“Heitor”A semana já estava acabando. Os dias têm sido difíceis, mas em uma semana eu diria sim para a mulher da minha vida e estaríamos unidos pelo matrimônio, porém, o que realmente nos unia era o nosso amor. E a cada dia eu a amava mais.Se me dissessem há um tempo atrás que eu estaria ansioso para me casar e ter uma família, eu chamaria essa pessoa de louca, mas agora, era tudo o que eu sentia, ansiedade pelo casamento, pela chegada do meu filho ou filha, ansiedade para chegar em casa todos os dias e ver a mulher da minha vida sorrindo pra mim. Eu era um homem de sorte, tinha tudo o que me fazia feliz e até mais.- Bom dia, Martinez! – Melissa me recebeu com um bom dia muito animado e festivo.- Bom dia, maluca! Qual o motivo de tanta alegria? – Perguntei a achando efusiva demais.- Ah, sei lá, uma festinha só para mulheres amanhã talvez ou o casamento do maior mulherengo da história na semana que vem... – Melissa conjecturou olhando para cima com a caneta na boca e me fazendo rir
“Samantha”A semana tinha chegado ao fim e foi cansativa. O Rômulo insistia em me ligar me ameaçando, mas o Flávio disse que a escuta estava ativa e que eles estavam reunindo muitas provas e de outros crimes que o Rômulo estava praticando, de modo que logo ele seria preso de novo. Mas era horrível continuar recebendo as ligações dele e escutando ameaças e não saber o que esperar.Como se não bastasse, desde que descobriu que as irmãs do Eduardo organizaram a despedida de solteira para mim, o Heitor estava me atormentando para saber o que elas tinham preparado, porque deixei que elas organizassem a festa, ou se haveria algum tipo de ritual libertino, como ele mesmo disse. Eu assegurei que não sabia de nada, mas que ele não deveria se preocupar. Contudo, ele insistia a cada cinco minutos que nós fugíssemos dos nossos amigos e família e aproveitássemos o tempo só nós dois. Ele estava me deixando maluca com essa história, mas eu não arredei o pé, teria minha despedida de solteira e seria
“Samantha”O roteiro da noite foi explicado e as garotas resolveram dar início às brincadeiras, rapidamente estávamos todas sentadas e um pote com papéis dobrados foi colocado em minha frente.- Vamos começar pelas lingeries, cada uma pega a sua caixa. – Érica já foi dando início aos trabalhos.- Seguinte, Sam, você vai tirar um papel e ler o que está escrito, para ganhar o presente tem que acertar com quem aconteceu a situação que está no papel, se você errar, terá que contar uma situação que aconteceu com você. Quando abrir o presente, você vai estar de olhos fechados e vai tatear e descobrir o que é. Entendeu? – Emília me informou a regra do jogo.- Ai, meu deus! Tá bom, vamos começar. – Falei e tirei o primeiro papel. – “Na minha primeira vez, meu namorado e eu assistimos uns filmes para aprender, pois era a primeira vez dele também, na hora de fazer uma posição que vimos em um filme, eu sem querer dei um chute na cara dele e ele caiu da cama e quebrou o nariz. Terminei a noite vi
“Heitor”Cheguei com o Edu e o Enzo no Clube Social, os rapazes haviam reservado uma sala lá e eles haviam caprichado, montaram uma sala com mesa de sinuca, poker e fliperama, sofás de couro espalhados pelo ambiente e um bar estilo anos cinquenta com todo tipo de bebida. Isso seria divertido e relaxante.- E aí, preparado para tomar o seu último porre de solteiro? – Patrício perguntou logo que cheguei.- Pensei que esse dia nunca fosse chegar. – Alessandro se aproximou e me entregou um copo.Só então percebi que todos eles usavam a mesma camiseta, uma camiseta preta com o desenho de uma caricatura minha sendo arrastado por uma corda amarrada no pé por uma caricatura da Sam e embaixo escrito “game over”. Esses caras pareciam crianças no jardim de infância.Como se as camisetas não fossem suficientes, eles haviam preparado várias atividades e todas envolviam muito álcool, provavelmente no dia seguinte eu não me lembraria nem do meu próprio nome.Eu já estava meio bêbado quando vi o Fláv
