4. CHAVE DE PRATA - SEGREDOS REVELADOS

CAPITULO.4

CHAVE DE PRATA – SEGREDOS REVELADOS

Ao chegar, o vento frio balançava as árvores, como se o tempo também aguardasse por ela. Na casa, tudo parecia inalterado, mas Clara sabia que algo ali a aguardava. Seus olhos percorreram cada canto até que, finalmente, encontrou uma velha porta de madeira trancada no porão, uma que nunca havia notado antes.

Com as mãos trêmulas, ela encaixou a chave na fechadura. O clique suave reverberou pelo silêncio, e, ao abrir a porta, Clara sentiu o mundo mudar ao seu redor. O que a esperava do outro lado não era apenas um lugar, mas uma revelação que colocaria tudo o que ela pensava saber à prova.

O passado de Lorenzo, o futuro de Clara, e a verdadeira natureza do destino que eles compartilhavam... tudo estava prestes a ser revelado.

Clara respirou fundo antes de atravessar o batente da porta. O ar ali era denso, quase palpável, como se carregasse o peso de segredos antigos. À sua frente, um corredor estreito, iluminado por uma luz suave e dourada, conduzia a uma sala circular, cujas paredes eram cobertas por espelhos. Cada espelho refletia uma versão diferente de si mesma — algumas familiares, outras estranhamente distantes, como se pertencessem a realidades alternativas.

No centro da sala, uma mesa de madeira de lei, e sobre ela, um objeto que imediatamente chamou sua atenção: um livro antigo, de capa em couro, com o nome de Lorenzo gravado em letras douradas. Tremendo de curiosidade, Clara se aproximou, mas antes de tocar o livro, a sala pareceu estremecer, como se reagisse à sua presença.

"Você chegou até aqui," uma voz profunda ecoou ao redor, mas não havia ninguém ali. "Mas está preparada para as verdades que vai descobrir?"

Clara engoliu seco, mas algo dentro dela a impulsionava a seguir adiante. Lentamente, abriu o livro e as páginas começaram a se mover por conta própria, até parar em uma imagem familiar: a da chave de prata que Lorenzo havia lhe dado. Ao lado da imagem, havia um texto escrito em uma língua que ela não conhecia, mas que, de alguma forma, conseguia entender.

“Essa chave não abre portas... abre almas. Lorenzo escolheu você por uma razão, Clara. O destino de vocês dois está interligado desde o início dos tempos.”

Clara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. E, então, como em um flash, as memórias começaram a invadi-la — não apenas as suas, mas também as de Lorenzo. Ela viu o passado dele, um homem que vagava entre eras, sempre em busca de algo ou alguém que ele nunca conseguia manter. Viu também o futuro, um futuro onde ela e Lorenzo estavam destinados a se reencontrar de formas diferentes, em vidas diferentes, repetidamente.

Clara recuou, assustada, enquanto a verdade começava a se formar. Ela não era apenas uma mulher envolvida em uma paixão arrebatadora; ela era a peça final de um quebra-cabeça que atravessava o tempo. Lorenzo não era apenas um homem que havia cruzado seu caminho por acaso, mas um elo entre o presente e algo muito maior — algo que ela agora estava destinada a completar.

Com o coração disparado, Clara entendeu que a escolha estava diante dela: aceitar o destino que lhe era oferecido ou tentar escapar da teia que agora sabia que sempre esteve à sua volta.

Mas uma coisa era clara — sua vida nunca mais seria a mesma.

Clara permaneceu parada por alguns instantes, o som de sua respiração ecoando pela sala. O peso da escolha que estava diante dela a oprimia, mas algo em seu íntimo a impelia a avançar. A sala ao seu redor parecia esperar pacientemente por sua decisão, como se o próprio universo estivesse suspenso naquele momento de hesitação.

De repente, o livro em suas mãos começou a brilhar, uma luz suave e quente que parecia emanar vida própria. As páginas, antes imóveis, viraram novamente, revelando mais um mistério: uma ilustração intricada de duas mãos entrelaçadas, cercadas por símbolos antigos que ela não conseguia decifrar, mas que pareciam ressoar dentro de si como um eco distante. Ao lado da imagem, uma frase se destacava, escrita em uma caligrafia impecável: "Somente juntos, vocês podem mudar o curso do tempo."

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