5. O REENCONTRO

CAPITULO 5

O REENCONTRO

O significado daquela mensagem parecia claro, mas ao mesmo tempo nebuloso. Clara sentiu a urgência da decisão crescer dentro dela. Se aceitasse o destino que Lorenzo lhe propusera, estaria se lançando em uma jornada que transcendia sua própria compreensão, um caminho onde o tempo, a realidade e o amor se entrelaçavam de maneiras insondáveis. Mas e se recusasse? Haveria uma fuga verdadeira de algo que, de certa forma, sempre fez parte dela?

Nesse momento, um som sutil interrompeu seus pensamentos. A porta pela qual havia entrado começou a se fechar lentamente, como se o próprio tempo estivesse esgotando sua paciência. Com o coração apertado, Clara soube que não poderia ficar ali para sempre.

Com um último olhar ao redor da sala, Clara tomou sua decisão. Fechou o livro suavemente, sentindo o calor de suas páginas se dissipar em suas mãos, e deu um passo em direção à saída. Mas antes de alcançá-la, algo a deteve. Uma voz familiar ecoou pela sala, doce e dolorosa ao mesmo tempo: "Clara, espere."

Era Lorenzo.

Ele estava ali, parado à porta, como se nunca tivesse ido embora. Seus olhos, agora cheios de uma urgência diferente, encontraram os dela, e naquele instante, Clara compreendeu. Não era apenas sobre aceitar ou recusar o destino; era sobre compreender que ambos, ela e Lorenzo, estavam destinados a fazer essa escolha juntos, a moldar o futuro com suas próprias mãos, independentemente do que o tempo lhes viesse a reservar.

Seus lábios se tocaram levemente e uma explosão de amor os invadiu  como se todo o tempo que se passaram separados não teve significado nenhum. Aquele beijo era mais que um reencontro; era uma promessa silenciosa de que, dali em diante, não haveria mais hesitações, medos ou queixas. Clara sentiu o peso da decisão se dissipar, e em seu lugar surgiu a certeza de que o futuro, por mais incerto que fosse, seria enfrentado lado a lado. Lorenzo, com um leve sorriso, segurou sua mão, e, juntos, eles deram o primeiro passo em direção a um novo começo, onde o amor seria a única

"Você não precisa fazer isso sozinha," ele disse, aproximando-se devagar. "Mas precisamos fazer isso agora."

Clara olhou para a chave de prata que ainda estava em suas mãos, reluzindo à luz suave que preenchia a sala. Sabia que sua escolha final, a mais importante de todas, estava diante dela. Lorenzo estendeu a mão, e, sem hesitar, ela a aceitou.

O mundo ao redor deles parecia se dissolver em silêncio, como se nada mais importasse além daquele momento. A mão de Lorenzo, quente e firme, transmite segurança a Clara. Cada batida do seu coração estava em sintonia com a dela, criando uma conexão que transcendia o tempo e o espaço.

— Clara! Ele sussurrou, quase sem voz, quebrando o silêncio —, eu nunca deixaria de te procurar!

— Talvez fosse necessário — Clara finalmente respondeu, a voz calma, mas cheia de emoção. Para que hoje possamos estar aqui, inteiros. Lorenzo concordou, como se aquele pensamento tivesse o poder de apagar a culpa e o remorso. O vento lá começou a soprar mais forte, balançando nas árvores, mas o frio não os alcançou. Dentro daquele abraço, o calor do amor recém-renovado.

Ela o olhou profundamente, sem palavras. As lembranças da ausência, das dúvidas e das noites solitárias passaram como um relâmpago, mas já não importavam. O que tinha diante deles era mais forte que o passado.

E naquele toque, naquele simples gesto, o mundo ao redor pareceu se transformar. Os espelhos começaram a brilhar, refletindo não apenas o presente, mas futuros possíveis, fragmentos de vidas que ainda não haviam vivido, escolhas que poderiam fazer. E juntos, Clara e Lorenzo deram o primeiro passo rumo ao desconhecido, prontos para enfrentar o que quer que o destino lhes reservasse — juntos.

Sem soltar sua mão, Lorenzo a converteu para fora da casa, para um novo horizonte que, agora, eles estavam prontos para seguir

Quando Clara e Lorenzo deram aquele primeiro passo, a sala ao redor deles começou a se desmaterializar, como se o próprio tecido da realidade estivesse se desfazendo. O chão desapareceu sob seus pés, e ambos foram engolidos por uma escuridão silenciosa, flutuando em um vazio infinito. No entanto, Clara não sentia medo. Com a mão de Lorenzo segurando a sua, uma sensação de segurança a envolvia, como se estivessem navegando juntos por uma dimensão além do tempo e do espaço.

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