Osvaldo disse: — Está bem, faça como achar melhor. Mas se lembre: você precisa sempre consultar a opinião da Dalila antes de qualquer coisa. Se ela não concordar, não a force, entendeu? Questões relacionadas aos filhos devem ser decididas por eles mesmos. Patrícia acenou com a cabeça de forma desinteressada: — Entendi, entendi. Ela soltou o braço de Osvaldo, pegou o celular e subiu as escadas, planejando descobrir o WhatsApp de Bianca para marcar um café e conversar com ela. Do lado de fora da Mansão dos Carmo Álvaro olhava para Dalila com os olhos semicerrados: — Você não disse que resolvia sozinha? Dalila, você me chamou aqui à toa. Não foi para eu ajudar a explicar nada, mas para me envolver nessa situação, certo? Os olhos de Álvaro se estreitaram ainda mais, e sua expressão carregava uma evidente insatisfação enquanto encarava Dalila. Dalila hesitou por um momento. Ela não esperava que Álvaro percebesse suas intenções tão facilmente. As mãos dela, pendendo ao la
— Pode ir. Dalila assentiu com a cabeça, o observando se afastar com suas longas pernas. Antes de entrar no carro, Álvaro se lembrou daquele abraço. Por que Dalila quis abraçá-lo de repente? Ao pensar no jeito hesitante dela há pouco, Álvaro sorriu involuntariamente. Ela era mesmo infantil... Até para perguntar o nome de um perfume precisava hesitar tanto? Como ela conseguia negociar no mercado? O carro preto desapareceu da vista, e Dalila ficou ali parada por um bom tempo. Só quando suas pernas ficaram rígidas foi que ela finalmente se virou lentamente. Toda garota, em sua juventude, tem um príncipe encantado no coração. Dalila não era exceção. O príncipe encantado dela era Álvaro. Desde o ensino fundamental até a universidade, eles sempre foram colegas de classe, mas haviam trocado pouquíssimas palavras. Na época, para ficar mais próxima de Álvaro, ela até pediu ao pai que a ajudasse a trocar de dormitório na universidade e passou a dividir o quarto com Nina, a
Álvaro lançou um olhar frio pelo salão privado, se detendo por fim na posição de Marilda. Ao redor dela, alguns homens já haviam bebido até perderem a compostura, com expressões nitidamente indecentes nos rostos. Com os lábios finos ligeiramente cerrados, Álvaro fez um gesto com o queixo em direção a Marilda: — O que aconteceu aqui? Marilda fungou o nariz antes de responder: — Esta noite tivemos um encontro acadêmico organizado pela faculdade. Depois da confraternização no hotel, nos trouxeram para cá para beber. Eu queria ir para casa, mas não me deixaram, e eu também não quis ofendê-los. Por isso te liguei. Desculpa se te incomodei. Álvaro não negou. De fato, ela o havia incomodado. Ele assentiu de leve, o rosto bonito tinha uma expressão intimidadora. Dando alguns passos até a mesa, ele estendeu a perna e chutou a canela do homem sentado ao lado. — Quem diabos me chutou...? Ah! Presidente Álvaro! Um palavrão ficou preso na garganta do homem e desapareceu assim qu
— Desculpe, Srta. Marilda. A razão pela qual aceitei vir a este encontro hoje foi apenas para agradar à minha mãe. Eu não tenho planos de namorar no momento. Além disso, você não é o meu tipo. Não quero me contentar com algo que não desejo. Se eu aceitasse você agora, seria uma falta de respeito com você. É melhor deixarmos tudo claro antes que qualquer um de nós não se envolva demais. Srta. Marilda, você é uma pessoa excelente, tenho certeza de que encontrará alguém melhor. Diante do verdadeiro amor, compatibilidade ou não, não importa. Marilda ergueu os olhos para ele, já vermelhos de tanto chorar. — Então, que tipo você gosta? O presidente do Grupo Interestelar gosta de garotas gentis, cultas e generosas. Não é isso o que todos dizem por aí? Álvaro respondeu calmamente: — Ser gentil, culta e generosa são apenas palavras. Em outras palavras, foi só um padrão que falei da boca para fora. Srta. Marilda, gostar é gostar, não gostar é não gostar. Se eu gostar de alguém, mesmo que
