“Heitor”Após examinar a Samantha o Molina lhe deu um remédio para que ela relaxasse, de acordo com ele, ela dormiria até o dia seguinte. Deixei a porta do quarto aberta e o Canela deitado aos pés da cama a vigiando e desci para falar com os outros.- Como ela está, filho? – Minha mãe correu em minha direção.- Muito abalada, mãe. O Álvaro deu um remédio e ela dormiu, ele disse que ela vai dormir até amanhã. – Respondi e minha mãe colocou a mão no meu rosto.- E você, como está? – A preocupação estava nos olhos da minha mãe.- Não sei te dizer. Tem uma mistura de sentimentos dentro de mim e nenhum deles é bom. – Falei a verdade, eu me sentia cansado, exaurido, mas eu queria matar o Reinaldo.- Calma, cara, esse merda está preso e não vai sair tão cedo da cadeia. – Flávio colocou a mão em meu ombro.- Obrigado, Flávio, se não fosse você eu não teria chegado a tempo. – Agradeci por ele ser um lunático e dirigir como se quisesse se matar.- Nada a agradecer. – Ele sorriu. – Mas eu precis
“Samantha”Abri os olhos e o quarto estava escuro, o que era estranho, pois eu estava me sentindo descansada, como se tivesse dormido por horas. A bem da verdade, eu gostaria de dormir por uma semana e quando acordasse saber que o terror que vivenciei ontem não passou de um pesadelo. Mas não era assim, infelizmente foi real.Quando fecho os meus olhos, chego a sentir a gastura pelo toque das mãos do Reinaldo em mim. No fundo da mina garganta o nó que se formou com o medo do ataque daquele monstro, ainda não se desfez por completo. Por mais que eu não quisesse imaginar, eu sabia bem o que teria acontecido comigo se o Heitor não tivesse chegado. Eu nem sei como ele chegou, como me encontrou. A única coisa que sei é que ele chegou em tempo e evitou o pior, ele me salvou.Me encolhi na cama vendo seu lado vazio. Puxei seu travesseiro contra o meu corpo e o abracei sentindo o seu cheiro. Por que ele não está aqui? Será que depois de ver o pai dele me agarrando não vai mais conseguir ficar
“Samantha”Depois de um banho revigorante, eu já estava me sentindo bem melhor e mais animada. Quando me sentei à mesa para o café da manhã, senti minha barriga reclamar de fome. Tomamos o café rindo e conversando sobre coisas cotidianas, com o Enzo alimentando o Canela escondido debaixo da mesa com pequenos pedaços de tudo, como se não estivéssemos vendo.Eu havia passado por algo horrível na noite anterior, mas estar ali cercada por aqueles três se desdobrando em atenção e carinho e se esforçando para me fazer rir era um bálsamo sobre a minha quase tragédia. Era muito bom tê-los por perto e melhorava muito o meu estado de ânimo.- Sam, o que você acha de almoçar no clube? Só nós quatro? – Heitor sugeriu e eu gostei da idéia.- No Clube Social? – Perguntei.- Não, no clube esportivo. O restaurante de lá é ótimo e tem uma área verde integrada, acho que pode ser agradável. – Heitor insistiu.- Também acho. Vamos sim. – Concordei.As crianças também gostaram da idéia e seria algo difere
“Samantha”Com o passar dos dias a lembrança do ataque do Reinaldo que sofri foi se dissipando e se tornando apenas um momento muito ruim no fundo da minha mente. Eu já não ficava pensando sobre o ocorrido e já não tinha pesadelos.O Rômulo tinha sumido, isso deveria me deixar tranquila, mas eu sabia que ele ter me deixado em paz por uns dias significava que ele estava armando alguma coisa e isso me deixava receosa. E a tal Nicole, que agora aparecia com freqüência perto do prédio da empresa, não me deixava esquecer que o Rômulo ainda era uma ameaça.Para deixar a situação mais tensa, a Isabella resolveu marcar presença na minha vida também e isso já estava ficando enervante. A patricinha puta agora fazia escândalos onde me encontrava e também, de acordo com o que a Melissa me contava, ela andava atrás do Heitor, mesmo ele tendo proibido a entrada dela na empresa, ela o cercava do lado de fora.Mas nem a Isabella e nem a Nicole me metiam medo, apenas o Rômulo me assombrava agora. Mesm
