“Junqueira”A caminho do escritório fiquei pensando naquele almoço ridículo de ontem. Eu queria matar aquele cretino do Alessandro. As coisas que ele tem falado e feito pra mim e minha filha, isso só aumenta o meu ódio por esse moleque mimado. Mas não vai ser possível me livrar dele, preciso que se case com minha filha e que ela garanta um herdeirinho com seu sobrenome. O sobrenome Mellendez abre muitas portas e garantirá que tudo que aquele paspalho tem seja da minha filha e do meu neto, por conseqüência, meu.O pior é que ele conseguiu adiar esse casamento em três meses. Adiar o casamento só adia os meus planos, mas a minha filha tinha que fazer birra por uma maldita festa. Contudo, no final, melhor mesmo que esse casamento seja grande e pomposo, que esteja em todos os jornais, como a Carolzinha quer, assim não haverá dúvida de que minha filha será a esposa e mãe de um legítimo Mellendez.Mas ainda falta uma coisa, eu quero aquela casa, a casa dos pais dele. Uma propriedade belíssim
“Alessandro”O Junqueira está realmente me deixando cansado. Agora resolveu dar piti por causa do andar, mas ele vai ficar quietinho onde está. Não agüento mais esse mala. A auditoria precisa ir mais a fundo e está passando um pente fino em anos de atividade empresarial. Alencar falou que isso pode demorar um pouco. Enquanto isso, tenho que agüentar esse idiota.Estou trancado em minha sala o dia todo por causa dos clientes de Nova York. O contrato anda muito bem e eles estão pensando em ampliar a contratação conosco, mas pra isso pediram muitas informações que Rick e eu estamos organizando. Provavelmente eu terei que viajar, mas talvez me afastar um pouco não seja ruim.- Eu chego de viagem, depois de um mês fora, e não sou recebida com confetes e balões? Que tipo de amigos são vocês? – Mari entrou falando em tom de brincadeira. – Uau! Mas essa sala está linda!- Mari! Que bom que você está aqui. Sinto tanto a sua falta! – Levantei indo de encontro aquela mulher que era como uma mãe
Já estava pronta quando recebi uma mensagem do Levy dizendo que me esperava na porta do prédio. Peguei minha bolsa, dei um beijo no meu filho e me despedi da Lygia e da Mel.Quando cheguei na portaria vi o Levy encostado no seu carro, com aquele sorriso lindo. Meu deus, mas esse homem podia ser menos gostoso. Eu sou louca pelo Alessandro, estou morrendo por ter que abrir mão dele, mas o Levy era uma coisa, tinha uma beleza indecente. Levy era sedutor, lindo e atraente e usava um perfume delicioso. Tudo resultava em um homem lindo e sexy que deixaria qualquer mulher literalmente babando.- Oi, linda Catarina! – veio caminhando em minha direção e me deu um beijo no canto da boca, que me fez sentir um friozinho na barriga. – Ainda mais linda que da última vez.- Eu... é... hãhãm... – limpei a garganta tentando parar de gaguejar. – Boa noite, Levy!Ele me olhou de um jeitinho meio travesso, abrindo ainda mais o sorriso. Pousou sua mão na base da minha coluna e me conduziu até o carro, abr
“Junqueira”- Mamãe, não é possível que você viva para estragar os meus planos! – Ana Carolina gritava com a mãe que se encontrava de cama em razão de um resfriado.- Filhinha, fala baixo, minha cabeça está doendo. – Helena falava com um fio de voz.- Eu não estou nem aí pra sua cabeça, mamãe. – Ana Carolina gritou novamente e saiu do quarto batendo os pés.- Carolzinha, o que aconteceu para você estar tão nervosa? – Junqueira que estava na sala vendo as notícias no celular, perguntou quando a filha entrou e sentou ao seu lado emburrada.- Paizinho, a minha mãe que não faz nada para me ajudar...- O que sua mãe não fez agora, Carolzinha?- Eu queria ter ido ver meu vestido de noiva ontem, mas a sua esposa ficou resfriada e disse que só iremos na semana que vem. – Ana Carolina estava como se tivesse sofrido uma terrível ofensa.- Filhinha, não fique assim. Peça a Celeste para ir com você.- Paizinho, mas a minha mãe não quer me dar o cartão. Está fazendo pirraça dizendo que isso é cois
