Bill chegou em sua casa andando tranquilamente. Ele estava aéreo. Pensava sobre o anel, tanto quanto qualquer outra coisa. Incluindo o envelope que recebera. Mas desta vez, a caixinha dos correios foi como dar um sopro de memória. Ele puxou sua mochila para a frente e abriu o zíper, pegando o envelope amarelo e o analisando com mais atenção. Ele o abriu.
"Levei tempo demais pensando se escreveria esta carta ou não. Talvez tempo suficiente para comprovar que o que sinto é real, mas a verdade é que eu possa, até certo ponto, compreender o que você faria se soubesse disso. Então... bem, eu não sei se eu chegarei a entregar esta correspondência, mas caso aconteça, peço que tente entender. Eu gosto de você. Desde aquele dia no colégio... Bom, você sabe onde me encontrar.
Com amor, Samara."
(Atenção: Este capítulo contém conteúdo sensível) Um dia após o desaparecimento de Edward Bailey O pai de Adam Wason retirou do fundo de sua velha camionete, os troncos de lenha que comprou com desgosto, de Kevin Conington, na Johnson com a Avenida Alabama, depois do estádio municipal. Ele não tinha opção a não ser fechar negócio com velho rabugento. Era isso ou morrer de frio. Mas, Conington tinha a mania de subir o preço das toras de madeira, mais que o dobro, naquela temporada, o que irritava o senhor Wason e seus cem outros clientes. Adam largou o pedaço de sanduíche que comia e correu para fora para ajudar o pai, antes que ele gritasse seu nome, como de costume. — Cuidado com os espetos — o
The Liontown Post, 27 de Janeiro de 1995. PARANORMALIDADE OU HISTERIA? No último domingo, 22 de janeiro (95), a jornalista Brenda J. Boudreau acompanhou o investigador particular Robert Phillips, do departamento de segurança pública do condado de Delaware, na reabertura do caso"Chama". Coletaram então, por entrevistas, os boatos confirmados mais tarde, por duas ex-estudantes do colégioDoctor John Dalton, de que Samara, a filha dos Morris, teria envolvimento direto com o acidente na instituição em 10 de setembro de 1977. "Ela sempre foi muito isolada do resto dos alunos do colégio,"diz Patricia, uma das ex-alunas que presenciou os eventos em 1977. É agora, uma mulher de meia-idade, com filhos da mesma idad
A porta da casa do Smith estava aberta e uma fria brisa, percorreu pelos cômodos até atingir o homem deitado no sofá. Daniel deu um longo suspiro e despertou, como se fosse beijado pela própria morte. Seus olhos giraram em um grau nada convencional, até pararem fixamente apontados para o teto e sua grande mancha de umidade. Quando ele olhava para aquilo, sempre imaginava que a mancha formava a imagem de um coala. Um coala gordo e feio. Sentado, retomou a consciência do que estava acontecendo. Puxou a garrafa de uísque que ainda repousava em uma mesinha de centro e lamentou-se ao perceber estar vazia, se levantou rápido, num pulo de gato, ainda tremendo com o frio que entrava sem permissão pela porta aberta. Xingou a si mesmo mentalmente por sempre fazer isso e olhou com um breve movimento de olhos, as horas no relógio de pulso que tinha sob a manga da camiseta amass
Na biblioteca, Melissa olhava impaciente as olhas no relógio, acompanhando com ansiedade o discurso amarrado de Bill Lewis e sua teoria de homem-do-saco.— São quase sete da noite, Bill. Você pode ir direto ao ponto. O que você pensa que aconteceu com o Edward? Se você sabe onde ele está, é melhor você falar agora — Melissa disse, interrompendo Bill e levantando-se da cadeira. O ambiente estava aquecido. Era agradável estar ali, mas ela desejaria, mais que qualquer coisa, estar do lado de fora, procurando pelo amigo.Bill enfiou a mão novamente no bolso, engolindo o nó que se destacava em sua garganta, ainda meio indeciso e confuso. Ele olhava para os lados com medo. Um grande e incessante es
No corredor vazio e quente, devido ao sistema de calefação que aquecia o ambiente, ele andou apressado pelos corredores, mas não queria ir ao banheiro. A desculpa era uma maneira dele sair e executar uma micro missão: chegar à biblioteca. Bill sabia haver computadores e impressoras lá. Não sabia ao certo porque queria imprimir a foto de Daniel Smith, mas faria, como parte de sua investigação.Havia dois corredores principais e ambos davam acesso aos banheiros, contudo, na ala esquerda era o banheiro masculino e na direita, o feminino. Na ala direita também havia a entrada principal para a biblioteca. Era uma grande sala inserida no coração da instituição. Um local, como um quarto secreto, sem janelas. Havia apenas fileiras e mais fileiras de estantes de livros de todos os gêneros, tamanhos e cores. Bill
Liontown. Residência dos Lewis, verão de 1994.Todos os verões, Eva e Larry tiravam férias de uma semana, de seus trabalhos monótonos para aproveitar a estação que se iniciava vívida. Eles costumavam ir para a casa dos pais da matriarca da família, que era em uma fazenda na cidade vizinha, quase que em divisa com Liontown, se não fosse separada pelo rio Wax, que se encontrava com outro famoso rio da região (Warmwater), e que vinha do leste do Estado. Bill amava isso. Gostava de ir para a fazenda, ver bichos e insetos que ele acreditava que só existiam nos programas de tevê. O jovem garotinho de quatro anos, tinha as melhores habilidades quando o assunto era, insetos e desenhos. Se ele pudesse criar seus próprios besouros, certamente faria. A criatividade dele estava no ápice. Entretanto, o passat
Bill desdobrou o papel com a imagem de Daniel e analisou o rosto dele, segurando a respiração e recordando do dia em que esteve cara a cara com o homem. O menino se questionou mentalmente se aquele homenzarrão, sem muitas suspeitas, teria coragem de fazer coisas terríveis e medonhas, das quais nem ele conseguia manter imagens imaginárias em mente por muito tempo. De todos os esboços de pensamentos que Bill teve em relação às indagações, a maioria deles concordavam que sim, Daniel Smith era tenebroso.O garoto franzino se levantou do chão frio da biblioteca, e foi até a porta que ainda estava trancada. Olhando através do que parecia ser uma janela translúcida, ele esperou, em silêncio, com a testa posta sobre o vidro, tão limpo quanto uma película invisível e concreta que parec
Um vento frio e tímido era a única coisa que parecia se mover naquele momento, onde o silêncio era o grande ator da peça de horror que se iniciava.— Talvez tenha. Eu estou tentando entender, tá legal… — respondeu Bill, tão sério quanto assustado. Adam se enraivou ainda mais e Melissa ficou apenas como um balão ao vento, sem rumo, prestes a encontrar a mais bonita cerca de arame farpado. Ela procurava nos olhos de Bill respostas que os lábios dele, não pareciam querer contar, mas ele fez, para sua surpresa — Daniel Smith. Há alguns dias, Edward me entregou este anel — ele retirou o objeto do bolso — disse-me que o encontrou no dia do ritual. Justamente próximo ao carro, que fora escondido nos arbustos que havia na estrada, talvez propositalmente para atrasar nossa saída ou para pre