que o elevador se abriu e ele viu Sa
Álvaro entrou em contato com seu assistente para verificar para onde Sabrina havia ido. — Eu já pedi ao meu assistente para investigar. Sempre que Sabrina está chateada, ela costuma ir ao hotel Estrela do Mar, que fica nos arredores da cidade. É uma propriedade da família Amorim, registrada no nome dela. Foi um presente de aniversário de 18 anos dado pelo meu pai. Você pode tentar a sorte indo até lá. Emerson imediatamente entrou no carro e partiu. Embora normalmente não gostasse de dirigir em alta velocidade, dessa vez ele acelerou sem pensar duas vezes. Pelo caminho, chegou a avançar por vários sinais vermelhos. Ao estacionar o carro, desceu apressado e entrou correndo no saguão do hotel. Assim que a gerente do saguão o viu, já imaginou o motivo de sua presença. — Sr. Emerson. — Onde está a Sabi? — Emerson semicerrava os olhos, olhando para ela com frieza. — A Srta. Sabrina não está aqui. O rosto de Emerson ficou levemente rígido. — Tem certeza? A gerente do s
Patrícia ficou completamente chocada com as palavras do marido. Ela arrancou o celular de sua mão e desligou a ligação rapidamente, olhando para ele com uma expressão de indignação: — Emerson precisa de consolo agora. Você acha que ele quer brigar com a Sabrina? Um casal vivendo junto, como é possível não discutir de vez em quando? Osvaldo, ele é seu filho biológico! Como você pode dizer uma coisa dessas? E se, por causa dessas palavras que você disse, algo acontecer com ele? Você não vai se arrepender depois? Eu realmente não entendo do que é feita a sua cabeça! Quem errou foi a família Coronado, não a Virgínia, e muito menos o Emerson! Você entende isso ou não? Você vai acabar me matando de tanta raiva! Patrícia confiscou o celular dele, temendo que ele voltasse a ligar para insultar Emerson e atacar sua autoestima. Preocupada que Emerson pudesse fazer alguma bobagem em casa, ela imediatamente ligou para Dalila: — Dalila, vá até a casa do Emerson agora. Ele e a Sabrina brig
Muito tempo depois, ele finalmente entendeu que ela estava se desculpando por sua morte iminente. Desde então, ele nunca mais comeu sanduíches nem tomou leite. Lágrimas cristalinas escorriam lentamente de seus olhos. O corpo de Emerson foi aos poucos se inclinando, até que ele acabou deitado no tapete em frente ao sofá. Com as duas mãos pressionando o peito, os rostos de Sabrina e de sua mãe alternavam incessantemente em sua mente, enquanto as palavras de insulto que Osvaldo havia acabado de lançar contra ele ecoavam sem parar em seus ouvidos. Dalila estava na porta da casa de Emerson, apertando a campainha repetidas vezes, mas ninguém atendeu. Desesperada, ela não teve outra opção senão digitar a senha para entrar. Assim que entrou e viu Emerson caído no chão, Dalila ficou tão assustada que deixou a bolsa cair. Ela correu até ele e o ajudou a se levantar: — Emerson! Emerson, o que aconteceu com você?! Dalila deu leves tapas em suas bochechas. Quando viu o rosto pál
— Então você veio aqui, mas não foi pra acertar as contas com meu irmão, né? Dalila fez um biquinho, com uma expressão meio orgulhosa. Álvaro suspirou, sem saber o que dizer. — Na sua cabeça, eu sou tão cruel assim? Dalila respondeu: — Por que não seria? Álvaro hesitou por um momento. "Tá bom, melhor calar a boca." Não queria continuar aquela conversa, nada do que ela dizia era agradável de ouvir. — Você já bateu na sua irmã? — Dalila perguntou de repente. Álvaro respondeu com firmeza: — Não, eu nunca bati em mulheres. Quando minha irmã apronta, eu a disciplino, mas nunca levanto a mão. Apenas homens fracos batem em mulheres. Dalila ficou curiosa. — Como você a disciplina, então? — Confisco a mesada dela, ou proíbo de comprar roupas e bolsas novas por um mês. Às vezes, não deixo ela comer besteiras ou a faço ficar de castigo em pé. Outras vezes, não deixo ela ver os caras bonitos que ela gosta. Tem várias formas de punição, algumas nem lembro mais. Dalila fe
Ela não queria mais viver de jeito nenhum. Álvaro a observava com uma expressão indiferente enquanto Dalila caía e se levantava repetidamente, o beijando, com um ar extremamente desamparado. Por fim, ele pressionou a cintura de Dalila, abraçando ela e se sentando diretamente. Os lábios dos dois se separaram imediatamente. Dalila segurava os ombros dele com força, sem sequer ter coragem de levantar a cabeça para olhá-lo. Era o seu primeiro beijo. Que vergonha terrível. Álvaro arqueou ligeiramente as sobrancelhas elegantes, segurando ela com um braço enquanto se apoiava no batente da porta com a outra mão para se levantar. — Está tudo bem? — Perguntou ele, em tom casual, quando os dois estavam de pé novamente. Dalila balançou a cabeça, o rosto anormalmente corado. — Tudo... Tudo bem. O rosto de Álvaro permaneceu completamente impassível. — Que bom. Vou ao banheiro. Quando ele se virou, Dalila notou que havia manchas de água nas costas dele. Envergonhada, abaix
O quarto estava tão silencioso que não se ouvia som algum. Eles permaneceram parados à porta, e o único som perceptível era o da respiração de ambos.Álvaro, com sua alta estatura, se encostava ao batente da porta. Ao olhar para Dalila, parecia ter mil palavras a dizer, mas, ao mesmo tempo, nenhuma.Seu olhar era sempre muito gentil, como um lago tranquilo na primavera.Toda vez que Dalila encontrava aquele olhar, sentia que talvez ele também gostasse dela. Mas, sempre que uma única frase dele parecia esclarecer a relação entre os dois, ela voltava a acreditar que tudo não passava de imaginação sua.O paletó já sujo de Álvaro pendia de seu braço. Ele endireitou o corpo, ergueu a mão e bagunçou de leve os cabelos de Dalila, com um sorriso nos lábios finos:— Adivinha.Dalila fez um biquinho:— Você diz “adivinha”, como se eu fosse conseguir adivinhar.Álvaro riu e acenou para ela com a mão:— Se não quiser adivinhar, deixa pra lá. Vou embora. — Assim que terminou de falar, ele entrou di