Por fim, Álvaro entregou o cartão diretamente à vendedora: — Vou levar tudo. Quando saíram da loja de roupas, os dois estavam carregando uma pilha de sacolas. O andar de baixo da loja era dedicado à moda masculina. Álvaro originalmente planejava ir embora, mas foi puxado por Dalila para o departamento de roupas masculinas. — Álvaro, você comprou tantas coisas para mim hoje. Em retribuição, que tal eu te dar algo também? Álvaro suspirou, sem saber o que dizer: — Eu não preciso. As roupas dele eram entregues mensalmente por estilistas, e ele sequer conseguia usar todas. Dalila insistiu: — Faz do meu jeito, vai. Ela havia acabado de trocar de roupa por um novo vestido branco na loja, bem diferente do anterior. A barra do vestido era decorada com flores bordadas em relevo, e o modelo de alças destacava sua pele clara e translúcida, fazendo ela parecer radiante. O ar-condicionado do shopping estava no máximo, e um arrepio passou nos braços de Dalila. Enquanto ela esc
Dalila fez um biquinho e retrucou: — Isso é um absurdo. Por que buscar a imperfeição quando se pode ser perfeito? Não é uma coisa boa tentar ser perfeito sempre que for possível? Álvaro, não me diga que você é como aquele cara que passou anos gostando de alguém sem coragem de se declarar. O olhar de Álvaro ficou ligeiramente sério: — Você acha que há algo que eu não teria coragem de fazer? Dalila deu de ombros e disse: — É verdade, você realmente não tem esse problema. Tá bom, foi coisa da minha cabeça. O carro preto parou na entrada da Mansão dos Carmo. Dalila desceu do banco do passageiro, abriu a porta de trás e pegou as roupas que Álvaro havia comprado para ela. — Vamos, Presidente Álvaro. Se essa encenação de hoje der certo, depois eu te pago um jantar. Vou considerar que te devo um favor. Álvaro deu um leve sorriso: — Combinado. Patrícia tinha acabado de voltar de uma sessão de beleza e, naquele momento, estava sentada no sofá mexendo no celular. Ela havia
— Somos todos conhecidos, ajudar em momentos difíceis é o certo a fazer. Olha só, que educação! Patrícia começava a achar Álvaro cada vez mais agradável aos olhos. Ela o convidou a entrar: — Entre e se sente. A propósito, Dalila foi a um encontro às cegas. Por que você também estava lá? Álvaro, um pouco constrangido, apertou os lábios: — Eu também fui a um encontro às cegas. Minha mãe anda me pressionando para casar. As sobrancelhas de Patrícia se arquearam levemente, e um brilho significativo passou por seus olhos:— Ah, entendi. Se sente, por favor. Álvaro se acomodou no sofá, e uma empregada serviu um café, o colocando à sua frente. Ele pegou a xícara e tomou um pequeno gole, mantendo a expressão tranquila em seu rosto elegante, enquanto sua aura parecia mais acessível. Aquele que, no ambiente de trabalho, era frio como gelo, estava surpreendentemente dócil. Dalila lançou a ela um olhar de desprezo, pensando para si mesma que ele realmente sabia como fingir. Patrí
Osvaldo disse: — Está bem, faça como achar melhor. Mas se lembre: você precisa sempre consultar a opinião da Dalila antes de qualquer coisa. Se ela não concordar, não a force, entendeu? Questões relacionadas aos filhos devem ser decididas por eles mesmos. Patrícia acenou com a cabeça de forma desinteressada: — Entendi, entendi. Ela soltou o braço de Osvaldo, pegou o celular e subiu as escadas, planejando descobrir o WhatsApp de Bianca para marcar um café e conversar com ela. Do lado de fora da Mansão dos Carmo Álvaro olhava para Dalila com os olhos semicerrados: — Você não disse que resolvia sozinha? Dalila, você me chamou aqui à toa. Não foi para eu ajudar a explicar nada, mas para me envolver nessa situação, certo? Os olhos de Álvaro se estreitaram ainda mais, e sua expressão carregava uma evidente insatisfação enquanto encarava Dalila. Dalila hesitou por um momento. Ela não esperava que Álvaro percebesse suas intenções tão facilmente. As mãos dela, pendendo ao la
