Peixe de Água Doce

Crônica VI

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Peixe que nada. Que nada sente. Nada constrói, nada destrói. Que nada busca, senão alimento. Que nada teme, salva-se o polido metal reluzente. Que nada sofre, ou perde. Que nada machuca. Em nada permanece, nada justifica. Nada cria, nada ama.

Nas águas frias vagueia. Não se ouve sua voz, nem suas súplicas. Se chora, ninguém vê; suas lágrimas misturam-se as partículas polares e inodoras. Aquilo que o cerca é seu lar. Faz dele um peixe, conferindo-lhe seu caráter aquático. O protege, auxilia. Entretanto, essa substância, uma vez dentro de seu corpo, mata-o. A mesma, que lhe dá a vida, tira-a. Isso porque, seu organismo não está apto a receber toda a molécula de água, ao contrário, retira apenas o oxigênio. E mesmo em termos científicos e complexos, nada poderia explicar a verossimilhança entre mim e o peixe

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