“Ana Carolina”Que maravilha! Com esse dinheiro que o paizinho me deu eu posso ir encontrar o médico que vai me ajudar com essa falsa gravidez. Já gastei uma fortuna com o exame falso e o enfermeiro que manipulou os exames no laboratório que o Alessandro me mandou. Eu sabia que se fizesse uma cena meu pai ia me dar dinheiro pra me acalmar, é sempre assim. O bom é que o que ele me deu cobre o valor que o médico pediu para o primeiro ultra som e sobra pra eu ir ao chopping.Vi que meu pai acabou de sair e saí logo depois. No carro liguei para o médico. Foi a Celeste quem me arrumou ele. Aquela falsa é bastante útil. Sei que meu pai está de caso com ela, eu segui os dois e sei exatamente onde é o apartamentinho que eles usam para se encontrar. Mas eu ainda não precisei usar essa informação, a Celeste faz tudo o que eu quero e eu sei que é porque meu pai dá dinheiro pra ela. Mas se precisar, eu faço um escândalo para expor os dois.- Valério falando.- Oi, Dr. Valério. Como vai? Aqui é a
Tive um fim de semana tranqüilo. Levy mandou mil mensagens se desculpando por não poder me ver, já que tinha que trabalhar em razão de muitos imprevistos.A Mari passou o domingo conosco e paparicou o Pedro o dia todo. Ela havia trazido pra ele um presente de Londres e ele ficou encantado, eram blocos de montar que reproduziam o Palácio de Buckingham, tinha um tapetinho simulando as ruas e um ônibus daqueles de dois andares muito comuns lá. Era tudo muito colorido e o ônibus ainda se movia a corda e acendia as luzes.- Mari, como é que eu vou competir com isso? – Melissa falou sorrindo, vendo o Pedro se desmanchar em risinhos de alegria montando e desmontando os bloquinhos.Mari me deu muitos conselhos e me perguntou sobre o Levy, me aconselhou a ir com calma, pois talvez minha situação com Alessandro se resolvesse. Eu garanti a ela que Levy era um amigo e, embora quisesse algo mais, meu amor pelo Alessandro estava cravado no meu coração. Mas eu não poderia parar a minha vida e simple
Depois que Alessandro me beijou em minha sala e fomos surpreendidos pelo Rick eu não o vi mais o restante da semana. Os dias estavam sendo muito agitados e ele e Patrício estavam tendo muitas reuniões fora do escritório com novos e antigos clientes.Mais uma semana havia começado, como sempre com um vaso de tulipas e um cartão. Ele havia me prometido já há tempos que toda semana eu receberia um arranjo de tulipas e, até agora, ele nunca deixou de me enviá-las, assim como as tortas de chocolate que ele deixava sobre minha mesa na hora do almoço. Já estávamos separados há um mês, era tempo demais, tristeza demais, saudade demais.Eu havia ficado no escritório até mais tarde, pois Patrício havia me pedido para terminar uma proposta para um cliente que veriam no dia seguinte pela manhã. Samantha já havia ido embora, mas Patrício ainda estava em sua sala, assim como Rick, que jogou um beijo enquanto voltava para sua sala com uma caneca de café.Apertei o botão do elevador e esperei, demoro
“Alessandro”Já se passou um mês desde que Catarina e eu nos encontramos furtivamente no elevador. Como tinha sido intenso! Eu morria de saudades dela, estávamos separados há dois longos e difíceis meses. Ela passou a me evitar de todas as formas. Rick e Samantha, atendendo a um pedido dela, passaram a avisá-la sempre que eu saía da minha sala ou ia até a sala do Patrício, dando a ela a oportunidade de se esquivar de mim.Mari estava de volta para passar mais uma semana conosco. No sábado teríamos uma reunião importantíssima sobre a auditoria que, parece, já estava chegando ao fim. Mas hoje eu tinha que fazer uma coisa que eu não queria, eu tinha que acompanhar aquela insuportável da Ana Carolina em uma consulta com o ginecologista, ela faria o primeiro ultrassom. Eu não estava nem um pouco animado com isso.A consulta seria no fim do dia, então passei o dia todo irritado e sem cabeça para o trabalho. Eu evitava encontrar aquela chata e o advogado intermediava os assuntos entre nós. O