- Oi, Mel, o Heitor me chamou. Sabe pra quê? – Perguntei a minha amiga quando entrei em sua sala no fim do dia.- Não sei, Cat. Nem sabia que ele tinha chamado você. Vou avisar que está aqui. – Melissa se levantou e entrou na sala do chefe, em seguida voltou e fez sinal para eu entrar.- Catarina! – Heitor me cumprimentou com um sorriso enorme. – Primeiro deixa eu dizer que estou muito feliz por você e meu amigo terem finalmente se reconciliado.- Obrigada, Heitor. Espero que seu amigo não volte a aprontar comigo. – Falei com um sorriso.- Se ele aprontar, você sabe que eu estou aqui pra te ajudar a chutar a bunda dele. – Heitor falou convicto.- Ah, tá! Do mesmo jeito que fez dessa vez, nos vigiando e contando tudo pra ele. – Melissa zombou da cara dele.- Ah, Mel, também não posso maltratá-lo demais, ele é meu amigo. – Heitor falou como um adolescente, nos fazendo cair na risada. – Mas você conta sempre comigo, Catarina.- Obrigada, Heitor, é bom saber disso. – Fui sincera, pois Hei
Olhei para trás e nem pude acreditar no que eu via, Patrício e Alessandro estavam vindo em nossa direção e Alessandro estava com meu filho nos braços. Pedro tinha uma carinha muito feliz e acenava para todos que passavam por ele suspirando e comentando como aquele garotinho era lindo.Quando chegaram em minha mesa, meu filhote agitou os bracinhos e gritou:- Mamãeee! Vim buscá voxê!Meus olhos ficaram marejados e eu peguei meu filho no colo o enchendo de beijos.- Espero que você não se incomode por eu ter buscado o Pedro e liberado a Lygia. – Alessandro falou sorrindo.- Claro que não, meu amor! – Me aproximei e ele beijou levemente meus lábios.- Mamãe, o titio Patíxio me deu ó! – Meu filho me mostrou um pacote cheio de balas, pirulitos e chocolates que havia ganhado.- Ah, é?! E você agradeceu? – Perguntei ao meu pequeno.- Sim, mamãe.- Muito bem! – Dei mais um beijinho nele. – Obrigada, Patrício.- Imagina, Cat. Esse garoto é demais! – Patrício falou deixando meu coração de mãe m
Na manhã seguinte Alessandro insistiu em levar o Pedro na creche e depois me deixar no trabalho novamente. Dizia querer aproveitar cada segundo com a gente.Quando deixamos o Pedro na creche, a professora dele também achou que o Alessandro era o pai dele, dizendo o quanto os dois eram parecidos. Mais uma vez o Alessandro não me deixou desfazer o engano e agradeceu todo orgulhoso.Mas, no caminho para a Lince, Alessandro estava um tanto calado, pensativo mesmo. Imaginei que fosse por tudo o que conversamos na noite anterior. Quando estávamos quase chegando ele finalmente perguntou:- Cat, porque sua prima e o marido disseram que você não sabe que é o pai do Pedro? Eu sei que deveria esperar você estar pronta pra falar sobre esse assunto e eu vou respeitar se você não se sentir confortável para me contar. Mas isso ficou martelando na minha cabeça. Quando soube do Pedro, perguntei para a Mari se ela sabia quem é o pai dele, mas ela disse que só você poderia me contar isso por ser muito p
No fim do dia liguei para o meu namorado para avisá-lo que não nos veríamos.- Meu anjo, que bom que você me ligou. Está tudo bem?- Oi, amor, está sim. Só queria te avisar que hoje não vai dar pra gente se encontrar.- E eu posso saber por que a minha namorada está me dispensando?- Hoje é o dia do “clube da lulu”, dia das garotas. Nós vamos ao shopping e depois vão todas dormir lá em casa.- E eu sou obrigado a morrer de saudade de você e do Pedro? Não sei se gosto das suas amigas. – Alessandro choramingou feito uma criança.- Aproveite para sair com os seus amigos, estarão todos na mesma situação que você. Amanhã nos vemos. – falei rindo.- Está bem. Até porque não quero problema com a tropa.- Tropa?- Sim, tropa. Vocês são um batalhão de mulheres com uma estrutura muito bem organizada e prontas para a guerra. Prefiro evitar isso. – Ouvi-o dizer isso e caí na gargalhada.- Mas, meu anjo, nada de encontrar o Levy e os amiguinhos dele, por favor.- Fica tranqüilo, seremos só as garo
