“Flávio”Depois que o gerente me passou todas as informações sobre a Sabrina e para qual hospital ela havia sido levada, desliguei o telefone sem dizer uma palavra. Isso tudo seria uma grande confusão.- O que foi, Flávio? Algum problema com a Manu? – Camilo vendo a minha cara assombrada logo se preocupou com a irmã.- Não. – Balbuciei. – Só espero que não me cause um problema com a Manu. – Pensei por um momento antes de falar. – A desvairada da minha ex mulher tomou uma grande quantidade de pílulas e álcool, foi levada inconsciente para o hospital e deixou um bilhete para que me ligassem.- Que barbaridade! – Camilo comentou. – O que você vai fazer?- Eu preciso ir até o hospital, Camilo, apesar de tudo eu fui casado com essa doida. Vou pedir ao meu pai que avise aos pais dela para virem, mas até que cheguem não é correto que eu a deixe sozinha, você não acha? – Olhei para ele buscando aprovação.- Eu acho que você deveria falar com a Manu primeiro. – Olívia tinha razão, eu não podia
“Manuela”O tempo foi passando lentamente enquanto estive sentada naquele sofá no quarto de hospital ocupado pela Sabrina. O Flávio estava quieto ao meu lado, mas o pai dele estava se desdobrando em atenção comigo. Ele chegou a ir a lanchonete do hospital e voltar com um lanche e café, dizendo que nós deveríamos comer. Quanto mais ele tentava ser gentil, mais eu o comparava com a minha mãe e percebia que o dinheiro poderia fazer as pessoas mudarem a forma como me viam. Quanto mais eu pensava nisso, menos eu queria aquela herança.- Humm... ai... Flá-flávio... – Sabrina se mexeu na cama parecendo desconfortável.Flávio me olhou, ele parecia caminhando sobre um terreno minado. Eu apenas fiz um sinal com a cabeça, indicando que ele deveria se aproximar dela. Ele soltou a minha mão, se levantou apreensivo e caminhou até a cama.- Estou aqui, Sabrina. – Ele falou ao se aproximar, porém não a tocou.- Você veio. – De onde eu estava vi o sorriso dela e a mão estendida para que ele segurasse.
“Flávio”Quando chegamos em casa do hospital, não havia ninguém, apenas um bilhete da Lisa dizendo que eles tinham saído e iriam demorar. Depois de um banho a minha baixinha me mostrou várias vezes que ela é a mulher da minha vida e que é a única para qual eu devo correr, não que eu tivesse alguma dúvida disso, porque nunca tive, mas eu adorava quando ela tomava a iniciativa e me dominava daquele jeito.- Está sorrindo por quê, grandão? – Manu saiu do closet e me pegou com aquele sorriso enorme sentado na poltrona do quarto.- Porque eu não consigo tirar o sorriso do rosto. Parece que você colou ele aqui. – A puxei para o meu colo e a beijei.- Não começa, nós temos visitas. – Ela riu.- Você não se lembrou disso essa noite. Tem certeza que quer sair do quarto? – Passei a mão sobre o seu seio e ela estremeceu.- Sim, vamos. Já está tarde. – Ela saiu do meu colo rapidinho.Chegamos a mesa de jantar e haviam três pessoas nos olhando de mau humor, mas o mais emburrado de todos era o Cami
“Flávio”As meninas chegaram do SPA muito animadas e decididas, elas queriam sair. Como sempre, Melissa capitaneava a tropa e já tinha decidido tudo, fomos para o Clube Social. Há muito tempo não íamos lá e o Alessandro e a Catarina e o Heitor e a Samantha se juntaram a nós.- Quem vai começar? – Melissa falou de repente depois do jantar. Estávamos em uma sala privada do Clube Social e ela já havia contado sobre a maravilhosa viagem de férias que fez com o príncipe Nando.- Começar o quê, maluca? – Alessandro olhou pra ela sem entender.- A me atualizar. Eu fiquei fora bastante tempo, minhas férias foram divinas e eu já compartilhei com vocês. Agora eu quero saber tudo o que rolou na minha ausência e, principalmente, cadê o Patrício e a Virgínia. – Melissa era uma figura, mas ela se preocupava com os amigos.- Você não é a única a querer saber disso não, Mel, eu também estou curioso. Aliás, eu senti sua falta. – Heitor também ainda não sabia do Patrício.- Eu sei disso, Martinez! – Me