— Pode ir. Dalila assentiu com a cabeça, o observando se afastar com suas longas pernas. Antes de entrar no carro, Álvaro se lembrou daquele abraço. Por que Dalila quis abraçá-lo de repente? Ao pensar no jeito hesitante dela há pouco, Álvaro sorriu involuntariamente. Ela era mesmo infantil... Até para perguntar o nome de um perfume precisava hesitar tanto? Como ela conseguia negociar no mercado? O carro preto desapareceu da vista, e Dalila ficou ali parada por um bom tempo. Só quando suas pernas ficaram rígidas foi que ela finalmente se virou lentamente. Toda garota, em sua juventude, tem um príncipe encantado no coração. Dalila não era exceção. O príncipe encantado dela era Álvaro. Desde o ensino fundamental até a universidade, eles sempre foram colegas de classe, mas haviam trocado pouquíssimas palavras. Na época, para ficar mais próxima de Álvaro, ela até pediu ao pai que a ajudasse a trocar de dormitório na universidade e passou a dividir o quarto com Nina, a
Álvaro lançou um olhar frio pelo salão privado, se detendo por fim na posição de Marilda. Ao redor dela, alguns homens já haviam bebido até perderem a compostura, com expressões nitidamente indecentes nos rostos. Com os lábios finos ligeiramente cerrados, Álvaro fez um gesto com o queixo em direção a Marilda: — O que aconteceu aqui? Marilda fungou o nariz antes de responder: — Esta noite tivemos um encontro acadêmico organizado pela faculdade. Depois da confraternização no hotel, nos trouxeram para cá para beber. Eu queria ir para casa, mas não me deixaram, e eu também não quis ofendê-los. Por isso te liguei. Desculpa se te incomodei. Álvaro não negou. De fato, ela o havia incomodado. Ele assentiu de leve, o rosto bonito tinha uma expressão intimidadora. Dando alguns passos até a mesa, ele estendeu a perna e chutou a canela do homem sentado ao lado. — Quem diabos me chutou...? Ah! Presidente Álvaro! Um palavrão ficou preso na garganta do homem e desapareceu assim qu
— Desculpe, Srta. Marilda. A razão pela qual aceitei vir a este encontro hoje foi apenas para agradar à minha mãe. Eu não tenho planos de namorar no momento. Além disso, você não é o meu tipo. Não quero me contentar com algo que não desejo. Se eu aceitasse você agora, seria uma falta de respeito com você. É melhor deixarmos tudo claro antes que qualquer um de nós não se envolva demais. Srta. Marilda, você é uma pessoa excelente, tenho certeza de que encontrará alguém melhor. Diante do verdadeiro amor, compatibilidade ou não, não importa. Marilda ergueu os olhos para ele, já vermelhos de tanto chorar. — Então, que tipo você gosta? O presidente do Grupo Interestelar gosta de garotas gentis, cultas e generosas. Não é isso o que todos dizem por aí? Álvaro respondeu calmamente: — Ser gentil, culta e generosa são apenas palavras. Em outras palavras, foi só um padrão que falei da boca para fora. Srta. Marilda, gostar é gostar, não gostar é não gostar. Se eu gostar de alguém, mesmo que
André encarou as costas de Marilda por um momento e, por fim, levantou o celular, tirando uma foto daquela figura encantadora. Ele baixou os olhos para a tela do celular, os lábios se curvaram levemente, e um sorriso sutil surgiu em seu olhar. O carro de aplicativo de Marilda chegou exatamente naquele momento. André observou ela entrar no carro e partir antes de lentamente desviar o olhar. Álvaro chegou em casa dirigindo seu carro preto, enquanto Rodrigo e Bianca haviam acabado de jantar. — Pai, mãe, cheguei. Depois de trocar os sapatos, Álvaro se aproximou e se sentou no sofá, massageando as têmporas com expressão cansada. Bianca lhe entregou um copo d'água: — Está muito cansado? Álvaro pegou o copo, tomou um gole e respondeu com indiferença: — Nem tanto. O mais cansativo foi acompanhar a Dalila em um passeio pelas lojas. Bianca perguntou: — E como foi o encontro de hoje? A moça é bonita? — É bonita, sim. — Respondeu Álvaro, mantendo o tom calmo. — Mas não fa