“Nicole”Combinei tudo tão bem com o Rômulo, era um plano perfeito. Ele sumiria com a Samanthinha e eu teria tempo para seduzir e envolver o meu pote de ouro chamado Heitor.Marquei com a chata da Perla em um shopping afastado, assim não correria risco dela encontrar com nenhum conhecido, inventei que eu não tinha carro e esse shopping ficava perto da minha casa e a idiota acreditou e foi me encontrar, para que eu não tivesse que gastar com taxi ou pegar ônibus.Assim que ela chegou, pedi o celular dela emprestado para ligar para o “meu paizinho”, dizendo que o meu havia descarregado. Ela, muito prestativa, me emprestou o telefone desbloqueado. Com todo o cuidado eu liguei para o Rômulo e depois que tinha encerrado a ligação, devolvi o telefone, ela o deixou sobre a mesa e se virou para chamar o garçom. Foi mais fácil do que pensei, nem precisaria roubar a bolsa toda.Já tinha um soldado do meu irmão ali por perto para nos ajudar. Ele passou e pegou o telefone sem ela perceber, levou
“Heitor”Depois de todo o estresse dos últimos dias, especialmente tudo o que aconteceu no dia anterior, acordar com a minha deusa em meus braços, dormindo tranquilamente era um bálsamo para todo o desgaste e todo o medo que eu senti.A luz do sol brilhava sutilmente por uma fresta aberta na cortina do quarto. Eu não me cansava de admirar o quão linda a Samantha é, como a pele dela brilha sob o sol, como se faiscassem pequeníssimos pontos de luz. Meus dedos desenhavam círculos sobre sua pela sedosa e aveludada.Ela estava dormindo placidamente com a cabeça em meu peito, uma perna jogada sobre a minha e um braço passado ao redor da minha cintura. Sua boca, que parecia um morango maduro e pronto para ser colhido estava entreaberta e seus longos cílios negros enfeitavam seus olhos fechados. Seus cabelos cacheados estavam espalhados entre nós e sobre a cama. Samantha é lindíssima!Mas era mais que isso. Samantha é uma mulher forte, determinada e que ama de forma desmedida e sem preocupaçõ
“Samantha”Depois que o Rômulo deixou de ser um problema, eu estava me sentindo muito mais leve e feliz. Eu tinha ao meu lado o homem que eu amava e que, não apenas dizia, também demonstrava para mim todos os dias que me amava igualmente.Heitor estava empenhado em fazer meus dias felizes, mas só de tê-lo por perto eu já me sentia a mulher mais feliz do mundo, me sentia vivendo uma vida perfeita por ter o meu amor comigo. Eu dormia em seus braços todos os dias e acordava com seus olhos brilhando pra mim, nada poderia ser mais perfeito do que isso.A semana fluiu assim, ele possuía meu corpo todas as noites antes de dormir e me amava todas as manhãs antes de sairmos da cama. Eu estava mal acostumada com seus beijos e toques e carinhos.No trabalho eu consegui adiantar tudo para que pudesse me ausentar por uns dias. Quando a quinta feira chegou, eu estava uma pilha de nervos e completamente ansiosa pelo casamento que se realizaria no sábado. Não pensei que eu fosse ficar assim, que esse
“Samantha”Ao nos aproximarmos do veículo e vi quem era a motorista do veículo, minhas pernas quase fraquejaram, senti um nó no estômago e tive que parar e respirar fundo para não vomitar. A motorista estava coberta de sangue e cacos de vidro.O carro era dirigido pela Isabella que, com certeza, estava sem o cinto de segurança, pois com o impacto da batida, ela voou pelo parabrisa e seu corpo ficou metade sobre o capô enrugado do carro e a outra metade dentro do carro. Havia sangue e ela estava gemendo de dor. Não poderíamos tocar nela, para não piorar as lesões, mas a cena era angustiante.Ouvi o Rick no celular ligando para a emergência e o Heitor se aproximou tentando acalmá-la. Era como se eu estivesse suspensa observando a cena sem participar dela.- Calma, Isabella, a ajuda já vem. – Heitor falava calmamente, abaixado na altura dos olhos dela, mas ela gemia e tinha parte dos cabelos caídos sobre o rosto.- Heitor, aii, meu amor, você vai cuidar de mim? – Isabella falou com a voz