“Samantha”Foi muito difícil acalmar o Heitor, quando liguei contando o que houve na lanchonete ele queria que eu me demitisse imediatamente e convencê-lo de que eu estava segura dentro da empresa levou muito tempo.Eu sabia que ele sairia do escritório correndo para ir até o meu trabalho de novo, isso estava se repetindo com muita frequência. Mas, felizmente já estava no final do dia, de modo que o trabalho dele não ficaria deixado de lado mais uma vez por minha causa.Heitor chegou em menos de meia hora, se apoiou em minha mesa e olhou dentro dos meus olhos, sua irritação era palpável.- Samantha, isso de você estar trabalhando e se expondo ao perigo já não me agradava antes, estando grávida me agrada muito menos. Nós deveríamos repensar isso. – Heitor apoiou as duas mãos sobre a minha mesa e já foi falando o que lhe incomodava.- E você pretende que eu fique trancada em casa? – Perguntei calmamente. – Porque isso não vai acontecer.- Sam! – Heitor se jogou na cadeira em frente a mi
“Reinaldo”Eu estou me perguntando até agora como foi que o idiota do Heitor conseguiu chegar naquele hotel. Quando a Samantha entrou eu tive certeza de que ela esperava se encontrar com ele e só pelo fato dela estar ali eu tinha certeza de que ela não havia falado com aquele idiota. Mas de alguma forma ele descobriu e estragou meus planos.E não foi só isso, ainda por cima chegou acompanhado daquele delegado brutamontes que já chegou me enquadrando. Nossa a mão daquele delegado é muito pesada, o soco que ele me deu no rosto ainda estava doendo.Eu só queria minha noite de prazer com a Samantha e não estava disposto a dividir minha primeira vez com ela com aquele bandidinho do Rômulo. Eu fiz um trato com ele, mas eu não estava interessado em esperar até que ele tivesse vontade de me deixar foder aquela gostosa, então dei meu jeito, descolei um dinheiro emprestado com o Rubens e coloquei meu plano em prática. Me lembrei do almoço na casa da Hebe e da Samantha contando que o Heitor fazi
“Heitor”A semana já estava acabando. Os dias têm sido difíceis, mas em uma semana eu diria sim para a mulher da minha vida e estaríamos unidos pelo matrimônio, porém, o que realmente nos unia era o nosso amor. E a cada dia eu a amava mais.Se me dissessem há um tempo atrás que eu estaria ansioso para me casar e ter uma família, eu chamaria essa pessoa de louca, mas agora, era tudo o que eu sentia, ansiedade pelo casamento, pela chegada do meu filho ou filha, ansiedade para chegar em casa todos os dias e ver a mulher da minha vida sorrindo pra mim. Eu era um homem de sorte, tinha tudo o que me fazia feliz e até mais.- Bom dia, Martinez! – Melissa me recebeu com um bom dia muito animado e festivo.- Bom dia, maluca! Qual o motivo de tanta alegria? – Perguntei a achando efusiva demais.- Ah, sei lá, uma festinha só para mulheres amanhã talvez ou o casamento do maior mulherengo da história na semana que vem... – Melissa conjecturou olhando para cima com a caneta na boca e me fazendo rir
“Samantha”A semana tinha chegado ao fim e foi cansativa. O Rômulo insistia em me ligar me ameaçando, mas o Flávio disse que a escuta estava ativa e que eles estavam reunindo muitas provas e de outros crimes que o Rômulo estava praticando, de modo que logo ele seria preso de novo. Mas era horrível continuar recebendo as ligações dele e escutando ameaças e não saber o que esperar.Como se não bastasse, desde que descobriu que as irmãs do Eduardo organizaram a despedida de solteira para mim, o Heitor estava me atormentando para saber o que elas tinham preparado, porque deixei que elas organizassem a festa, ou se haveria algum tipo de ritual libertino, como ele mesmo disse. Eu assegurei que não sabia de nada, mas que ele não deveria se preocupar. Contudo, ele insistia a cada cinco minutos que nós fugíssemos dos nossos amigos e família e aproveitássemos o tempo só nós dois. Ele estava me deixando maluca com essa história, mas eu não arredei o pé, teria minha despedida de solteira e seria