MÁRCIA NARRANDO
16 anos depois....
Orquídea era uma aluna excelente, mesmo com as poucas condições que a gente tinha, ela era sonhadora, objetiva e conseguia me dar muito orgulho. A única coisa que me preocupava dia após dia, era a sua cirurgia, os dias passava e ela não era chamada para fazer a cirurgia paga pelo governo, ela corria risco do seu coração parar do nada.
Então AniSofi que trabalhava na empresa de automóveis VOM me colocou em contato com o Ceo Rafael Lopes, que está passando algum tempo na Colômbia para resolver assuntos sobre a nova sede que ele criou por aqui. Ele queria uma barriga de aluguel, eu tinha preenchido várias fichas, e-mail até ser marcado uma reunião com ele pessoalmente. Eu estou no lado de fora da sua sala esperando-o me chamar, AniSofi me encara o tempo todo e eu a encarava, ninguém poderia saber que a gente se conhecia.
- Senhorita Marcia, você pode entrar – ela fala com o celular no ouvido. Ela me dar um sorriso leve e apenas mexe a boca me dizendo ‘’ Boa sorte ‘’. Eu assinto com a cabeça.
- Boa tarde – eu falo entrando na sala dele.
- Márcia, certo? – ele pergunta e eu assinto – Meu nome é Rafael, pode se sentar.
Eu me sento na cadeira na sua frente.
- Você tem quantos anos? – ele pergunta.
- 33 – eu respondo.
- Eu vi os exames que você enviou, você é saudável – ele fala – você já tem uma filha, certo?
- Isso, ela tem 16 anos – eu respondo.
- Você também colocou no e-mail que você precisa do dinheiro para cirurgia dela – ele fala
- Isso, mas não é uma doença genética – eu respondo.
- Eu entendi, mandei para avaliação todos os laudos que você me enviou – ele fala – como vou ter certeza de que você não irá se apegar a criança que está gerando?
- Eu tive uma gravidez e um parto muito difícil, eu não tenho condições de ter um segundo filho e criar essa criança – ele me olha – eu mal tenho o que comer com a minha filha adolescente. Pode ter certeza de que não tenho como ter apego por essa criança.
Ele me olha.
Rafael era um jovem que deveria ter uns 20 e poucos anos, mas ele era sério. Ele herdou a empresa do seu pai e assumiu aos 18 anos de idade quando seu pai faleceu, ele modificou e modernizou a empresa, criando o seu nome nela e fazendo com que ninguém comparasse ele ao seu pai, tudo isso quem me disse foi AniSofi que trabalha com ele a três anos.
- Aqui está todos os contratos – ele fala – meu advogado Kalli vai poder te explicar todas as cláusulas – eu olho para o lado sentindo a presença do advogado.
Após ele me explicar todas as cláusulas e firmar bem a cláusula que se eu tentasse não entregar a criança para ele, poderia ser concedido um crime e eu poderia até mesmo ser presa, eu assinei todos os papeis e a metade do valor entrou na minha conta naquele exato momento, eu já sai do seu escritório pronta para fazer a cirurgia de Orquídea.
- Eles marcaram? – ela me olha com um olhar aliviado.
- Sim, minha filha – eu me aproximo dela – você vai fazer a cirurgia em 48h – ela sorri – você vai estar livre desse problema e vai voltar a ter uma vida normal.
Ela me abraça forte e eu a abraço.
Orquídea era a coisa mais importante da minha vida, eu faço de tudo pela minha filha, ela era uma menina brilhante, ela fazia tudo dentro de casa, desde comida até deixar a casa toda limpa. Ela me enchia de orgulho, eu queria que ela tivesse uma vida diferente da minha vida, um destino diferente. Ela me questionou várias vezes sobre seu pai, mas eu disse a ela que ele morreu quando eu ainda estava gravida, AniSofi me julgava muito por isso, ela sempre me disse que eu deveria contar toda a verdade a ela, mas eu me negava á fazer isso, Ferdinando não merecia ter uma filha como Orquídea.
(..)
Algumas semanas depois...
No mesmo dia da cirurgia de Orquídea foi o dia em que eu fiz a fertilização, não consegui acompanhar ela na cirurgia e depois nos duas ficamos de repouso, mas graças a Deus tudo tinha sido um sucesso, eu já estava com o exame de gravidez na mão e bem grande o positivo, eu era acompanhada por médicos toda semana, e tinha várias coisas a seguir para essa criança nascer saudável.
Eu olho para Orquídea estudando, ela está sentada na sala colocando os seus trabalhos da escola em dia, ela estava recuperada e não corria mais risco de vida.
Eu passo a mão na barriga, eu já sei que estou esperando uma menina, eu fui capaz de fazer tudo por Orquídea, minha filha era tudo que eu tinha.