Durante o percurso até seu apartamento Alessandro estava muito calmo, deixou sua mão repousando sobre o meu joelho durante todo o caminho, só tirando às vezes para pegar minha mão e levar aos lábios depositando um casto beijo nela.Ele não falou absolutamente nada o caminho inteiro e eu achei curioso, porque no restaurante eu vi fogo nos olhos dele. Aqueles olhos violeta estavam quase incandescentes.Na garagem do prédio, ele soltou meu cinto de segurança, abriu a porta do carro e me ajudou a descer. Enlaçou minha cintura e me puxou pra perto. Caminhamos lenta e descontraidamente até o elevador e subimos ao seu apartamento ainda em completo silêncio.Quando entramos ele me disse para esperar que iria pegar um prato e os talheres na cozinha para comermos a torta. Voltou com a fatia de torta em um prato, dois garfos e um vidro de calda de chocolate. Me pegou pela mão e calmamente me levou até a cobertura do apartamento.Era lindo, com uma vista privilegiada da cidade. Eu tinha estado em
“Alessandro”Parei o carro no estacionamento da empresa. Eu estava ansioso, tão ansioso que fiz todo o trajeto em silêncio. Catarina me olhava o tempo todo desconfiada. Quando abri a porta do carro para ela descer eu a puxei pela mão para um beijo e disse:– Eu estou muito feliz que você finalmente decidiu voltar a trabalhar comigo.Ela sorriu e me beijou mais uma vez.Eu havia pedido ao Patrício que reunisse todos na recepção da presidência para que eu informasse da volta da Catarina. A reforma que a Sam fez ficou pronta na sexta e eu estava muito satisfeito com o resultado. Ela realmente tinha um toque especial para essas coisas. Eu estava ansioso para que a Catarina visse e esperava que ela gostasse das mudanças.Enquanto o elevador subia as mãos da Catarina estavam frias e trêmulas. Quando as portas foram abertas no andar, eu dei um leve apertão em sua mão que estava na minha tentando confortá-la.Era um grupo pequeno de funcionários que trabalhavam na presidência. Quando viram Ca
“Alessandro”Ouvi, meu amigo do outro lado da linha com uma voz nada bem humorada.- Desculpa, irmão, mas preciso de você agora!Mas o que foi agora. Desliguei o telefone com um suspiro, dei um beijo rápido na minha Catarina me desculpando e ela desceu do meu colo. Quando saímos da sala, a cena que vimos era tragicômica.- Que merda é essa! – Berrei irritadíssimo.Celeste estava montada em cima da Samantha, que estava jogada no chão. Celeste puxava seus cabelos e a estapeava, enquanto Samantha debatia o corpo sob ela. Samantha gritava para Celeste a soltar e Celeste gritava que a Samantha era uma puta oportunista. Dois funcionários tentavam tirar celeste de cima da Sam sem sucesso, pois Celeste não soltava os cabelos da Sam e havia grudado as pernas nas laterais do corpo da outra. Parecia cena de luta na lama em um bordel.- Sua vagabunda! Ordinária! Você vai me pagar! Eu vou arrancar os seus olhos a tapas, sua cadela do inferno! – Celeste gritava como se estivesse possuída.- Parabén
Meu primeiro dia de volta ao Grupo Mellendez foi muito agitado, teve a briga da Samantha com a Celeste, o Heitor aparecendo furioso porque a Sam foi agredida, os burburinhos pela empresa de que eu estava transando como chefe para conseguir privilégios.Claro que a Celeste ter sido demitida foi um alívio pra mim, eu não conseguiria trabalhar com ela e sabia que ela poderia armar outra confusão pra mim sem demora. O clima no andar da presidência era ótimo, a tensão havia se dissipado desde que a Celeste foi demitida e havia muito trabalho, tanto que eu e Alessandro nem tínhamos tempo para nossas provocações.Já era sexta feira quando, voltando do almoço com a Sam, o Junqueira entrou no elevador também. Senti meu corpo tensionar imediatamente. As portas se fecharam e o elevador começou a subir. De repente o Junqueira se virou pra mim e se aproximou mais do que o normal.- Você está muito segura de que agarrou o Alessandro, não é mesmo?- Isso realmente não é da sua conta, senhor. – Respo