“Heitor”Cheguei com o Edu e o Enzo no Clube Social, os rapazes haviam reservado uma sala lá e eles haviam caprichado, montaram uma sala com mesa de sinuca, poker e fliperama, sofás de couro espalhados pelo ambiente e um bar estilo anos cinquenta com todo tipo de bebida. Isso seria divertido e relaxante.- E aí, preparado para tomar o seu último porre de solteiro? – Patrício perguntou logo que cheguei.- Pensei que esse dia nunca fosse chegar. – Alessandro se aproximou e me entregou um copo.Só então percebi que todos eles usavam a mesma camiseta, uma camiseta preta com o desenho de uma caricatura minha sendo arrastado por uma corda amarrada no pé por uma caricatura da Sam e embaixo escrito “game over”. Esses caras pareciam crianças no jardim de infância.Como se as camisetas não fossem suficientes, eles haviam preparado várias atividades e todas envolviam muito álcool, provavelmente no dia seguinte eu não me lembraria nem do meu próprio nome.Eu já estava meio bêbado quando vi o Fláv
“Rômulo”Samanthinha está muito doida se acha que pode me dar o perdido assim. Eu já liguei várias vezes e ela não atende, onde será que se enfiou? Preciso dar uma regulada nela, mas essa semana eu não consegui colocar meu plano em prática, já que o Sandro precisou que eu desse um confere nas contas da boca dele.O Sandro quer que eu vá morar no morro, mas pra falar a verdade, eu prefiro o apartamento da Nicolezinha, fica mais bem localizado. Mas não vai ter jeito, fechei com ele e ele é o chefe. Ele só me deu mais uma semana para eu resolver com a Samanthinha.Eu vou aproveitar essa semana pra resolver meu lance com a Samanthinha e para resolver o lance da Nicolezinha também, já estou sem paciência com ela, mas tem que parecer um acidente, afinal ela é irmã do Sandro. Eu ia fazer o serviço e jogar a culpa no velho, mas o imbecil foi preso e ainda por cima estava tentando me dar a volta no combinado que a gente fez. Ele queria a Samanthinha só pra ele, isso foi muita ganância.Mas a N
“Samantha”Minha despedida de solteira foi a festa mais divertida que eu já fui na vida, apesar da cobra. Érica e Emília tinham caprichado. Mas para o Heitor não foi tão divertido, quando ele chegou para me buscar estava tenso e preocupado.Em casa ele me contou sobre a desconfiança de que a Isabella tenha mandado a cobra e eu fiquei surpresa, não pensei que aquela insuportável fosse tão audaciosa.Passamos o domingo em casa, descansando e apenas nos curtindo e foi bom aproveitar aquele momento calmo com ele, já que a semana será agitada por causa do casamento, mesmo já estando tudo pronto.Essa semana eu teria que adiantar todo o meu trabalho, já que na semana seguinte eu viajaria em lua de mel com o Heitor e à partir de quinta feira eu não trabalharia, pois iria pra casa de praia supervisionar toda a montagem do casamento. Eu estava tão atarefada que na hora do almoço só fiz um lanche enquanto trabalhava e dispensei a Manu quando ela veio tomar um café à tarde.Porém, meu celular co
“Enzo”Ser estudante estava ficando cada vez mais difícil. A professora de português resolveu mandar a gente ler um livro que era quase impossível de achar, eu tive que despencar até o outro lado da cidade, pois de todas as livrarias em shopping só nessa tinha o livro. Estava todo mundo reclamando que não conseguia comprar o livro, porque não achava, eu perdi dois dias no telefone e finalmente encontrei. Então corri pra garantir o meu e não zerar na prova que a professora já avisou que ia aplicar.Mas já que eu estava no shopping, ia dar uma voltinha. Primeiro comprei o livro, eu havia reservado, mas vai que num descuido alguém vende o meu exemplar, então fui primeiro a livraria. Quando saí de lá fui andando pela praça de alimentação e avistei a tia Perla num café por ali, eu tinha que cumprimentá-la.- Olha que coincidência. Tia Perla, como você está? – Me aproximei e percebi que ela estava acompanhada de uma mulher mais jovem e até bonita, mas esquisita.- Enzo, querido, mas que sur
