“Manuela”A sexta feira no escritório estava tão tranquila que eu estava olhando o tempo passar devagar. Acabei me lembrando dos alfajores da confeitaria em frente ao escritório, tinha tanto tempo que eu não os comia e eram deliciosos.- Hum, acho que vou lá comprar alguns pra um lanchinho à tarde. – Falei comigo mesma.- Falando sozinha, Manu? – Lisa apareceu na porta da sua sala com uma caneca na mão.- É uma mania, Lisa, eu converso comigo mesma. Mas já que você está aqui, se importa de atender o telefone pra mim por uns minutinhos? – Perguntei a minha cunhada.- Claro que não, eu atendo. – Ela sorriu e olhou para o celular em sua mão.- Não demoro. – Peguei a minha bolsa e caminhei para o elevador.- Ei, Manu, onde você vai? Não vai sair do prédio, né? O Flávio disse para você não sair... – Lisa percebeu que eu pretendia sair e ficou preocupada.- É rapidinho, Lisa, vou na confeitaria em frente. Não se preocupe, meu pai está de olho na minha mãe, ele colocou uma pessoa para vigiá-
“Manuela”Chegamos em casa e eu fui tomar um banho. Quando voltei para a sala, minha cunhada estava acabando de colocar a mesa e o Flávio estava ao telefone.- Como você está, Manu? – Olívia perguntou.- Péssima, Olívia. Como ela é capaz de fazer essas coisas comigo? – Eu estava com lágrimas nos olhos de novo.- Ela é má, Manu! Infelizmente eu preciso te dizer isso. – Olívia suspirou. – Agora enxuga esses olhinhos, porque seu delegado pediu aquela comida chinesa que você adora pra gente almoçar.- Baixinha, tomou os remédios? – Flávio me abraçou por trás e eu confirmei. – Sua mãe já está a caminho de casa. Mas eu vou insistir que você deveria denunciá-la.- É minha mãe, Flávio... – Ele me abraçou e se deu por vencido com um suspiro resignado.- Já avisei ao Camilo e ao seu pai, Manu. Parece que a sua mãe armou para confundir o funcionário que o seu pai deixou atrás dela. Ela foi pra casa da mulher do delegado da cidade e depois o carro dela saiu e voltou pra casa. O funcionário seguiu
“Rita”Aquela ratinha está muito bem protegida, eu achei que estivesse com sorte quando a vi sair do prédio, mas quem tem sorte é ela, até agora não sei de onde saíram aqueles policiais. Agora eu estou voltando pra casa de mãos abanando. O pior é que o prazo que o Cândido me deu está acabando. Mas algum jeito eu tenho que dar.Cheguei em casa e a Magda estava me esperando. Ela é uma amiga muito útil, mulher do delegado, ele faz tudo o que ela quer e ela faz tudo o que eu quero. É uma carola, vive enfurnada na igreja, mas é uma pecadora, uma pecadora útil, fofoca da vida de todo mundo nessa cidade, sabe dos podres de todo mundo. Bem, de quase todo mundo, pois ela me acha uma santa, todos nessa cidade acham que eu sou uma beata, às vezes tenho até vontade de rir.- Rita, onde está a sua filha? Você não a encontrou? – Magda me olhou curiosa, era melhor me fazer de coitada.- Acredita que aquela ingrata não quis vir comigo, Magda. E ainda fez um escândalo na rua, chamando a atenção de tod
“Flávio”Voltei para a delegacia com a Olívia, nós abriríamos as caixas que ela trouxe lá, já que a Manu estava em casa. Mas eu ainda estava furioso pelo que aconteceu com a baixinha. E irritado por ela não entender que nos casar resolveria muita coisa.- Você está irritado porque a Manu não aceitou se casar, não é? – Olívia perguntou.- É, estou. É tão difícil assim para ela entender? – Perguntei, mas eu nem esperava uma resposta.- Olha, Flávio, sua idéia é boa, mas você fez do jeito errado. Uma mulher espera ser pedida em casamento de um jeito romântico, com o cara dizendo que quer se casar com ela porque quer passar o resto da vida ao seu lado, pois ela é o amor da sua vida, não porque quer evitar que mãe maluca dela a case com outro. – Olívia riu. – Vocês homens são muito pragmáticos. Nós mulheres gostamos de romance.- Eu a amo, Olívia, isso deveria bastar. – Reclamei.- E basta. Tanto basta que ela está morando com você. Mas você precisa dar ela os motivos certos para se casar
“Diário da Rose – Setembro/2005”A Fofa é genial! Ela prometeu me ajudar com a minha vingança e ela está cumprindo. Desde que aquele velho dos infernos me demitiu do laticínio, eu estou planejando me vingar dele. Ele descobriu que eu estava tirando dinheiro do caixa da empresa e fez um escândalo, me humilhou e me colocou pra fora do laticínio. Mas eu não me arrependo do que fiz, entra muito dinheiro naquela empresa e eu só tirei um pouco, porque eu mereço ganhar melhor do que aquele velho sovina me pagava, e eu não era a única, a Fofa também levava uma parte. Aí, depois que eu saí, ele colocou o filho dele lá pra vigiar tudo e acabou com o nosso esquema. Antes o filho ficava só na fazenda, quase nunca ia até a empresa, eu mesma nunca o vi lá.E a Fofa também não perde tempo, ela logo se interessou pelo filho do velho, o Orlando. Ele é bonitão mesmo, mas o que interessou a Fofa não foi bem ele, foi o dinheiro dele. Ele é filho único do velho. A Fofa tentou dar em cima do Orlando logo q
“Flávio”Eu estava muito preocupado com o que ia acontecer quando a Manu descobrisse aquilo tudo, ela ia sofrer, e eu daria qualquer coisa para evitar um sofrimento a ela, mas eu também não podia esconder isso. Eu estava começando a me arrepender de ter começado a revirar essa história. Acho que até a Olívia se arrependeu, pois ela passou o resto da tarde quieta, sentada em um canto da minha sala, olhando para o nada.- Olívia, você está arrependida de ter ido atrás dessa história? – Me virei para ela após terminar o último relatório do dia. Eu estava pronto para ir para casa, mas nós ainda tínhamos que esperar o Camilo e o pai dele.- Eu estava pensando sobre isso. – Olívia suspirou e me encarou. – Por um lado, eu não queria que meu sogro, meu marido e minha cunhada passassem por isso, mas por outro, não é justo deixar a Rita se safar de todas essas maldades. Eu não sei, Flávio, no final das contas, eu não sei o que é pior ou melhor ou menos ruim.- A baixinha vai sofrer mais do que
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque