— Cem mil! Embora Álvaro normalmente lhe desse muitos cartões bancários, isso era dinheiro de verdade, e um cartão de compras era algo inédito. As sobrancelhas elegantes de Emerson se ergueram levemente: — Você gosta desse tipo de cartão? Sabrina respondeu: — Gosto, claro! Todas as mulheres gostam de cartões de compras, cartões de padaria e outros que dão alguma vantagem. Os lábios de Emerson se curvaram em um sorriso gentil: — Então, se algum parceiro de negócios me der um cartão de compras, eu guardo para você. Sabrina piscou para ele: — Você também já recebeu um de cem mil? Emerson respondeu: — Já. Recebi um de duzentos mil uma vez, mas acabei não usando muito e, depois, doei. Doou. Sabrina o olhou com seriedade: — Sr. Emerson, por favor, da próxima vez, doe para sua esposa, está bem? Emerson não conseguiu conter o riso: — Combinado, Sra. Carmo. Pode ficar tranquila, da próxima vez será seu. Sabrina, satisfeita, guardou o cartão na bolsa. Ao fechar
Sabrina nasceu com um espírito rebelde. Ao ouvir Emerson falar daquela forma, ela ergueu o queixo, desafiadora, e o encarou diretamente: — Hmph, você acha que eu sou uma pessoa medrosa? Nem pensar que vou chorar e implorar! Emerson, o que você vai fazer, me devorar? O olhar de Emerson ficou ainda mais perigoso. Ele pressionou os lábios finos e, sem expressão, lançou um breve olhar para a mulher em seus braços. — O que você acha, Sabi? O elevador chegou ao destino. Sabrina estava aninhada nos braços dele, com os braços finos firmemente enroscados em volta de seu pescoço, como vinhas agarradas a um tronco. Encostada no peito dele, ela respondeu em um tom manhoso: — Emerson, não me trate mal, hein. Se você me maltratar, eu vou fugir de casa. Emerson riu, um som baixo e sombrio: — Se você ousar fugir de casa, eu quebro suas pernas. Sabrina o olhou, chocada: — Você teria coragem de cometer violência doméstica?! Antes que Emerson pudesse responder, ela ouviu o som da
— Sabi, não se esqueça daquilo que você me prometeu hoje à noite. — Assim que terminou de falar, Emerson se levantou e entrou no closet. Sabrina o observou, confusa, sem entender o que estava acontecendo. Um minuto depois, ele saiu do closet segurando um vestido branco feito de renda. Não, para ser mais preciso, aquilo não era exatamente um vestido. Era basicamente um pedaço de tecido fino e translúcido. Sabrina o encarou, chocada, enquanto seu olhar demonstrava, aos poucos, resistência: — O que você está querendo fazer? Emerson respondeu, sério: — Você acabou de prometer que seria minha princesa por uma noite. Não pode voltar atrás agora. Sabrina se levantou rapidamente, puxando o cobertor para cobrir o corpo: — Eu não quero! Emerson, você não pode brincar assim. Eu não vou vestir isso! "O que era aquilo, afinal...? Era melhor nem usar nada." Sabrina o olhou com um semblante de desespero: — Isso é pior do que ficar sem roupa, querido. Por favor, me poupe... Q
A atmosfera no quarto se tornava cada vez mais íntima. Naquela noite, Emerson parecia uma máquina incansável, movida por um desejo que não tinha fim. Era como se ele tivesse perdido completamente a audição, incapaz de ouvir os pedidos de Sabrina para que parasse. Quando finalmente tudo terminou, Sabrina estava exausta, à beira da inconsciência. Com os olhos turvos, a única coisa que conseguiu enxergar foi o rosto sério de Emerson e o suor escorrendo pela testa dele. Quando acordou novamente, já era meio-dia do dia seguinte. Com esforço, levantou os braços doloridos e abriu os olhos pesados apenas o suficiente para deixar entrar uma fresta de luz. O sol que entrava pela janela era forte e incômodo. Ela se encolheu sob o cobertor, se virou para o lado e decidiu dormir mais um pouco. Emerson também ainda não havia se levantado. Ao vê-la espontaneamente procurar o calor de seus braços, ele a puxou para perto e a envolveu em um abraço. Depois de ajeitar o cobertor sobre
Mas, se ele realmente a amava, por que não aceitava ter um filho com ela? Sabrina começava a não entender Emerson. Ela terminou de se lavar rapidamente, saiu do banheiro e viu Emerson sentado na cama, distraído. Se aproximando, parou ao lado dele e perguntou em voz baixa: — Emerson, você não gosta de crianças? Emerson levantou a cabeça e encontrou o olhar dela no ar. Sabrina ainda não o amava completamente. Ter um filho naquele momento, realmente não seria uma escolha sábia. Ele queria esperar até que Sabrina o amasse de verdade para que pudessem conversar sobre ter filhos. Por ter crescido em um ambiente carente de amor, Emerson não queria que seu filho passasse pelo mesmo. Respirou fundo, e sua voz saiu ligeiramente rouca: — Não, eu não gosto. Mesmo que gostasse, não era o momento de ter filhos. O coração de Sabrina se encheu de uma frieza gradual. — Está bem, entendi. Então, não teremos filhos. — Depois de dizer isso, ela pegou o celular e foi para a sala.