Como eu entregaria minha filha que está sendo gerada dentro de mim a um homem desconhecido? Como passaria por todo processo do parto? Por todo processo da gravidez? E entregaria essa criança como se ela não fosse nada na minha vida.
Não tinha como.
- Para onde vamos mãe? – Orquídea pergunta.
- Venezuela – eu respondo – arrume suas coisas.
- E a tia AniSofi? – ela pergunta.
- Depois falo com ela – Orquídea me olha nervosa e aflita, mas não diz anda apenas assente com a cabeça.
Capítulo 2ORQUÍDEA NARRANDOAlguns meses depois....Foi muito rápido que aconteceu tudo, minha cirurgia, nossa mudança, a descoberta da gravidez, Jasmine nasceu, a descoberta da doença, a internação e a morte da minha mãe. Com Jasmine no colo eu encaro o tumulo da minha mãe ser fechado, Jasmine não entendia nada, estava quase dormindo no meu colo e nesse momento eu desejava ser ela, uma criança inocente sem entender o que está acontecendo nesse momento.- Querida, já está ficando frio para ela – Minha vó fala.- Só mais um minuto – eu falo.- Me entrega ela -ela fala- Não – eu respondo e ela me encara.- Você precisa confiar em mim -ela fala.- Você rejeitou a minha mãe até mesmo no leito de morte e agora veio chorar no enterro dela – ela me encara.- Não esqueça que irá precisar de mim – ela fala – Você não tem ninguém, estão sozinhas, daqui a pouco o dinheiro acaba, aluguel vence, as contas bate, o que você vai fazer com uma criança de um ano de idade Orquídea? Vão passar fome, v
Capítulo 3RAFAEL LOPES NARRANDOAcendo o meu cigarro e dou a primeira tragada nele, depois levo meu copo de bebida até a boca e fico observando aquelas imigrantes dançando em cima do palco, disputando a minha atenção e quem terminaria comigo nessa noite.Eu encaro uma loira, corpo definido que dançava muito bem em cima daquele palco, vestia uma lingerie branca transparente, bastante ousada e sexy. Por mais que as mulheres tímidas me atraísse bastante, essa ela conseguiu chamar toda minha atenção.Largo meu copo de bebida na mesa ao lado do sofá onde eu estou sentado.- Bonita ela – Yago meu irmão fala – gostosa.- Bastante – eu respondo para ele.- Chama ela – Yago coloca fogo – Deixa ela se exibir mais um pouco.- Olha que outro chama – Juan meu sócio fala. – Eu mesmo posso chamar ela a qualquer momento – eu sorrio para ele.- Tantas mulheres bonitas, quer chamar a que eu estou desejando? – eu falo e ele me olha.- Não está chamando – ele fala.Eu sorrio para ela novamente e chamo e
ORQUÍDEA NARRANDOEu tinha arrumado um emprego com ajuda da minha madrinha, estou feliz, emocionada, angustiada tudo ao mesmo tempo. Minha tia que era aposentada vai cuidar de Jasmine enquanto eu trabalho, eu ainda tinha um pouco de dinheiro que tinha na conta da minha mãe e já tinha entrado com os papeis para que pelo menos a Jasmine ganhasse a pensão da minha mãe.Eu iria fazer tudo pela minha irmã, Jasmine era tudo que eu tinha. Minha mãe fazia de tudo por nós duas, trabalhava muito e nunca deixou falta nada, ela nos amava acima de qualquer coisa e sei que a melhor escolha da vida dela, foi a gente. Então eu devia a ela cuidar da minha mãe, foi a promessa que eu fiz á ela em seu leito de morte, que estaria ao lado de Jasmine para o resto de minha vida, que jamais largaria a mão de minha irmã.- Aqui está tudo anotado, como funciona o leite, os horários, o que ela pode comer – eu falo para minha tia – a pomada, fraldas e lenços aqui também.- Fique tranquila – ela fala – eu vou cuid
ORQUÍDEA NARRANDOEu saio do meu primeiro dia de trabalho feliz e realizada, eu tinha conseguido o emprego e só precisaria arrumar os meus documentos, minha identidade ainda era da colômbia e não era documento aceitável por aqui. Aqui na Venezuela existia muita burocracia, minha madrinha até me convidou para voltar para Colômbia, por causa da escassez de alimentos e da vida difícil que nós venezuelanos levamos aqui, mas era impossível sair do país sem autorização do governo.Eu tinha recebido o meu vale alimentação e transporte, não era muita coisa, mas passo no mercado para comprar as coisinhas de Jasmine, frutinhas, bolachas e iogurtes, a gente já não estava sem. As prateleiras dos mercados era algo assustador, a maioria dos itens estão faltando e o que tinha precisava escolher muito bem porque poderia estar vencido, mofado e estragado. A Colômbia não era o melhor país, mas as coisas ainda funcionava por lá de uma forma diferente que aqui.- Aqui está o seu troco – a mulher do merca