“Samantha”Eu estava cada vez mais nervosa. A medida que o carro avançava em direção ao meu destino eu me sentia mais desamparada, com medo e angustiada. O motorista do taxi, um senhor muito gentil inclusive, me observava pelo retrovisor, sem tirar os olhos do trânsito, e dirigia devagar sem pressa, talvez pela idade, tomava cuidado para não causar um acidente.Meu telefone tocou e eu o peguei na bolsa, era o Enzo, eu não podia atendê-lo agora, não conseguiria. Mas ele insistiu. Ele sempre insistia e eu sempre atendia. Pensei bem e se não o atendesse, levantaria suspeitas. Claro que o Michel já deveria ter voltado para a empresa, mas provavelmente pensou que eu estivesse em outro setor e não estaria alarmado ainda. Talvez ainda estivesse me procurando dentro da empresa. Assim, era melhor eu atender o Enzo.Quando ele me disse que estava com a minha mãe, eu não podia acreditar, então ele a colocou na linha comigo e eu ouvi a voz dela. Eu não consegui me conter mais, comecei a chorar e
“Flávio”Mas eu vou te contar viu, essa incursão no Morro do Pipote era só pra cumprir três mandados de prisão por homicídio e virou uma lambança. Três traficantes mortos e dois policiais feridos, tudo porque não queriam que a gente entrasse. Culpa desse bandidinho do Sandro que resolveu colocar uma boca de fumo aqui. E eu só resolvi cumprir esses mandados pessoalmente porque um deles era o gerente da boca de fumo do Sandro e eu queria informação sobre o tal de Rômulo.Pelo menos nenhum civil foi atingido. As pessoas ficam falando de bala perdida, mas isso não existe, o que existe é bala achada e achada por gente inocente, uma coisa que me deixa realmente chateado. Mas felizmente dessa vez nenhum civil inocente foi alvejado. Só que um dos sujeitos que estavam pedidos nos mandados morreu, era um soldado do Sandro. Os outros dois nós prendemos. Menos seis bandidos na rua.- Bora lá, tropaa! – O sargento da polícia militar que veio nos dar apoio estava reunindo seus homens. – Delegado, a
“Samantha”Eu estava aliviada por ver minha mãe bem. Foi uma grande sorte o Enzo encontrar com ela, foi uma dessas coisas que ninguém consegue explicar e uns dizem que é sorte e outros dizem que é providência divina. Mas com certeza posso dizer que esse garoto me salvou de novo. Depois que eles contaram tudo o que aconteceu no shopping e que o Heitor confirmou que a Nicole que estava com a minha mãe era a mesma Nicole ex namorada dele, tudo fez sentido.E agora estávamos a caminho da delegacia, a minha mãe, o Enzo, o Heitor e eu. Sinceramente eu só queria ir pra casa, mas o Flávio pediu que fôssemos até lá, então não tinha jeito.- Heitor, por que o Flávio pediu que fôssemos até a delegacia? – Perguntei ainda não me conformando em não poder ir pra casa.- Sam, você foi vítima de uma armação do Rômulo, um falso seqüestro é verdade, mas com nítido intuito de te obrigar a ir até ele. Além do mais, o celular da sua mãe foi furtado e usado pra isso. – O Heitor repetiu a mesma coisa, mas eu
“Nicole”Combinei tudo tão bem com o Rômulo, era um plano perfeito. Ele sumiria com a Samanthinha e eu teria tempo para seduzir e envolver o meu pote de ouro chamado Heitor.Marquei com a chata da Perla em um shopping afastado, assim não correria risco dela encontrar com nenhum conhecido, inventei que eu não tinha carro e esse shopping ficava perto da minha casa e a idiota acreditou e foi me encontrar, para que eu não tivesse que gastar com taxi ou pegar ônibus.Assim que ela chegou, pedi o celular dela emprestado para ligar para o “meu paizinho”, dizendo que o meu havia descarregado. Ela, muito prestativa, me emprestou o telefone desbloqueado. Com todo o cuidado eu liguei para o Rômulo e depois que tinha encerrado a ligação, devolvi o telefone, ela o deixou sobre a mesa e se virou para chamar o garçom. Foi mais fácil do que pensei, nem precisaria roubar a bolsa toda.Já tinha um soldado do meu irmão ali por perto para nos ajudar. Ele passou e pegou o telefone sem ela perceber, levou