“Flávio”Camilo estava sentado em minha frente boquiaberto. Ao seu lado a Olívia nem respirava. Eu fiquei apreensivo. Ele me estendeu o papel e eu o olhei, não dava para acreditar.- Positivo? Como assim positivo? Não, a Manu não pode ser filha daquela mulher! – Me custava a acreditar que a Manu tinha aquele monstro por mãe.Quando o Camilo começou a contar sobre suas suspeitas, num primeiro momento pareceu fantástico demais, mas depois foi como se tudo fizesse sentido. Agora eu tinha em minhas mãos um teste de DNA que confirmava que a Manu era filha daquele monstro da Rita.- Não pode ser, Flávio, não pode ser, a Manu não pode ser filha dessa cobra da Rita. A Manu é a cara da minha mãe, Flávio, você viu a foto. – Camilo estava chorando. Ele beirava o desespero e eu também estava inconformado.Olívia se levantou e foi até o balcão, minutos depois voltou acompanhada do responsável pelo laboratório. Ele se sentou ao nosso lado e explicou que o exame era confiável e não havia chance de e
“Flávio”Depois que o gerente me passou todas as informações sobre a Sabrina e para qual hospital ela havia sido levada, desliguei o telefone sem dizer uma palavra. Isso tudo seria uma grande confusão.- O que foi, Flávio? Algum problema com a Manu? – Camilo vendo a minha cara assombrada logo se preocupou com a irmã.- Não. – Balbuciei. – Só espero que não me cause um problema com a Manu. – Pensei por um momento antes de falar. – A desvairada da minha ex mulher tomou uma grande quantidade de pílulas e álcool, foi levada inconsciente para o hospital e deixou um bilhete para que me ligassem.- Que barbaridade! – Camilo comentou. – O que você vai fazer?- Eu preciso ir até o hospital, Camilo, apesar de tudo eu fui casado com essa doida. Vou pedir ao meu pai que avise aos pais dela para virem, mas até que cheguem não é correto que eu a deixe sozinha, você não acha? – Olhei para ele buscando aprovação.- Eu acho que você deveria falar com a Manu primeiro. – Olívia tinha razão, eu não podia
“Manuela”O tempo foi passando lentamente enquanto estive sentada naquele sofá no quarto de hospital ocupado pela Sabrina. O Flávio estava quieto ao meu lado, mas o pai dele estava se desdobrando em atenção comigo. Ele chegou a ir a lanchonete do hospital e voltar com um lanche e café, dizendo que nós deveríamos comer. Quanto mais ele tentava ser gentil, mais eu o comparava com a minha mãe e percebia que o dinheiro poderia fazer as pessoas mudarem a forma como me viam. Quanto mais eu pensava nisso, menos eu queria aquela herança.- Humm... ai... Flá-flávio... – Sabrina se mexeu na cama parecendo desconfortável.Flávio me olhou, ele parecia caminhando sobre um terreno minado. Eu apenas fiz um sinal com a cabeça, indicando que ele deveria se aproximar dela. Ele soltou a minha mão, se levantou apreensivo e caminhou até a cama.- Estou aqui, Sabrina. – Ele falou ao se aproximar, porém não a tocou.- Você veio. – De onde eu estava vi o sorriso dela e a mão estendida para que ele segurasse.
