Levy usava uma calça social cinza chumbo, com colete combinando, não usava o paletó, só o colete e uma camisa social branca, com as mangas dobradas e abertos os três primeiros botões, sem gravata. A roupa era nitidamente feita sob medida e era bem ajustada ao corpo, de modo que era possível não ver seus músculos delineados sob a roupa. Estava de óculos escuros e seu cabelo acobreado curto estava impecavelmente penteado, tinha a barba bem aparada, mas bem baixinha, como se tivesse deixado de fazer por uns dois ou três dias e, diferente da irmã, não tinha sardas. Ele era um homem realmente lindo.- Minha nossa! Você me fez perder o fôlego! – Levy disse parando em minha frente. – Como pode você estar ainda mais linda que da última vez que te vi, Catarina?- Ah, Levy, você é muito gentil.Ele me deu um beijo no rosto e abriu a porta do carro para que eu entrasse, oferecendo a mão para me ajudar. Me sentei, afivelei o cinto e vi aquele homem lindo dar a volta no carro com elegância e se se
Quando cheguei ao andar da presidência Samantha pulou da mesa e me puxou para o banheiro às pressas.- Ai, me conta, me conta! Como foi?- Foi muito bom, Sam, muito bom mesmo. Mas conto hoje na noite das garotas, para todas vocês de uma vez.- Até a noite você vai nos matar de curiosidade! – Samantha fez um biquinho. – Mas deixa eu te avisar, o Alessandro sabe que você foi almoçar com o Levy.- E como ele sabe?- O Dênis.- E?...- Eu escutei ele falando com o Patrício que é melhor que você siga em frente, ele não quer que você sofra e o Levy é um cara decente. Mas Cat, ele está arrasado.- Eu sei, Sam, mas eu não posso me afundar, eu tenho um filho que precisa de mim. O Levy é uma ótima pessoa e nós combinamos de ser amigos, ele conhece minha situação e meus sentimentos. Daqui a pouco o Alessandro estará casado e eu não serei a amante.- Você está certa. Vamos trabalhar.Quando sentei em minha mesa dei uma olhada em meu celular e tinha muitas mensagens das garotas, todas queriam sabe
“Alessandro”Quando soube que a Catarina tinha ido almoçar com o Levy eu queria ir atrás, esmurrar a cara dele e levar a Catarina comigo. Mas eu não podia fazer isso. Levy foi muito honesto comigo no dia em que nos reunimos na casa do Patrício. Ele havia me dito que se manteria longe, mas que se não desse certo entre a Catarina e eu, ele não perderia a oportunidade de tentar conquistá-la. E ele não havia perdido tempo.Então, como toda terça feira as meninas se reuniam para o tal “clube da lulu”, meus amigos e eu também nos reuníamos para conversar, beber e jogar. Havíamos combinado de ir para o Clube Social, pois o Patrício achava que um ambiente mais animado levantaria o meu astral.Quando cheguei, fui direto para o cassino me encontrar com os caras. Começamos uma partida de pôquer e o jogo me animou um pouco. Estava sorrindo, conversando com os meus amigos e tomando um refrigerante, eu mantinha intacta a minha promessa de não beber, depois da merda que deu na festa da Mari.Senti u
“Alessandro”No dia seguinte, eu mal sentei em minha mesa para começar o dia e meu telefone tocou, atendi e ouvi a Samantha do outro lado:- O demônio quer falar com você.Eu já sabia quem era, não tinha jeito, tinha que atender. Samantha passou a ligação e escutei a voz queixosa do Junqueira querendo me dar lição de moral.- Como você ousa, rapazinho, tratar a minha filha desse jeito? Ela chegou em casa passando mal, nervosa e deprimida, porque você a maltratou na frente de todo mundo. Alessandro, vocês vão se casar, tem que dar a minha filha o lugar que é dela.- Qual lugar, Junqueira? O de puta que aproveita que o cara está bêbado pra engravidar e chantageá-lo? Porque esse é o exato lugar dela. – Falei já fervendo de raiva.- Não fala assim da minha filha! – Junqueira gritou.- Está se esquecendo que eu sou o seu chefe?- Alessandro, você tem que conversar com minha filha, vocês vão se casar e tem que resolver muitos detalhes. Então acho bom você aparecer para jantar na minha casa
