RUBY PORTMANO dia arrastou-se com uma lentidão dilacerante, deixando-me num estado de angústia que gradualmente se transformou em indiferença. À medida que as horas se estendiam, a raiva que inicialmente borbulhava dentro de mim cedeu espaço a uma apatia desoladora. Durante esses longos dias que se seguiram, percebi que além de mim, ninguém parecia verdadeiramente preocupado com a ausência dele que havia se prolongado além do aceitável.Tentei encontrar justificativas para a minha própria tranquilidade, buscando consolo na premissa de que o motivo era simples: eu sou, afinal de contas, a sua secretária e assistente pessoal. Era parte intrínseca da minha função zelar pelo bem-estar de quem, diretamente, paga o meu salário. Contudo, mesmo com esse argumento que eu mesma construíra, não podia negar que algo estava profundamente errado, mas preferia não admitir para mim mesma o real motivo.É bem melhor assim.A única coisa que posso confessar, é que Harry Radcliffe fez falta.As manhãs
RUBY PORTMAN A tensão no carro era quase insuportável. Harry estava concentrado na estrada, seu rosto impassível como sempre, e o silêncio durante a viagem era quase palpável, pesando sobre nós como um fardo. Cada quilômetro parecia esticar a distância entre nós, e eu me perguntava se aquele silêncio iria quebrar a qualquer momento, liberando as emoções que ambos estávamos claramente segurando. O trajeto até a minha casa passou em um piscar de olhos, e quando paramos em frente ao prédio, hesitei antes de me mover. Os meus dedos brincavam nervosamente com a alça da bolsa no colo enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para quebrar o gelo que se formara entre nós. — Obrigada pela carona — murmurei finalmente, abrindo a porta do carro. Ele assentiu e olhou para mim por um momento, como se estivesse prestes a dizer algo, então simplesmente balançou a cabeça e voltou a olhar para a frente. O seu comportamento deixou-me intrigada e inquieta, como se houvesse algo não dito entr
RUBY PORTMANO som suave de alguém batendo à minha porta interrompeu o meu devaneio matinal. Ergui preguiçosamente os meus olhos, onde estava confortavelmente acomodado com um livro na mesa, verificando algumas informações da empresa. Agradeci silenciosamente à pessoa que teve a brilhante ideia de instalar uma porta transparente na minha sala, o que me permitia verificar quem estava do outro lado sem a necessidade de me levantar.Do outro lado da porta, pude ver Nicklaus, ostentando um sorriso amigável. Nas suas mãos, ele segurava a minha tão esperada encomenda. Não hesitei em fazer um gesto convidativo, indicando que ele podia entrar.— Buongiorno, Srta. Portman. — Ele me cumprimentou com uma voz calorosa, colocando com cuidado sobre a mesa de centro o meu café Mocha e uma deliciosa caixa de muffins de chocolate que eu havia encomendado na Starbucks. O aroma maravilhoso que emanava da caixa fez o meu estômago roncar de apetite, embora felizmente não alto o suficiente para que Nicklau
RUBY PORTMAN — Senhor, aqui estão todos os relatórios, incluindo o contrato que foi considerado com eles no ano passado. — Anunciei enquanto me aproximava de sua mesa e, em seguida, sentei-me na cadeira à sua frente. Observei-o calmamente enquanto ele saboreava lentamente o café fumegante na sua chávena, que eu havia entregado alguns minutos atrás. — Os negociantes já chegaram? — Perguntei, quebrando o breve silêncio. Ele levantou o olhar para me encarar com seriedade. — Sim, Srta. Portman, eles já chegaram. — Respondeu concisamente antes de voltar a sua atenção para o computador à sua frente. Resignei-me ao silêncio, colocando os documentos físicos com cuidado na sua mesa. Estava prestes a levantar-me e sair do seu escritório quando os seus olhos se fixaram em mim novamente. — Sente-se, Srta. Portman. Quem lhe deu permissão para se levantar? — Perguntou com uma autoridade que me fez conter o ímpeto de lançar-lhe um olhar furioso ou proferir palavras pouco educadas. — A reunião e
