“Flávio”As meninas chegaram do SPA muito animadas e decididas, elas queriam sair. Como sempre, Melissa capitaneava a tropa e já tinha decidido tudo, fomos para o Clube Social. Há muito tempo não íamos lá e o Alessandro e a Catarina e o Heitor e a Samantha se juntaram a nós.- Quem vai começar? – Melissa falou de repente depois do jantar. Estávamos em uma sala privada do Clube Social e ela já havia contado sobre a maravilhosa viagem de férias que fez com o príncipe Nando.- Começar o quê, maluca? – Alessandro olhou pra ela sem entender.- A me atualizar. Eu fiquei fora bastante tempo, minhas férias foram divinas e eu já compartilhei com vocês. Agora eu quero saber tudo o que rolou na minha ausência e, principalmente, cadê o Patrício e a Virgínia. – Melissa era uma figura, mas ela se preocupava com os amigos.- Você não é a única a querer saber disso não, Mel, eu também estou curioso. Aliás, eu senti sua falta. – Heitor também ainda não sabia do Patrício.- Eu sei disso, Martinez! – Me
“Flávio”A noite foi divertida, mas eu estava com a cabeça cheia com tudo o que aconteceu na última semana e isso não passou despercebido pela baixinha.- O que está incomodando tanto o meu delegado? – Manu perguntou depois de fechar a porta do quarto e me empurrar para a poltrona.- Lisandra e Ricardo. – Suspirei dando a desculpa mais esfarrapada do mundo.- Eles são só amigos. E não é possível que você realmente esteja preocupado com isso. – Manu sentou em meu colo e me olhou nos olhos.- Eles não se desgrudam, baixinha, o Rick está se divorciando, não quero a Lisandra chorando pelos cantos por causa de uma desilusão. – Expliquei.- Flávio, deixa a sua irmã viver a vida dela. Ou você pretende continuar a controlando como sua mãe estava fazendo? – Manu era certeira, via a situação de forma muito objetiva.- É, você tem razão. – Passei a mão pelo seu rosto delicado e ela fechou os olhos. – Está cansada?- Não, ainda tenho uma coisa para fazer hoje. – Olhei curioso para ela.- E o que
“Flávio”Manu estava dormindo tão tranquila que achei melhor não acordá-la. O dia já estava clareando quando fomos dormir. Mas eu tinha muita coisa na cabeça e não consegui pregar os olhos. Cheguei na cozinha e encontrei o Camilo e a Olívia falando baixinho.- Olha, Oli, as olheiras desse homem. – Camilo riu ao me ver.- É, cunhado, sua irmã acaba comigo. – Brinquei e o sorriso morreu na boca dele.- Me poupe dos detalhes sórdidos! – Camilo reclamou fingindo irritação. – Pelo menos vocês não fizeram muito barulho essa noite. – Eu não pude deixar de rir, lembrando do esforço da baixinha em manter a boca fechada.- Cadê a Manu? – Olívia me estendeu uma caneca de café.- Dormindo. Ela está meio cansada. – Sorri para o Camilo que bufou.- Ótimo, porque nós temos que conversar. – Olívia parecia preocupada.- O que foi? – Perguntei.- Minha mãe me ligou. A mulher que trabalha na casa dela é a amiga da mulher que trabalha na casa do Cândido, o pai do tal noivo que a Rita insiste em empurrar
“Camilo”Já tinha três dias que Olívia e eu havíamos voltado para a nossa cidade e eu ainda não havia tido tempo de ir ao tal depósito ver o que a fulana que morreu havia guardado lá. Eu precisa encontrar um tempo pra isso, mas estava difícil, principalmente porque meu pai estava com a cabeça no divórcio, já que a audiência foi marcada e a Rita apareceu aqui e fez um escândalo, pois não a deixaram entrar, seguindo minhas ordens. E o meu pai estava temporariamente morando comigo, o convenci a não ir para a fazenda e a se mudar só depois de se livrar da Rita.Contudo, eu tampouco estava me concentrando no trabalho, pois estava com a cabeça em toda essa história de investigação e estava muito preocupado com a minha irmã.- Quer saber, como diz a Oli, vamos fazer acontecer. – Falei para mim mesmo eu iria atrás do tal “A Caixa”.Chamei a secretária e pedi para remarcar todos os meus compromissos, o que ela fez bem rápido. Liberei todas as pendências da minha mesa e avisei a Oli para me esp
