“Donaldo Lancaster”Já fazia muito tempo que eu não me interessava por ninguém e geralmente as mulheres não me impressionavam assim. Mas a Adèle era tão divertida, espontânea e linda que foi impossível não me encantar. A conversa fluía fácil com ela, era uma mulher inteligente, de pensamento rápido e tinha um senso de humor aguçado.A ironia da coisa é que ela era uma Fontes e eu poderia ter problemas com o pai dela, o meu certamente ficaria colérico, mas eu não me importava com ele. No entanto, eu me importava com o que ele poderia fazer a ela e isso me incomodou, ela seria um caminho fácil para ele atingir a mim, ao Ricardo e ao Sr. Fontes ao mesmo tempo. Eu precisava mantê-la longe dos olhos e ouvidos dele.- Bom, meus queridos, eu preciso ir. – A Adèle se levantou e eu me dei conta que já era bem tarde.- Eu vou te levar em casa, Del. – O Ricardo se levantou.- Rick, não seja protetor. Eu vou chamar um taxi. – Ela reclamou.- Está tarde, Del. – O Rick reclamou e eu me atrevi.- Ol
“Ricardo”Eu cheguei ao escritório um pouco atrasado, era muito difícil deixar a Anabel pela manhã, especialmente quando ela decidiu se sentar em meu colo durante o café da manhã. Eu teria ótimas lembranças daquele apartamento quando o devolvesse para o Alessandro.- Bom dia! Está atrasado! – Minha irmã já estava a postos em sua nova mesa com o Thales ao seu lado, aparentemente lhe passando o trabalho.- Eu não sabia que você trabalharia aqui como relógio de ponto! – Eu respondi e ela fez uma careta que me fez rir, parecia uma criança. Mas aí eu me lembrei de outra coisa. – Como foi com o Don ontem?- Foi perfeito! – Ela respondeu com um sorrisinho bobo, os olhos sonhadores e um suspiro.- Menina, não me diga que pegou aquele gato? – O Thales perguntou apenas para me provocar, eu tinha certeza pelo olhar de esgueio que ele me deu.- Ah, Thales, está mais para aquele gato me pegou! – A Adèle suspirou de novo e eu revirei os olhos.- Vamos ver quando o nosso pai chegar. – Eu resmunguei
“Ricardo”O Thales conhecia bem a função que passaria a desempenhar, ele tinha um cargo semelhante na Alemanha e eu finalmente soube que ele foi contratado como secretário de forma temporária, pois a Mari e o Alencar já vinham negociando as aposentadorias com o Alessandro há muito tempo. Desse modo, não foi difícil passar tudo para ele e na hora do almoço eu me encontrei com o Alencar, começava ali a minha mudança de assessor do CEO para diretor de auditoria interna.Pelo resto do dia o Alencar me apresentou a equipe e me passou informações sobre o trabalho. O departamento ocupava o andar logo abaixo da presidência e funcionava de modo perfeito, como uma máquina bem azeitada. Todos os funcionários ali eram de extrema confiança. Quando o dia chegou ao fim, eu já havia aprendido muita coisa sobre a minha nova função, mas felizmente o Alencar ainda ficaria mais uns dias comigo.Eu caminhei até o elevador com o Alencar e quando as portas se abriram eu me surpreendi ao ver o Don e a Del al
“Ricardo”De repente eu ia descobrindo mais sobre o Lancaster do que eu poderia supor. Eu ainda não sabia como, mas aquelas informações poderiam ser muito úteis, talvez o meu pai pudesse conectar tudo. Mas eu ainda precisava saber mais.- Alencar, quando você descobriu tudo isso? – Eu perguntei, mas então me dei conta de que ele poderia não querer falar. – Me desculpe, se você não quiser falar sobre isso eu vou entender, mas você despertou a minha curiosidade.- Imagina, Rick. Eu não me importo em falar. – Ele me deu um sorriso amigável. – Olha, sobre o assunto da empresa eu descobri enquanto estava investigando para evitar ser preso. Eu não consegui provas suficientes para ligar o Lancaster à fraude da minha empresa, mas tinha o dedo dele lá.- E sobre a sua esposa? – Eu não imaginava que o Alencar havia passado por algo tão horrível, ele ficou casado por décadas com uma mulher que tinha armado para se casar com ele e depois se aliou ao seu inimigo.- Quando a minha ex descobriu que
“Anabel”Eu estava cansada de andar de um lado para o outro sem nada de útil pra fazer. Essa situação precisava ser resolvida logo para que eu pudesse voltar a trabalhar e fazer as minhas coisas. Mas já que eu tinha tempo, talvez eu pudesse preparar algo especial para o Rick, mas eu prometi a ele que não sairia sozinha e eu não quebraria a minha promessa, então eu encontraria companhia.- Oi, Mel, você disse que eu poderia ligar... – Eu expliquei meio sem graça assim que ela atendeu o telefone.- Quando você quiser, Ana! – Ela parecia feliz em me atender. – Eu ia mesmo te ligar pra saber como você está.- Ai, Mel, eu estou entediada! – Eu falei de uma vez, eu estava mesmo ficando até depressiva.- O que você acha de almoçar comigo hoje? – Ela sugeriu e eu senti uma alegria quase infantil crescendo em mim.- Mesmo? Eu vou adorar! – Eu já estava ansiosa.- Passo pra te pagar ao meio dia. Nós podemos conversar e eu vou te trazer pra conhecer meu trabalho, assim você não fica tão sozinha.
“Anabel”Depois do susto no shopping a Melissa me levou para o trabalho dela e eu a ajudei pelo resto da tarde. Conheci a Julia, que era a secretária e era uma pessoa muito bacana, e também me encontrei com o Heitor, que parecia mais funcionário da Melissa do que chefe dela. A interação dos dois era muito divertida e eu ri muito ali. E também conheci o Enzo, o sobrinho fofo do Heitor que estava trabalhando na empresa.- Mel, como você só tem amiga gata, me conta? – O Enzo perguntou para a Melissa que riu.- Cria juízo, Enzo! – A Melissa brincou com ele.- Não posso criar um bicho que eu não sei o que come. Além do mais, a minha mãe já está às voltas com os sete cachorros. – O Enzo riu, era um jovem divertido e cheio de tiradinhas engraçadas.- Eu não entendo como a Hebe aceitou tantos cachorros. – A Melissa riu. – Vai arrumar o que fazer, vai, ou eu te coloco para fazer cópias.- Fui, gatinhas! – O Enzo desapareceu.No fim do dia eu tinha me divertido muito e a Melissa, nem sei como,
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque