“Samantha”A semana tinha chegado ao fim e foi cansativa. O Rômulo insistia em me ligar me ameaçando, mas o Flávio disse que a escuta estava ativa e que eles estavam reunindo muitas provas e de outros crimes que o Rômulo estava praticando, de modo que logo ele seria preso de novo. Mas era horrível continuar recebendo as ligações dele e escutando ameaças e não saber o que esperar.Como se não bastasse, desde que descobriu que as irmãs do Eduardo organizaram a despedida de solteira para mim, o Heitor estava me atormentando para saber o que elas tinham preparado, porque deixei que elas organizassem a festa, ou se haveria algum tipo de ritual libertino, como ele mesmo disse. Eu assegurei que não sabia de nada, mas que ele não deveria se preocupar. Contudo, ele insistia a cada cinco minutos que nós fugíssemos dos nossos amigos e família e aproveitássemos o tempo só nós dois. Ele estava me deixando maluca com essa história, mas eu não arredei o pé, teria minha despedida de solteira e seria
“Samantha”O roteiro da noite foi explicado e as garotas resolveram dar início às brincadeiras, rapidamente estávamos todas sentadas e um pote com papéis dobrados foi colocado em minha frente.- Vamos começar pelas lingeries, cada uma pega a sua caixa. – Érica já foi dando início aos trabalhos.- Seguinte, Sam, você vai tirar um papel e ler o que está escrito, para ganhar o presente tem que acertar com quem aconteceu a situação que está no papel, se você errar, terá que contar uma situação que aconteceu com você. Quando abrir o presente, você vai estar de olhos fechados e vai tatear e descobrir o que é. Entendeu? – Emília me informou a regra do jogo.- Ai, meu deus! Tá bom, vamos começar. – Falei e tirei o primeiro papel. – “Na minha primeira vez, meu namorado e eu assistimos uns filmes para aprender, pois era a primeira vez dele também, na hora de fazer uma posição que vimos em um filme, eu sem querer dei um chute na cara dele e ele caiu da cama e quebrou o nariz. Terminei a noite vi
“Heitor”Cheguei com o Edu e o Enzo no Clube Social, os rapazes haviam reservado uma sala lá e eles haviam caprichado, montaram uma sala com mesa de sinuca, poker e fliperama, sofás de couro espalhados pelo ambiente e um bar estilo anos cinquenta com todo tipo de bebida. Isso seria divertido e relaxante.- E aí, preparado para tomar o seu último porre de solteiro? – Patrício perguntou logo que cheguei.- Pensei que esse dia nunca fosse chegar. – Alessandro se aproximou e me entregou um copo.Só então percebi que todos eles usavam a mesma camiseta, uma camiseta preta com o desenho de uma caricatura minha sendo arrastado por uma corda amarrada no pé por uma caricatura da Sam e embaixo escrito “game over”. Esses caras pareciam crianças no jardim de infância.Como se as camisetas não fossem suficientes, eles haviam preparado várias atividades e todas envolviam muito álcool, provavelmente no dia seguinte eu não me lembraria nem do meu próprio nome.Eu já estava meio bêbado quando vi o Fláv
“Rômulo”Samanthinha está muito doida se acha que pode me dar o perdido assim. Eu já liguei várias vezes e ela não atende, onde será que se enfiou? Preciso dar uma regulada nela, mas essa semana eu não consegui colocar meu plano em prática, já que o Sandro precisou que eu desse um confere nas contas da boca dele.O Sandro quer que eu vá morar no morro, mas pra falar a verdade, eu prefiro o apartamento da Nicolezinha, fica mais bem localizado. Mas não vai ter jeito, fechei com ele e ele é o chefe. Ele só me deu mais uma semana para eu resolver com a Samanthinha.Eu vou aproveitar essa semana pra resolver meu lance com a Samanthinha e para resolver o lance da Nicolezinha também, já estou sem paciência com ela, mas tem que parecer um acidente, afinal ela é irmã do Sandro. Eu ia fazer o serviço e jogar a culpa no velho, mas o imbecil foi preso e ainda por cima estava tentando me dar a volta no combinado que a gente fez. Ele queria a Samanthinha só pra ele, isso foi muita ganância.Mas a N
“Samantha”Minha despedida de solteira foi a festa mais divertida que eu já fui na vida, apesar da cobra. Érica e Emília tinham caprichado. Mas para o Heitor não foi tão divertido, quando ele chegou para me buscar estava tenso e preocupado.Em casa ele me contou sobre a desconfiança de que a Isabella tenha mandado a cobra e eu fiquei surpresa, não pensei que aquela insuportável fosse tão audaciosa.Passamos o domingo em casa, descansando e apenas nos curtindo e foi bom aproveitar aquele momento calmo com ele, já que a semana será agitada por causa do casamento, mesmo já estando tudo pronto.Essa semana eu teria que adiantar todo o meu trabalho, já que na semana seguinte eu viajaria em lua de mel com o Heitor e à partir de quinta feira eu não trabalharia, pois iria pra casa de praia supervisionar toda a montagem do casamento. Eu estava tão atarefada que na hora do almoço só fiz um lanche enquanto trabalhava e dispensei a Manu quando ela veio tomar um café à tarde.Porém, meu celular co
“Enzo”Ser estudante estava ficando cada vez mais difícil. A professora de português resolveu mandar a gente ler um livro que era quase impossível de achar, eu tive que despencar até o outro lado da cidade, pois de todas as livrarias em shopping só nessa tinha o livro. Estava todo mundo reclamando que não conseguia comprar o livro, porque não achava, eu perdi dois dias no telefone e finalmente encontrei. Então corri pra garantir o meu e não zerar na prova que a professora já avisou que ia aplicar.Mas já que eu estava no shopping, ia dar uma voltinha. Primeiro comprei o livro, eu havia reservado, mas vai que num descuido alguém vende o meu exemplar, então fui primeiro a livraria. Quando saí de lá fui andando pela praça de alimentação e avistei a tia Perla num café por ali, eu tinha que cumprimentá-la.- Olha que coincidência. Tia Perla, como você está? – Me aproximei e percebi que ela estava acompanhada de uma mulher mais jovem e até bonita, mas esquisita.- Enzo, querido, mas que sur
“Samantha”Eu estava cada vez mais nervosa. A medida que o carro avançava em direção ao meu destino eu me sentia mais desamparada, com medo e angustiada. O motorista do taxi, um senhor muito gentil inclusive, me observava pelo retrovisor, sem tirar os olhos do trânsito, e dirigia devagar sem pressa, talvez pela idade, tomava cuidado para não causar um acidente.Meu telefone tocou e eu o peguei na bolsa, era o Enzo, eu não podia atendê-lo agora, não conseguiria. Mas ele insistiu. Ele sempre insistia e eu sempre atendia. Pensei bem e se não o atendesse, levantaria suspeitas. Claro que o Michel já deveria ter voltado para a empresa, mas provavelmente pensou que eu estivesse em outro setor e não estaria alarmado ainda. Talvez ainda estivesse me procurando dentro da empresa. Assim, era melhor eu atender o Enzo.Quando ele me disse que estava com a minha mãe, eu não podia acreditar, então ele a colocou na linha comigo e eu ouvi a voz dela. Eu não consegui me conter mais, comecei a chorar e
“Flávio”Mas eu vou te contar viu, essa incursão no Morro do Pipote era só pra cumprir três mandados de prisão por homicídio e virou uma lambança. Três traficantes mortos e dois policiais feridos, tudo porque não queriam que a gente entrasse. Culpa desse bandidinho do Sandro que resolveu colocar uma boca de fumo aqui. E eu só resolvi cumprir esses mandados pessoalmente porque um deles era o gerente da boca de fumo do Sandro e eu queria informação sobre o tal de Rômulo.Pelo menos nenhum civil foi atingido. As pessoas ficam falando de bala perdida, mas isso não existe, o que existe é bala achada e achada por gente inocente, uma coisa que me deixa realmente chateado. Mas felizmente dessa vez nenhum civil inocente foi alvejado. Só que um dos sujeitos que estavam pedidos nos mandados morreu, era um soldado do Sandro. Os outros dois nós prendemos. Menos seis bandidos na rua.- Bora lá, tropaa! – O sargento da polícia militar que veio nos dar apoio estava reunindo seus homens. – Delegado, a