“Flávio”Quando chegamos em casa do hospital, não havia ninguém, apenas um bilhete da Lisa dizendo que eles tinham saído e iriam demorar. Depois de um banho a minha baixinha me mostrou várias vezes que ela é a mulher da minha vida e que é a única para qual eu devo correr, não que eu tivesse alguma dúvida disso, porque nunca tive, mas eu adorava quando ela tomava a iniciativa e me dominava daquele jeito.- Está sorrindo por quê, grandão? – Manu saiu do closet e me pegou com aquele sorriso enorme sentado na poltrona do quarto.- Porque eu não consigo tirar o sorriso do rosto. Parece que você colou ele aqui. – A puxei para o meu colo e a beijei.- Não começa, nós temos visitas. – Ela riu.- Você não se lembrou disso essa noite. Tem certeza que quer sair do quarto? – Passei a mão sobre o seu seio e ela estremeceu.- Sim, vamos. Já está tarde. – Ela saiu do meu colo rapidinho.Chegamos a mesa de jantar e haviam três pessoas nos olhando de mau humor, mas o mais emburrado de todos era o Cami
“Flávio”As meninas chegaram do SPA muito animadas e decididas, elas queriam sair. Como sempre, Melissa capitaneava a tropa e já tinha decidido tudo, fomos para o Clube Social. Há muito tempo não íamos lá e o Alessandro e a Catarina e o Heitor e a Samantha se juntaram a nós.- Quem vai começar? – Melissa falou de repente depois do jantar. Estávamos em uma sala privada do Clube Social e ela já havia contado sobre a maravilhosa viagem de férias que fez com o príncipe Nando.- Começar o quê, maluca? – Alessandro olhou pra ela sem entender.- A me atualizar. Eu fiquei fora bastante tempo, minhas férias foram divinas e eu já compartilhei com vocês. Agora eu quero saber tudo o que rolou na minha ausência e, principalmente, cadê o Patrício e a Virgínia. – Melissa era uma figura, mas ela se preocupava com os amigos.- Você não é a única a querer saber disso não, Mel, eu também estou curioso. Aliás, eu senti sua falta. – Heitor também ainda não sabia do Patrício.- Eu sei disso, Martinez! – Me
“Flávio”A noite foi divertida, mas eu estava com a cabeça cheia com tudo o que aconteceu na última semana e isso não passou despercebido pela baixinha.- O que está incomodando tanto o meu delegado? – Manu perguntou depois de fechar a porta do quarto e me empurrar para a poltrona.- Lisandra e Ricardo. – Suspirei dando a desculpa mais esfarrapada do mundo.- Eles são só amigos. E não é possível que você realmente esteja preocupado com isso. – Manu sentou em meu colo e me olhou nos olhos.- Eles não se desgrudam, baixinha, o Rick está se divorciando, não quero a Lisandra chorando pelos cantos por causa de uma desilusão. – Expliquei.- Flávio, deixa a sua irmã viver a vida dela. Ou você pretende continuar a controlando como sua mãe estava fazendo? – Manu era certeira, via a situação de forma muito objetiva.- É, você tem razão. – Passei a mão pelo seu rosto delicado e ela fechou os olhos. – Está cansada?- Não, ainda tenho uma coisa para fazer hoje. – Olhei curioso para ela.- E o que
“Flávio”Manu estava dormindo tão tranquila que achei melhor não acordá-la. O dia já estava clareando quando fomos dormir. Mas eu tinha muita coisa na cabeça e não consegui pregar os olhos. Cheguei na cozinha e encontrei o Camilo e a Olívia falando baixinho.- Olha, Oli, as olheiras desse homem. – Camilo riu ao me ver.- É, cunhado, sua irmã acaba comigo. – Brinquei e o sorriso morreu na boca dele.- Me poupe dos detalhes sórdidos! – Camilo reclamou fingindo irritação. – Pelo menos vocês não fizeram muito barulho essa noite. – Eu não pude deixar de rir, lembrando do esforço da baixinha em manter a boca fechada.- Cadê a Manu? – Olívia me estendeu uma caneca de café.- Dormindo. Ela está meio cansada. – Sorri para o Camilo que bufou.- Ótimo, porque nós temos que conversar. – Olívia parecia preocupada.- O que foi? – Perguntei.- Minha mãe me ligou. A mulher que trabalha na casa dela é a amiga da mulher que trabalha na casa do Cândido, o pai do tal noivo que a Rita insiste em empurrar
“Camilo”Já tinha três dias que Olívia e eu havíamos voltado para a nossa cidade e eu ainda não havia tido tempo de ir ao tal depósito ver o que a fulana que morreu havia guardado lá. Eu precisa encontrar um tempo pra isso, mas estava difícil, principalmente porque meu pai estava com a cabeça no divórcio, já que a audiência foi marcada e a Rita apareceu aqui e fez um escândalo, pois não a deixaram entrar, seguindo minhas ordens. E o meu pai estava temporariamente morando comigo, o convenci a não ir para a fazenda e a se mudar só depois de se livrar da Rita.Contudo, eu tampouco estava me concentrando no trabalho, pois estava com a cabeça em toda essa história de investigação e estava muito preocupado com a minha irmã.- Quer saber, como diz a Oli, vamos fazer acontecer. – Falei para mim mesmo eu iria atrás do tal “A Caixa”.Chamei a secretária e pedi para remarcar todos os meus compromissos, o que ela fez bem rápido. Liberei todas as pendências da minha mesa e avisei a Oli para me esp