RUBY PORTMANSexta-feira finalmente havia chegado, e para minha surpresa, meu querido chefe presenteou-me com meio-dia de folga, apenas exigindo a minha presença em sua penthouse por volta das três da tarde para organizar o jantar importante. Esse gesto surpreendente proporcionou-me a oportunidade de desfrutar de uma manhã mais tranquila e relaxante. Decidi começar o dia acordando um pouco mais tarde do que o habitual, permitindo-me uma indulgência rara: um café da manhã preguiçoso.Enquanto saboreava o meu café, observava a luz do sol se infiltrar pelas cortinas da janela, criando padrões dourados no chão da cozinha.A serenidade matinal era um contraste refrescante em relação à agitação incessante de Nova Iorque, que se desdobrava bem diante da minha janela. Esse momento de tranquilidade fez-me refletir sobre questões que há muito tempo estavam na minha mente, incluindo a possibilidade de mudar de apartamento.Há anos, morar perto do coração de Nova Iorque parecia um sonho realizado
RUBY PORTMAN Eu estava de pé ao lado da porta da cozinha, orientando o chef e a sua equipe quando Harry chegou. Devo admitir que o olhei mais intensamente do que gostaria. Ele estava com o dorso nu, e o seu cabelo escuro estava molhado de suor. Com atenção, eu conseguia observar pequenas gotículas de suor escorrendo pelo seu abdômen musculado até formar o atratívo “V” que marcava o seu quadril. Ele trazia uma toalha jogada sobre o ombro e tênis de corrida, o que sugeriu que ele havia provavelmente passado um tempo na academia, possivelmente a do próprio prédio. Harry ainda estava distraído, absorto no seu celular quando se aproximou de mim. Tive que fazer um esforço considerável para continuar a ditar as instruções à equipe, resistindo à tentação de olhar fixamente para o meu chefe. — Srta. Portman, boa noite. Os convidados não devem demorar para chegar — informou ele, e, observando-o mais atentamente, notei que não parecia estar de mau-humor. — Ah, claro. Eu já estou indo. O seu
RUBY PORTMANApesar da inconveniência inicial, e a situação estranha na varanda, o jantar começou a correr surpreendentemente bem. Eu vi-me acompanhando Harry durante toda a conversação com os mais possíveis sócios, e todos pareciam estar à vontade o suficiente para descontrair na penthouse do CEO da Radcliffe's. À medida que a noite avançava, a tensão que também antes pairava no ar começou a se dissipar gradualmente. Fernand também havia diminuído a sua postura defensiva. Ele ainda mantinha um olhar atento sobre Harry, mas pelo menos a sua atitude estava mais amena em relação a mim.E Montes Hannah, que no início havia demonstrado alguma hostilidade em relação a mim, agora estava completamente imerso em conversas com outros convidados. Parecia que ele finalmente estava se entregando ao espírito da noite, facilitando o meu trabalho e dando uma trégua para a minha paciência.Era como se todos tivessem decidido temporariamente deixar de lado as suas diferenças pessoais em prol de uma n
O tecido do vestido suave agora estava pateticamente amarrotado, Harry pode observar assim que pousou a sua secretária no chão, depois de trancar a porta do seu quarto, e admirou os seus seios reconhecidamente consideráveis, ainda envolto naquele tecido estúpido de babados como um presente só para ele. Que inocente, pensou ele, revirando os olhos.Ruby gritou de raiva. Ele não achava que a voz dela pudesse ficar mais estridente. Isso permeou o ar entre eles e fez Harry fazer uma pausa antes de colocar uma mão áspera nos cabelos macios e compridos para puxar a cabeça da garota para trás em uma tentativa de fazê-la calar a boca.— Acho que tenho sido muito doce com você para estar se comportando tão mal comigo, minha querida, e isso, de alguma forma, tem feito você esquecer o qual boas recompensas ganham boas garotas — ele falou pausadamente no seu ouvido.Harry usou a mão torcida nas suas madeixas morenas para puxá-la em direção à parede. Ele empurrou-a com força, um breve lampejo de c