ORQUÍDEA NARRANDO
Eu tinha arrumado um emprego com ajuda da minha madrinha, estou feliz, emocionada, angustiada tudo ao mesmo tempo. Minha tia que era aposentada vai cuidar de Jasmine enquanto eu trabalho, eu ainda tinha um pouco de dinheiro que tinha na conta da minha mãe e já tinha entrado com os papeis para que pelo menos a Jasmine ganhasse a pensão da minha mãe.
Eu iria fazer tudo pela minha irmã, Jasmine era tudo que eu tinha. Minha mãe fazia de tudo por nós duas, trabalhava muito e nunca deixou falta nada, ela nos amava acima de qualquer coisa e sei que a melhor escolha da vida dela, foi a gente. Então eu devia a ela cuidar da minha mãe, foi a promessa que eu fiz á ela em seu leito de morte, que estaria ao lado de Jasmine para o resto de minha vida, que jamais largaria a mão de minha irmã.
- Aqui está tudo anotado, como funciona o leite, os horários, o que ela pode comer – eu falo para minha tia – a pomada, fraldas e lenços aqui também.
- Fique tranquila – ela fala – eu vou cuidar muito bem dela. Cuidei de sua mãe quando ela nasceu como irmã mais velha.
- Obrigada tia por está me ajudando- eu falo – por ter saído da sua casa e está morando aqui e dividindo o aluguel comigo. Eu não sei o que seria de nós sem seu apoio.
- Fique tranquila minha querida – ela fala – estarei aqui ao seu lado.
- Obrigada – eu sorrio.
Eu pego Jasmine no colo e beijo ela muito, eu sinto um aperto tão forte em meu coração por deixar ela, mas eu não entendia o porquê desse aperto, sabendo que em algumas horas estaria de volta e ficaria com ela.
- Mãe – ela chama toda enrolada.
Fazia dias que ela chamava a nossa mãe, assim como eu, Jasmine também era muito apegada com nossa mãe. Até porque, era nós três sempre.
Meus olhos se enche de lagrima vendo-a chamar por nossa mãe, ela sentia muita falta dela, eu abraço minha irmã forte.
- Agora é nós duas pequena – eu falo abraçando-a – estaremos juntas para sempre.
Mesmo algo me dizendo que não deveria deixar minha irmã, eu a deixo no colo da minha tia e saio para fora da casa, olho para o pátio vendo as orquídeas e os Jasmim de minha mãe plantado em seu pequeno jardim de vasos de flores e abro um sorriso, minha mãe era apaixonada por rosas, flores e plantas, por isso colocou nossos nomes de Orquídea e Jasmine, toda vez que eu olhava para cá, eu lembrava dela e abria um sorriso. Eu a sentia perto de mim.
Eu saio caminhando em direção ao ponto de ônibus, queria chegar cedo no meu primeiro dia de trabalho e mostrar que eu era eficiente para eles me contratarem fixa no emprego, eu precisava achar uma forma de ganhar dinheiro e sustentar a minha irmã.
RAFAEL LOPES NARRANDO
Era um pouco mais de onze horas da manhã quando pousamos na Venezuela.
- Chamou a polícia? – eu pergunto para Yago.
- Sim, estão todos indo para o endereço, oficial de justiça também – ele fala.
- ótimo – eu falo – quero essa mulher presa, o que ela fez foi sequestro.
- Até que enfim, você vai encontrar sua filha – ele fala.
- Estou esperando a chegada dela a quase dois anos, nove meses de gestação e um ano de vida dela – eu falo – essa espera acabou, vou ter a minha filhinha comigo – eu sorrio.
Entramos dentro do carro e vamos em direção ao endereço, chegando lá era uma casa simples com um pequeno jardim na frente, a polícia e oficial de justiça já estão nos esperando. Entramos para dentro do pátio e quando a polícia b**e na porta uma senhora com uma menina no colo abre a porta.
- Minha filha – eu falo sorrindo vendo aquela menina tão linda, pele branquinha, olhos verdes, os cabelos loiros que sorri em minha direção.
- Quem são vocês? – ela pergunta.
- Essa criança se chama Jasmine? – O oficial de justiça pergunta.
- Sim – a senhora responde.
- Eu sou o pai dela e vim buscar a minha filha – eu falo e aquela senhora me olha espantada.
- O que a senhora é dela? – O oficial de justiça questiona.
- Tia – ela fala.
- Cadê a senhora Márcia Alcaria? – Oficial justiça pergunta.
A senhora está nervosa, eu a encaro e percebo isso.
- Não está, por favor não leve a menina – ela fala.
- Por favor, entregue a menina ao pai – Oficial de justiça fala – aqui está todos os papeis que fala sobre o acordo que Marcia fez com o senhor Rafael Lopes. – A senhora parece olhar todos aqueles papeis confusos – esses papeis deve ser entregue a responsável pela criança. Ela responderá por crime de sequestro.