ORQUÍDEA NARRANDO- Você não precisa fazer isso se você não quiser – minha madrinha fala.- Eu quero a minha irmã – eu falo.- Você sabe o que esse homem faz com essas mulheres nesse bar dos imigrantes? – minha tia fala – ele vai dar uma boa vida para sua irmã – eu a encaro – você não precisa se preocupar com isso.- Ela é minha irmã e eu prometi para minha mãe que eu cuidaria dela – eu falo.- Ela aceitou ser barriga de aluguel – minha tia fala – quebrou o acordo que ela tinha.- As únicas coisas que a minha mãe tinha, era as suas filhas. Eu sou a prova viva de que ela fez tudo que podia por nós duas – eu falo – ela aceitou esse contrato por causa da minha cirurgia, ela jamais entregaria uma filha dessa forma.- Se for ver a filha nem é dela – minha prima fala – o ovulo deve ser de outra mulher – eu a encaro.- Eu não me importo com isso – eu suspiro – ela é minha irmã, Jasmine é minha irmã e eu não vou descansar até que eu a tenha ao meu lado. Eu tenho uns três mil no banco.- É pou
Capítulo 7Rafael Lopes narrando- Ela é linda – minha mãe fala com ela no colo – Até que enfim a gente tem você em nossas vidas – minha mãe diz abraçando-a. – como ela se chama mesmo?- Jasmine – eu falo- Você não vai trocar o nome? – minha mãe pergunta.- Não, vou manter – eu falo – ela já responde por Jasmine e é um nome bonito. O que importa é que estou com a minha filha.- E a mulher? – ela pergunta – está presa?- Não encontramos na casa – eu respondo – estava apenas a tia dela e a verdade é que isso tudo está com o jurídico, ela não vai poder se aproximar e se tentar, será pior.- Ela tem que apodrecer na cadeia – ela fala – como faz algo desse tipo? Some dessa forma? levando todo dinheiro e a nossa princesa?- Ela não vai conseguir se esconder, Marcia assim que for encontrada será presa – eu falo.- E a outra filha dela? – minha mãe pergunta.- Não estava lá, eu nunca a vi – eu falo – e para falar a verdade eu nem sei o seu nome.- É bom manter a distancia de todos – ela fala
Capítulo 8Orquídea narrandoEu chego na frente da boate e tinha um segurança na frente.- Boa tarde – eu falo e ele me encara. – Eu estou procurando Henzi.Ele me encara.- Sempre chegando mais de vocês – ele fala me encarando e fala no rádio – Henzi, tem uma garota querendo falar com você. – ele me olha – como é seu nome?- Orquídea – eu falo.- Orquídea – ele fala – pode entrar, ela vai te encontrar no salão, só seguir o corredor.Minha madrinha tinha me falado o nome de Henzi, disse que ela iria me ajudar e conhecia o Rafael e que ela iria me ajudar a chegar até ele.- Orquídea? – uma mulher morena alta bem bonita pergunta.- Sim – eu respondo toda tímida, encarando aquele lugar que na primeira vista me deu muito medo.- Seja bem-vinda minha querida Orquídea – ela fala sorrindo – sua madrinha entrou em contato comigo e olha que incrível a gente se conheceu na Colombia.- Você conheceu minha mãe também? – eu pergunto.- Não, sua mãe não – ela fala sorrindo – mas gostaria de ter con
Capítulo 9Orquídea narrandoA gente entra em um quarto de hotel, sempre em silêncio ele não me diz nada. Eu estou vestindo apenas o seu blazer, parece que ele tinha deixado tudo preparado, em uma mesa tinha um balde com champanhe e duas taças. Ele se aproxima da mesa e abre a champanhe, servindo as duas taças e se aproxima de mim.- Não precisa ficar com medo – ele fala me entregando a taça.- Obrigada – eu falo.- Vamos brindar a nossa noite – ele fala e eu levo a minha taça de champanhe até a dele.Ele leva a champanhe até a boca dele me encarando, eu faço o mesmo, mas mal molho a boca, minha mãe jamais me deixou beber nem mesmo final do ano.Ele tira a taça da minha mão e coloca as duas sobre a mesa, ele se aproxima de mim passando a sua mão pelo meu rosto.- Não precisa ficar com medo – ele fala – eu não vou te machucar – ele me olha.Ele começa a passar a sua mão pelo blazer, abrindo os botões e fazendo com que eu tire, ele passa sua mão delicadamente pelo meu corpo, ele me vira