Marilda encarou Álvaro por um momento e, ao abrir a boca, sua voz era suave como a água: — Olá, Sr. Álvaro. Desculpe, o trânsito estava um pouco congestionado. Cheguei alguns minutos atrasada e fiz você esperar. Álvaro sorriu, despreocupado: — Não tem problema. Acabei de chegar também. O que gostaria de beber? Marilda sorriu com extrema delicadeza e, quando sorria, duas covinhas bem marcadas apareciam em suas bochechas, o que a fazia parecer doce, além de gentil: — Eu só quero um copo de água morna. Não costumo tomar café. "Não toma café e ainda marca um encontro em uma cafeteria?" Álvaro arqueou levemente as sobrancelhas, surpreso. Marilda pareceu notar os pensamentos dele e apertou os lábios, ligeiramente constrangida: — Eu sei que você é o presidente de uma empresa listada na bolsa, e pessoas como você devem gostar de café, por isso escolhi este lugar para nos encontrarmos. Desculpe, foi engraçado da minha parte. Seus gestos e palavras eram impecáveis, tudo feito
No momento em que pensava em chamar o garçom para pedir outro café, uma voz familiar soou ao seu lado: — Senhor, por favor, me solte. Acho que este encontro de hoje foi completamente insatisfatório. Que papel você está querendo interpretar? — Tudo bem, você é uma presidente, mas e daí? A fortuna da família Carmo não vai acabar nas mãos do seu irmão mesmo? Você acha que é algum tipo de artigo raro agora? Pois vou te dizer: uma mulher, depois dos trinta anos, por melhores que sejam suas condições, ninguém mais a quer. Olhe para você mesma, que tipo de coisa acha que é? Está realmente se achando algo especial? Pare com essa pose de recatada! Antes mesmo de terminar a frase, a mulher à sua frente pegou uma xícara de café e atirou nele com toda força. O homem, pego completamente de surpresa, se levantou bruscamente da cadeira e, furioso, levantou a mão para desferir um tapa nela. A mulher, incapaz de desviar a tempo, fechou os olhos, tomada pelo medo. Ela já esperava pelo impacto
Álvaro franziu levemente as sobrancelhas, seu olhar estava fixo em Marilda. Ele era sempre contido, sabia exatamente como se portar. Entendia que ela era apenas uma parceira em um encontro arranjado e, por isso, não perguntou sobre sua relação com Dalila. Ainda assim, manteve uma postura cortês e educada. As sobrancelhas franzidas de Álvaro gradualmente se suavizaram, e ele respondeu com um tom calmo: — Tudo bem. Você veio de carro? Precisa que eu a leve para casa? Marilda balançou a cabeça: — Não precisa. Sr. Álvaro, se não se importar, podemos trocar WhatsApp? Álvaro pegou o celular, abriu o QR Code e o colocou diante dela: — Claro. Dalila estava ao lado dele, observando toda a interação entre Álvaro e sua parceira de encontro. Ficava claro que eram educados um com o outro, mas não havia intimidade. Marilda escaneou o QR Code de Álvaro e enviou uma mensagem. Ele abriu rapidamente, e salvou o nome dela nos contatos. O sorriso no rosto de Marilda se alargou. Ain