André encarou as costas de Marilda por um momento e, por fim, levantou o celular, tirando uma foto daquela figura encantadora. Ele baixou os olhos para a tela do celular, os lábios se curvaram levemente, e um sorriso sutil surgiu em seu olhar. O carro de aplicativo de Marilda chegou exatamente naquele momento. André observou ela entrar no carro e partir antes de lentamente desviar o olhar. Álvaro chegou em casa dirigindo seu carro preto, enquanto Rodrigo e Bianca haviam acabado de jantar. — Pai, mãe, cheguei. Depois de trocar os sapatos, Álvaro se aproximou e se sentou no sofá, massageando as têmporas com expressão cansada. Bianca lhe entregou um copo d'água: — Está muito cansado? Álvaro pegou o copo, tomou um gole e respondeu com indiferença: — Nem tanto. O mais cansativo foi acompanhar a Dalila em um passeio pelas lojas. Bianca perguntou: — E como foi o encontro de hoje? A moça é bonita? — É bonita, sim. — Respondeu Álvaro, mantendo o tom calmo. — Mas não fa
Ao olhar o histórico de mensagens entre as duas, Bianca teve uma vaga sensação de que aquela situação certamente tinha algo a ver com Álvaro. Quem saberia se Patrícia não estava tentando aproximar a filha dela de Álvaro. Dalila, Bianca já tinha visto antes. A moça era muito bonita e tinha muita classe. Se Dalila se tornasse sua nora, Bianca ficaria naturalmente satisfeita com isso. Só faltava saber a opinião de Álvaro. Depois de combinarem um horário para se encontrarem, a conversa entre as duas terminou. Bianca chegou a pensar em contar para Sabrina, mas, depois de refletir, decidiu que ainda era cedo demais para falar sobre o assunto. Seria melhor esperar que Álvaro e Dalila realmente ficassem juntos para, só então, contar a ela. O clima entre Sabrina e Emerson estava estranho naquele dia. Desde o ocorrido com o bebê pela manhã, Sabrina parecia completamente desinteressada em tudo. Falava e agia de forma apática, como se estivesse deprimida. Emerson também percebeu qu
Na manhã seguinte, foi Sabrina quem acordou antes de Emerson. Ela se levantou, lavou o rosto e desceu para comprar o café da manhã. Quando voltou para o apartamento, Emerson tinha acabado de acordar. — Comprei o café da manhã. Lave o rosto e venha comer logo. Depois, vamos ao trabalho. Emerson a encarou por alguns instantes, com os lábios finos cerrados, e assentiu com a cabeça. Entre eles, parecia que nada havia mudado e, ao mesmo tempo, tudo estava diferente. Como precisava acompanhar Janaína ao hospital naquela manhã, Sabrina decidiu ir dirigindo sozinha até o bar. Na garagem, ela olhou para o Porsche rosa e se lembrou da corrida com Fabiano naquele dia. Então, optou pelo Maserati branco. Ao sair da garagem, o carro prateado de Emerson a seguiu de perto. Os dois chegaram ao trabalho um atrás do outro. Normalmente, Sabrina estacionava o carro no estacionamento atrás do Restaurante Encontro, mas daquela vez ela entrou diretamente no subsolo do Bar da Adoração. Emerso
Sabrina achou que ela tinha razão: — Você está certa. Vou conversar com ele hoje à noite. Talvez, depois de pensar com calma, a gente não tenha mais tantas divergências. Janaína sorriu gentilmente: — Isso mesmo. Coloque as coisas para fora, não guarde para si. Vai que o Emerson nem pensa assim? Sabrina assentiu com a cabeça e, girando o volante, entrou no estacionamento do hospital. Elas chegaram ao Hospital Esperança. De mãos dadas, entraram no prédio e subiram diretamente de elevador para o setor de obstetrícia. Depois de fazer a ficha, Sabrina se sentou em um banco ao lado de Janaína. — Sabi, estou tão nervosa. Janaína segurou o braço de Sabrina e a olhou com uma expressão fragilizada. Sabrina afagou os cabelos dela: — Não fique nervosa, vai dar tudo certo. Janaína assentiu novamente. Chamaram o nome dela em seguida. Janaína soltou a mão de Sabrina e entrou no consultório médico. Após uma breve conversa, o médico entregou um pedido de exames. Primeiro, seri