“Camilo”Quando nos aproximamos da nossa casa vi umas poucas pessoas ao redor, vi meu pai do lado de fora do portão e a Rita armando um escândalo. Eu olhei aquilo com desgosto. Ao meu lado a Olívia bateu palmas e deu pulinhos no banco.- Mas é hoje! – Oli falou alegremente, enrolou e prendeu os longos cabelos em um coque. Eu olhei para ela intrigado.- É hoje o quê, Oli? – Perguntei, mas ela já estava descendo do carro decidida e só me restou fazer o mesmo.- Anda, Orlando, fala pra mim, quem é a messalina com quem você está metido? Para pedir o divórcio assim com tanta pressa, só pode ser porque está enrabichado por outra mulher. – A Rita gritava chorava, fazendo uma cena de esposa traída. Ela estava adorando ter público. Ela estava posando de esposa ofendida na frente da cidade.- Rita, por favor, para com isso! – Meu pai parecia furioso.- Eu queria conversar com você, Orlando, no refúgio do nosso lar, mas você saiu de casa enquanto eu fui visitar a nossa filha. Você saiu sorrateir
“Flávio”A semana já estava acabando e eu ainda não tinha tido notícias do Camilo. Eu já estava inquieto. O Breno me disse que iria até a tal Gisele na semana seguinte ainda e eu estava mais do que aflito por notícias.- Camilo! – Atendi o telefone assim que a tela brilhou. – Eu estava aqui me perguntando quando você me daria notícias.- Flávio, a semana foi uma loucura. E no meio de tudo ainda tive que separar uma briga. – Camilo riu.- Briga? – Eu achei que tinha entendido errado.- Ah, vou te mandar o vídeo. Minhas câmeras de segurança gravaram tudo, não sei se a Manu vai gostar, mas você vai adorar. Eu deveria ter ficado com muita raiva, mas foi até engraçado. – Camilo riu. – Mas, preciso de um favor.- E o que seria? – Perguntei, mas ainda estava curioso com a tal briga.- A Olívia está a caminho, ela vai te procurar na delegacia, vai te entregar as caixas com o que encontramos no depósito da falecida empregada e está com a amostra para o DNA. Você pode acompanhá-la até o laborat
“Manuela”A sexta feira no escritório estava tão tranquila que eu estava olhando o tempo passar devagar. Acabei me lembrando dos alfajores da confeitaria em frente ao escritório, tinha tanto tempo que eu não os comia e eram deliciosos.- Hum, acho que vou lá comprar alguns pra um lanchinho à tarde. – Falei comigo mesma.- Falando sozinha, Manu? – Lisa apareceu na porta da sua sala com uma caneca na mão.- É uma mania, Lisa, eu converso comigo mesma. Mas já que você está aqui, se importa de atender o telefone pra mim por uns minutinhos? – Perguntei a minha cunhada.- Claro que não, eu atendo. – Ela sorriu e olhou para o celular em sua mão.- Não demoro. – Peguei a minha bolsa e caminhei para o elevador.- Ei, Manu, onde você vai? Não vai sair do prédio, né? O Flávio disse para você não sair... – Lisa percebeu que eu pretendia sair e ficou preocupada.- É rapidinho, Lisa, vou na confeitaria em frente. Não se preocupe, meu pai está de olho na minha mãe, ele colocou uma pessoa para vigiá-
“Manuela”Chegamos em casa e eu fui tomar um banho. Quando voltei para a sala, minha cunhada estava acabando de colocar a mesa e o Flávio estava ao telefone.- Como você está, Manu? – Olívia perguntou.- Péssima, Olívia. Como ela é capaz de fazer essas coisas comigo? – Eu estava com lágrimas nos olhos de novo.- Ela é má, Manu! Infelizmente eu preciso te dizer isso. – Olívia suspirou. – Agora enxuga esses olhinhos, porque seu delegado pediu aquela comida chinesa que você adora pra gente almoçar.- Baixinha, tomou os remédios? – Flávio me abraçou por trás e eu confirmei. – Sua mãe já está a caminho de casa. Mas eu vou insistir que você deveria denunciá-la.- É minha mãe, Flávio... – Ele me abraçou e se deu por vencido com um suspiro resignado.- Já avisei ao Camilo e ao seu pai, Manu. Parece que a sua mãe armou para confundir o funcionário que o seu pai deixou atrás dela. Ela foi pra casa da mulher do delegado da cidade e depois o carro dela saiu e voltou pra casa. O funcionário seguiu