“Flávio”A noite foi divertida, mas eu estava com a cabeça cheia com tudo o que aconteceu na última semana e isso não passou despercebido pela baixinha.- O que está incomodando tanto o meu delegado? – Manu perguntou depois de fechar a porta do quarto e me empurrar para a poltrona.- Lisandra e Ricardo. – Suspirei dando a desculpa mais esfarrapada do mundo.- Eles são só amigos. E não é possível que você realmente esteja preocupado com isso. – Manu sentou em meu colo e me olhou nos olhos.- Eles não se desgrudam, baixinha, o Rick está se divorciando, não quero a Lisandra chorando pelos cantos por causa de uma desilusão. – Expliquei.- Flávio, deixa a sua irmã viver a vida dela. Ou você pretende continuar a controlando como sua mãe estava fazendo? – Manu era certeira, via a situação de forma muito objetiva.- É, você tem razão. – Passei a mão pelo seu rosto delicado e ela fechou os olhos. – Está cansada?- Não, ainda tenho uma coisa para fazer hoje. – Olhei curioso para ela.- E o que
“Flávio”Manu estava dormindo tão tranquila que achei melhor não acordá-la. O dia já estava clareando quando fomos dormir. Mas eu tinha muita coisa na cabeça e não consegui pregar os olhos. Cheguei na cozinha e encontrei o Camilo e a Olívia falando baixinho.- Olha, Oli, as olheiras desse homem. – Camilo riu ao me ver.- É, cunhado, sua irmã acaba comigo. – Brinquei e o sorriso morreu na boca dele.- Me poupe dos detalhes sórdidos! – Camilo reclamou fingindo irritação. – Pelo menos vocês não fizeram muito barulho essa noite. – Eu não pude deixar de rir, lembrando do esforço da baixinha em manter a boca fechada.- Cadê a Manu? – Olívia me estendeu uma caneca de café.- Dormindo. Ela está meio cansada. – Sorri para o Camilo que bufou.- Ótimo, porque nós temos que conversar. – Olívia parecia preocupada.- O que foi? – Perguntei.- Minha mãe me ligou. A mulher que trabalha na casa dela é a amiga da mulher que trabalha na casa do Cândido, o pai do tal noivo que a Rita insiste em empurrar
“Camilo”Já tinha três dias que Olívia e eu havíamos voltado para a nossa cidade e eu ainda não havia tido tempo de ir ao tal depósito ver o que a fulana que morreu havia guardado lá. Eu precisa encontrar um tempo pra isso, mas estava difícil, principalmente porque meu pai estava com a cabeça no divórcio, já que a audiência foi marcada e a Rita apareceu aqui e fez um escândalo, pois não a deixaram entrar, seguindo minhas ordens. E o meu pai estava temporariamente morando comigo, o convenci a não ir para a fazenda e a se mudar só depois de se livrar da Rita.Contudo, eu tampouco estava me concentrando no trabalho, pois estava com a cabeça em toda essa história de investigação e estava muito preocupado com a minha irmã.- Quer saber, como diz a Oli, vamos fazer acontecer. – Falei para mim mesmo eu iria atrás do tal “A Caixa”.Chamei a secretária e pedi para remarcar todos os meus compromissos, o que ela fez bem rápido. Liberei todas as pendências da minha mesa e avisei a Oli para me esp
“Camilo”Quando nos aproximamos da nossa casa vi umas poucas pessoas ao redor, vi meu pai do lado de fora do portão e a Rita armando um escândalo. Eu olhei aquilo com desgosto. Ao meu lado a Olívia bateu palmas e deu pulinhos no banco.- Mas é hoje! – Oli falou alegremente, enrolou e prendeu os longos cabelos em um coque. Eu olhei para ela intrigado.- É hoje o quê, Oli? – Perguntei, mas ela já estava descendo do carro decidida e só me restou fazer o mesmo.- Anda, Orlando, fala pra mim, quem é a messalina com quem você está metido? Para pedir o divórcio assim com tanta pressa, só pode ser porque está enrabichado por outra mulher. – A Rita gritava chorava, fazendo uma cena de esposa traída. Ela estava adorando ter público. Ela estava posando de esposa ofendida na frente da cidade.- Rita, por favor, para com isso! – Meu pai parecia furioso.- Eu queria conversar com você, Orlando, no refúgio do nosso lar, mas você saiu de casa enquanto eu fui visitar a nossa filha. Você saiu sorrateir