“Junqueira”A caminho do escritório fiquei pensando naquele almoço ridículo de ontem. Eu queria matar aquele cretino do Alessandro. As coisas que ele tem falado e feito pra mim e minha filha, isso só aumenta o meu ódio por esse moleque mimado. Mas não vai ser possível me livrar dele, preciso que se case com minha filha e que ela garanta um herdeirinho com seu sobrenome. O sobrenome Mellendez abre muitas portas e garantirá que tudo que aquele paspalho tem seja da minha filha e do meu neto, por conseqüência, meu.O pior é que ele conseguiu adiar esse casamento em três meses. Adiar o casamento só adia os meus planos, mas a minha filha tinha que fazer birra por uma maldita festa. Contudo, no final, melhor mesmo que esse casamento seja grande e pomposo, que esteja em todos os jornais, como a Carolzinha quer, assim não haverá dúvida de que minha filha será a esposa e mãe de um legítimo Mellendez.Mas ainda falta uma coisa, eu quero aquela casa, a casa dos pais dele. Uma propriedade belíssim
“Alessandro”O Junqueira está realmente me deixando cansado. Agora resolveu dar piti por causa do andar, mas ele vai ficar quietinho onde está. Não agüento mais esse mala. A auditoria precisa ir mais a fundo e está passando um pente fino em anos de atividade empresarial. Alencar falou que isso pode demorar um pouco. Enquanto isso, tenho que agüentar esse idiota.Estou trancado em minha sala o dia todo por causa dos clientes de Nova York. O contrato anda muito bem e eles estão pensando em ampliar a contratação conosco, mas pra isso pediram muitas informações que Rick e eu estamos organizando. Provavelmente eu terei que viajar, mas talvez me afastar um pouco não seja ruim.- Eu chego de viagem, depois de um mês fora, e não sou recebida com confetes e balões? Que tipo de amigos são vocês? – Mari entrou falando em tom de brincadeira. – Uau! Mas essa sala está linda!- Mari! Que bom que você está aqui. Sinto tanto a sua falta! – Levantei indo de encontro aquela mulher que era como uma mãe
Já estava pronta quando recebi uma mensagem do Levy dizendo que me esperava na porta do prédio. Peguei minha bolsa, dei um beijo no meu filho e me despedi da Lygia e da Mel.Quando cheguei na portaria vi o Levy encostado no seu carro, com aquele sorriso lindo. Meu deus, mas esse homem podia ser menos gostoso. Eu sou louca pelo Alessandro, estou morrendo por ter que abrir mão dele, mas o Levy era uma coisa, tinha uma beleza indecente. Levy era sedutor, lindo e atraente e usava um perfume delicioso. Tudo resultava em um homem lindo e sexy que deixaria qualquer mulher literalmente babando.- Oi, linda Catarina! – veio caminhando em minha direção e me deu um beijo no canto da boca, que me fez sentir um friozinho na barriga. – Ainda mais linda que da última vez.- Eu... é... hãhãm... – limpei a garganta tentando parar de gaguejar. – Boa noite, Levy!Ele me olhou de um jeitinho meio travesso, abrindo ainda mais o sorriso. Pousou sua mão na base da minha coluna e me conduziu até o carro, abr
“Junqueira”- Mamãe, não é possível que você viva para estragar os meus planos! – Ana Carolina gritava com a mãe que se encontrava de cama em razão de um resfriado.- Filhinha, fala baixo, minha cabeça está doendo. – Helena falava com um fio de voz.- Eu não estou nem aí pra sua cabeça, mamãe. – Ana Carolina gritou novamente e saiu do quarto batendo os pés.- Carolzinha, o que aconteceu para você estar tão nervosa? – Junqueira que estava na sala vendo as notícias no celular, perguntou quando a filha entrou e sentou ao seu lado emburrada.- Paizinho, a minha mãe que não faz nada para me ajudar...- O que sua mãe não fez agora, Carolzinha?- Eu queria ter ido ver meu vestido de noiva ontem, mas a sua esposa ficou resfriada e disse que só iremos na semana que vem. – Ana Carolina estava como se tivesse sofrido uma terrível ofensa.- Filhinha, não fique assim. Peça a Celeste para ir com você.- Paizinho, mas a minha mãe não quer me dar o cartão. Está fazendo pirraça dizendo que isso é cois