A senhora começa a chorar, gaguejar e não saia do lugar.
- Me dê a minha filha – eu falo pegando a bebê de seu colo.
- Precisa pegar as coisas dela – a senhora fala – espere a irmã dela chegar.
- Precisamos de nada, eu tenho tudo. Estou esperando a minha filha a mais de um ano – eu falo para ela – estamos juntos minha pequena.
Aquela menina tão indefesa e linda sorri para mim e eu abro um sorriso para ela, eu sei que ela sentiu que eu era o seu pai.
- Ninguém vai nos separar meu amor – eu falo sorrindo para ela.
Entramos dentro do carro enquanto aquela senhora gritava desesperada, ela começa a passar mal e um policial a acode
- Ela é linda – Yago fala.
Eu só sabia olhar para minha filha em meus braços que finalmente eu tinha conseguido encontrar ela, nós vamos embora em direção a Londres.
ORQUÍDEA NARRANDOEu saio do meu primeiro dia de trabalho feliz e realizada, eu tinha conseguido o emprego e só precisaria arrumar os meus documentos, minha identidade ainda era da colômbia e não era documento aceitável por aqui. Aqui na Venezuela existia muita burocracia, minha madrinha até me convidou para voltar para Colômbia, por causa da escassez de alimentos e da vida difícil que nós venezuelanos levamos aqui, mas era impossível sair do país sem autorização do governo.Eu tinha recebido o meu vale alimentação e transporte, não era muita coisa, mas passo no mercado para comprar as coisinhas de Jasmine, frutinhas, bolachas e iogurtes, a gente já não estava sem. As prateleiras dos mercados era algo assustador, a maioria dos itens estão faltando e o que tinha precisava escolher muito bem porque poderia estar vencido, mofado e estragado. A Colômbia não era o melhor país, mas as coisas ainda funcionava por lá de uma forma diferente que aqui.- Aqui está o seu troco – a mulher do merca
ORQUÍDEA NARRANDO- Você não precisa fazer isso se você não quiser – minha madrinha fala.- Eu quero a minha irmã – eu falo.- Você sabe o que esse homem faz com essas mulheres nesse bar dos imigrantes? – minha tia fala – ele vai dar uma boa vida para sua irmã – eu a encaro – você não precisa se preocupar com isso.- Ela é minha irmã e eu prometi para minha mãe que eu cuidaria dela – eu falo.- Ela aceitou ser barriga de aluguel – minha tia fala – quebrou o acordo que ela tinha.- As únicas coisas que a minha mãe tinha, era as suas filhas. Eu sou a prova viva de que ela fez tudo que podia por nós duas – eu falo – ela aceitou esse contrato por causa da minha cirurgia, ela jamais entregaria uma filha dessa forma.- Se for ver a filha nem é dela – minha prima fala – o ovulo deve ser de outra mulher – eu a encaro.- Eu não me importo com isso – eu suspiro – ela é minha irmã, Jasmine é minha irmã e eu não vou descansar até que eu a tenha ao meu lado. Eu tenho uns três mil no banco.- É pou
Capítulo 7Rafael Lopes narrando- Ela é linda – minha mãe fala com ela no colo – Até que enfim a gente tem você em nossas vidas – minha mãe diz abraçando-a. – como ela se chama mesmo?- Jasmine – eu falo- Você não vai trocar o nome? – minha mãe pergunta.- Não, vou manter – eu falo – ela já responde por Jasmine e é um nome bonito. O que importa é que estou com a minha filha.- E a mulher? – ela pergunta – está presa?- Não encontramos na casa – eu respondo – estava apenas a tia dela e a verdade é que isso tudo está com o jurídico, ela não vai poder se aproximar e se tentar, será pior.- Ela tem que apodrecer na cadeia – ela fala – como faz algo desse tipo? Some dessa forma? levando todo dinheiro e a nossa princesa?- Ela não vai conseguir se esconder, Marcia assim que for encontrada será presa – eu falo.- E a outra filha dela? – minha mãe pergunta.- Não estava lá, eu nunca a vi – eu falo – e para falar a verdade eu nem sei o seu nome.- É bom manter a distancia de todos – ela fala
Capítulo 8Orquídea narrandoEu chego na frente da boate e tinha um segurança na frente.- Boa tarde – eu falo e ele me encara. – Eu estou procurando Henzi.Ele me encara.- Sempre chegando mais de vocês – ele fala me encarando e fala no rádio – Henzi, tem uma garota querendo falar com você. – ele me olha – como é seu nome?- Orquídea – eu falo.- Orquídea – ele fala – pode entrar, ela vai te encontrar no salão, só seguir o corredor.Minha madrinha tinha me falado o nome de Henzi, disse que ela iria me ajudar e conhecia o Rafael e que ela iria me ajudar a chegar até ele.- Orquídea? – uma mulher morena alta bem bonita pergunta.- Sim – eu respondo toda tímida, encarando aquele lugar que na primeira vista me deu muito medo.- Seja bem-vinda minha querida Orquídea – ela fala sorrindo – sua madrinha entrou em contato comigo e olha que incrível a gente se conheceu na Colombia.- Você conheceu minha mãe também? – eu pergunto.- Não, sua mãe não – ela fala sorrindo – mas gostaria de ter con
