Clube das Desapaixonadas
Clube das Desapaixonadas
Por: QiShuang
Prólogo

Lasgo estava berrando nos alto-falantes da pista de dança da casa noturna mais badalada e cara da cidade. Incrível como essa música parece transcender gerações na pista de dança e acho até que a minha avó já se sacudiu nesse som.

Meus ouvidos estão meio surdos. Eu não escuto direito quando as pessoas falam comigo e parece que a música está lá longe. É tontura por causa do pileque que já tomei acrescido de beijos dados por Eduardo, tão fortes que perco o fôlego e sua barba marca minha pele, causando dormência.

Fui pega de surpresa e estou lascada.

Com uma mão seguro meu Cosmopolitan que faço questão de tomar toda vez que estou nessas festas, só poque a Carrie Bradshaw toma. Acho que me identifico com ela porque ela sempre foi romântica em busca de um príncipe encantado para o tal “felizes para sempre” e que nunca apareceu. Realmente, ele nunca apareceu.

Não se engane com Eduardo. Ele não é o cara legal, só o cara gostoso, no tipo “lindo-como-um-modelo-de-propaganda-de-cuecas”. O tipo de cara de quem eu resolvi me vingar e que foi responsável por tudo isso o que aconteceu na minha vida! Essa virada maluca que ela recebeu. Mas o que posso fazer se ele me deixa de pernas bambas e sem reação?

Posso sentir seu perfume, que já conheço de outros carnavais — na verdade, desse Carnaval — e os braços musculosos e fortes que enlaçam minha cintura. Sinto meu sapato de salto sair um pouco do pé, estou quase perdendo o equilíbrio...

Algo acontece. É o cara legal. Ele está bem ao meu lado, cruzando os braços e soltando a minha outra mão, que a segundos atrás ele conficou para si, dizendo ter algo importante para me dizer. Ele é meu melhor amigo, aquele que dá os melhores conselhos e em quem eu nunca dei sequer um beijinho na boca... na verdade eu dei, foi há milênios atrás.

A dúvida que tenho é se devo segurar seu toque, ou largá-lo para usar a mão livre e expulsar Eduardo dali.

É neste exato micro-segundo que essa dúvida leva que vejo minha vida inteira passar diante dos meus olhos... não exatamente a minha vida inteira, ou este relato ficaria gigante e vocês morreriam de tédio, mas só a parte que importa...

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