“Rômulo”Samanthinha está muito doida se acha que pode me dar o perdido assim. Eu já liguei várias vezes e ela não atende, onde será que se enfiou? Preciso dar uma regulada nela, mas essa semana eu não consegui colocar meu plano em prática, já que o Sandro precisou que eu desse um confere nas contas da boca dele.O Sandro quer que eu vá morar no morro, mas pra falar a verdade, eu prefiro o apartamento da Nicolezinha, fica mais bem localizado. Mas não vai ter jeito, fechei com ele e ele é o chefe. Ele só me deu mais uma semana para eu resolver com a Samanthinha.Eu vou aproveitar essa semana pra resolver meu lance com a Samanthinha e para resolver o lance da Nicolezinha também, já estou sem paciência com ela, mas tem que parecer um acidente, afinal ela é irmã do Sandro. Eu ia fazer o serviço e jogar a culpa no velho, mas o imbecil foi preso e ainda por cima estava tentando me dar a volta no combinado que a gente fez. Ele queria a Samanthinha só pra ele, isso foi muita ganância.Mas a N
“Samantha”Minha despedida de solteira foi a festa mais divertida que eu já fui na vida, apesar da cobra. Érica e Emília tinham caprichado. Mas para o Heitor não foi tão divertido, quando ele chegou para me buscar estava tenso e preocupado.Em casa ele me contou sobre a desconfiança de que a Isabella tenha mandado a cobra e eu fiquei surpresa, não pensei que aquela insuportável fosse tão audaciosa.Passamos o domingo em casa, descansando e apenas nos curtindo e foi bom aproveitar aquele momento calmo com ele, já que a semana será agitada por causa do casamento, mesmo já estando tudo pronto.Essa semana eu teria que adiantar todo o meu trabalho, já que na semana seguinte eu viajaria em lua de mel com o Heitor e à partir de quinta feira eu não trabalharia, pois iria pra casa de praia supervisionar toda a montagem do casamento. Eu estava tão atarefada que na hora do almoço só fiz um lanche enquanto trabalhava e dispensei a Manu quando ela veio tomar um café à tarde.Porém, meu celular co
“Enzo”Ser estudante estava ficando cada vez mais difícil. A professora de português resolveu mandar a gente ler um livro que era quase impossível de achar, eu tive que despencar até o outro lado da cidade, pois de todas as livrarias em shopping só nessa tinha o livro. Estava todo mundo reclamando que não conseguia comprar o livro, porque não achava, eu perdi dois dias no telefone e finalmente encontrei. Então corri pra garantir o meu e não zerar na prova que a professora já avisou que ia aplicar.Mas já que eu estava no shopping, ia dar uma voltinha. Primeiro comprei o livro, eu havia reservado, mas vai que num descuido alguém vende o meu exemplar, então fui primeiro a livraria. Quando saí de lá fui andando pela praça de alimentação e avistei a tia Perla num café por ali, eu tinha que cumprimentá-la.- Olha que coincidência. Tia Perla, como você está? – Me aproximei e percebi que ela estava acompanhada de uma mulher mais jovem e até bonita, mas esquisita.- Enzo, querido, mas que sur
“Samantha”Eu estava cada vez mais nervosa. A medida que o carro avançava em direção ao meu destino eu me sentia mais desamparada, com medo e angustiada. O motorista do taxi, um senhor muito gentil inclusive, me observava pelo retrovisor, sem tirar os olhos do trânsito, e dirigia devagar sem pressa, talvez pela idade, tomava cuidado para não causar um acidente.Meu telefone tocou e eu o peguei na bolsa, era o Enzo, eu não podia atendê-lo agora, não conseguiria. Mas ele insistiu. Ele sempre insistia e eu sempre atendia. Pensei bem e se não o atendesse, levantaria suspeitas. Claro que o Michel já deveria ter voltado para a empresa, mas provavelmente pensou que eu estivesse em outro setor e não estaria alarmado ainda. Talvez ainda estivesse me procurando dentro da empresa. Assim, era melhor eu atender o Enzo.Quando ele me disse que estava com a minha mãe, eu não podia acreditar, então ele a colocou na linha comigo e eu ouvi a voz dela. Eu não consegui me conter mais, comecei a chorar e