Capítulo 9Orquídea narrandoA gente entra em um quarto de hotel, sempre em silêncio ele não me diz nada. Eu estou vestindo apenas o seu blazer, parece que ele tinha deixado tudo preparado, em uma mesa tinha um balde com champanhe e duas taças. Ele se aproxima da mesa e abre a champanhe, servindo as duas taças e se aproxima de mim.- Não precisa ficar com medo – ele fala me entregando a taça.- Obrigada – eu falo.- Vamos brindar a nossa noite – ele fala e eu levo a minha taça de champanhe até a dele.Ele leva a champanhe até a boca dele me encarando, eu faço o mesmo, mas mal molho a boca, minha mãe jamais me deixou beber nem mesmo final do ano.Ele tira a taça da minha mão e coloca as duas sobre a mesa, ele se aproxima de mim passando a sua mão pelo meu rosto.- Não precisa ficar com medo – ele fala – eu não vou te machucar – ele me olha.Ele começa a passar a sua mão pelo blazer, abrindo os botões e fazendo com que eu tire, ele passa sua mão delicadamente pelo meu corpo, ele me vira
Capítulo 10Orquídea narrandoEra de manhã cedo quando eu acordo e abro os meus olhos e eu estou sozinha dentro do quarto e começo a me desesperar, sinto meu corpo ardendo, as marcas em meu corpo me faz chorar muito, eu me levanto e começo andar pelo quarto e vou em direção ao banheiro e ligo o chuveiro, eu me sentia imunda, eu só conseguia chorar.Eu saio do quarto e vejo que tinha apenas a lingerie, ele tinha levado o seu blazer. Alguém bate na porta.- Quem é? – eu pergunto.- Sou eu Henzi querida – ela fala e eu abro a porta chorando – Meu Deus, o que ele fez com você?- Eu quero ir embora – eu falo para ela – por favor me manda embora de volta, me dar o dinheiro que ele pagou e eu quero ir embora.- Querida se acalma – ela fala – vamos colocar uma roupa. – ela me ajuda a me vestir e eu só conseguia chorar – Eu sei que tudo isso é novo para você- Eu não quero nunca mais encontrar com ele – eu falo para ela – nunca mais – ele me olha. – eu não quero mais.- Converse com sua madrin
Capítulo 11Rafael Lopes narrando- Sabe dizer se o investigador encontrou Marcia? – eu falo – se ela está presta? – eu pergunto.- Não – Yago fala – ainda nada, nem sinal. A casa onde você buscou Jasmine, não tem mais ninguém morando lá.- E aquela senhora? – eu pergunto.- A casa estava alugada no nome de Márcia, ela morava com as filhas, nem ela e nem a filha mais velha foram encontradas – ele fala – a tia sumiu, ninguém sabe na vizinhança onde ela mora. Disseram que a família de Márcia é de outro bairro e que pouco Márcia recebia visitas dela.- Espero que essa mulher não me traga dor de cabeça, queira vir atrás da filha – eu falo.- Se ela tentar sair do país, vamos saber. Só sai com autorização do governo – Yago fala – isso é fácil para nós, compramos os responsáveis e ela nunca sairá de lá, se sair ilegalmente Marcia será presa.- Assim, eu espero – eu falo – estou com raiva dessa mulher, ela não deveria ter me traído da forma que me traiu.- Fique tranquilo – ele fala – Jasmin
Capítulo 12Orquídea narrandoEu chego na casa e entro para dentro, a casa está vazia, ela era de dois andares e era bem escura, até mesmo a decoração da casa era em cores mais quentes.Não tinha sinal que tinha ninguém na casa, eu ando por ela e às únicas portas que encontro aberta era da cozinha e do banheiro, eu procuro pelo bar e arrumo duas bebidas na bandeja e os copos, procuro por gelo e coloco dentro do balde que tinha, jogo fora a metade da bebida de uma das garrafas e completo com água e mexo ela para que os líquidos se misturem.Confesso que estou me tremendo por inteiro e a única coisa que passa na minha cabeça era a minha irmã, a vontade de ter ela por perto o mais rápido possível. Como minha madrinha iria me ajudar a ter ela, eu não sei, porque fugir com ela seria algo que seria impossível. Eu me olho em um espelho enorme que tinha na sala e fico pensando se devo ou não tirar o casaco, mas acredito que ele se sentiria mais atraente me vendo sem. Quando eu ia abrir o meu