“Heitor”Quando eu me deitei ao lado da Sam, ela já estava dormindo. Agradeci ao Joaquim por ter cuidado dela enquanto eu explicava tudo o que aconteceu aos outros e me deitei ao seu lado, observando o seu sono. Em algum momento eu dormi e quando acordei, no escuro do quarto, percebi que ela não estava ali. Fui ao banheiro e a vi parada debaixo do chuveiro, tremendo e de olhos fechados.Deus, há quanto tempo ela estava ali? Fechei a água depressa e a enrolei em uma toalha, mas foi só quando a peguei no colo que ela abriu os olhos e me olhou. Ela estava tremendo. A levei para o quarto, a sequei e a coloquei na cama, a cobrindo com uma manta leve. Entrei debaixo da manta e a puxei para junto do meu corpo.- O que você está fazendo? – Ela sussurrou, tentando se afastar.- Estou cuidando da minha mulher. – Respondi baixinho e mantive meus braços firmes em torno dela.- Eu não sou sua mulher. – Ela respondeu e eu suspirei. Desde o momento em que ela me mandou ir com a Isabella para o hospi
“Samantha”Quando o Heitor me tirou do banheiro eu fiquei muito confusa. O que viria a seguir? Eu não me contive e eu falei tudo o que me deixou assim, mortificada. Ele me apertou em seus braços e falava sem parar do medo de me perder, mas em momento nenhum durante o que aconteceu ele veio a mim perguntar se eu estava bem, então como ele queria que eu acreditasse que o desespero dele era por mim?Talvez ele só estivesse ali comigo por uma espécie e de responsabilidade moral porque eu estou grávida. O Alessandro ia se casar com aquela mulher porque pensou que ela estivesse grávida, talvez o Heitor tenha o mesmo senso de responsabilidade do amigo.Ah! Eu estava completamente confusa e não sabia em que acreditar. Depois de comer eu me deitei no sofá da sala e fechei os olhos, queria pensar e desanuviar a minha mente. Heitor se deitou comigo e me abraçou, não permitiu que eu questionasse o que estava fazendo ou que o repelisse, apenas se manteve grudado em mim.Quando o dia começou a clar
“Heitor”Eu estava surtando dentro dessa casa. Acordei com o cheiro de café na cozinha, mas a Samantha não estava comigo no sofá. Me levantei, fui até a cozinha e encontrei a Hebe sentada na banqueta em frente a janela.- Bom dia, irmãozinho! Como você está? – Hebe me olhou como se me analisasse.- Estou péssimo, Hebe. Você viu a Samantha? – Eu queria saber onde ela estava, não ia aceitar que ela me abandonasse porque ficou insegura.- Vi sim. – Hebe apontou para a janela. – Ela está lá já tem tempo.- Vou falar com ela. – Dei as costas para ir até o lugar onde a Sam estava sentada do lado de fora da casa, de frente para o mar.- Não vai não. – Hebe elevou um pouco a voz e me fez parar. – Senta aí e toma o seu café. Ela está lá para pensar e você não vai se meter nos pensamentos dela, isso não vai ajudar.Hebe fez eu me sentar e colocou uma caneca de café fumegante em minha frente. Depois encheu duas canecas com outra coisa quente e saiu da cozinha. Fiquei observando e vi minha irmã c
“Heitor”Samantha e eu estávamos deitados de frente um para o outro, simplesmente nos olhando e sorrindo. Eu não precisava de mais nada na vida, simplesmente estar com ela me bastava. Depois de uma tarde e uma noite caóticas, nós resolvemos nossos problema, nos reconectamos, fizemos amor lenta e apaixonadamente e nos declaramos um ou outro não deixando nenhum espaço para incertezas.- Por menos que eu queira, temos que sair da cama, precisamos nos arrumar para o casamento. – Falei me lembrando que ela precisaria de tempo para fazer maquiagem, cabelo e todas essas coisas que fazem as mulheres demorarem uma eternidade para se aprontarem, estando sempre atrasadas.- Não temos não. – Ela falou calma e serena. Meu coração disparou.- Não, não, não, Samantha. Você não cancelou esse casamento. – Levei as mãos no rosto frustrado. – Eu sou capaz de te arrastar até um padre, na primeira igreja que eu encontrar, e te fazer minha esposa. – Me sentei na cama me preparando para uma batalha que eu n