– O que está acontecendo aqui? Quem é você? Afaste-se da minha filha! Fui surpreendida pela entrada do meu pai na sala. A última pessoa que eu esperava ver ali naquele momento. Ele caminhou alguns passos em direção a Emily, mas ela apontou a faca em sua direção, fazendo-o parar. Ela alternava a faca entre mim e ele.– Ahhhh! Então o papai da Celine chegou! É você então o tal empresário todo poderoso milionário? Fica e assista o que eu vou fazer com a sua filhinha maldita! – Não se atreva a tocar na minha filha!– Pai! Por favor pai! Não se aproxima dela! Eu estava tomada ainda mais pelo medo e angústia. Uma tragédia anunciada se desenrolava na minha frente. Eu temia pela minha vida e agora a do meu pai também.– Eu não vou permitir que ela faça mal a você Celine!– Que bonitinho! O papai defendendo a filhinha! Dito isso a Emily avançou em minha direção. Eu soltei um grito desesperado. Meu pai por um impulso agarrou a Emily pelas costas enquanto tentava com uma das mãos tomar a faca.
– Renê, o meu pai não pode morrer! Ele não pode morrer! Não pode! Ela implorava com sua voz tremendo.– Eles estão fazendo de tudo para salvá-lo. Ele está em boas mãos agora. Tentei acalmá-la mas no fundo eu também sentia o peso da incerteza. Vincent adentrou o ambiente acompanhado da Glória e da dona Nice. Dona Nice imediatamente se aproximou da Celine, sentando-se ao seu lado. Eu caminhava de um lado para outro, enquanto aguardava por notícias. O ambiente estava tomado pelo silêncio da tensão que estávamos vivendo. Richard adentrou a sala de espera, em que todos nós estávamos reunidos e se aproximou de mim com uma certa discrição.– O quadro é grave Renê! Meu amigo cochichou ao pé do meu ouvido, mas seu semblante era péssimo. – Seu sogro está sendo atendido pelo Dr. Everton, você sabe que ele é um excelente cirurgião, mas a situação do pai da Celine é bem crítica. Me mantive em pé de costas, tentando evitar que ela percebesse algo. Algum tempo depois, o Dr. Everton surgiu, sua
– Estamos esperando por informações da polícia Victor. Mas pode ter certeza que a Emily não ficará impune. O Vincent está acompanhando o caso e as investigações junto a polícia. Não vão demorar a encontrá-la, ela não conseguirá se esconder por muito tempo. Meu tom era apaziguador. Ele acenou com a cabeça concordando comigo. Victor se aproximou do Pablo, dando um abraço de conforto no primo. Fiquei em silêncio observando a interação dele com a família. Cheguei a conclusão que apesar do Victor ter agido de forma incorreta prejudicando a Celine em apoio ao tio, nesse momento de dor, ele demonstrava preocupação genuína e apoio a sua família. – E como está o meu tio? Houve alguma melhora no quadro? Victor me inquiriu preocupado.– O Álvaro está sendo mantido em coma induzido pelos médicos para ajudar a controlar a dor e a inflamação causada pelo ataque de faca. Foi necessária uma transfusão de sangue devido a forte hemorragia. Os médicos estão monitorando de perto o estado de Álvaro,
Celine Eu estava com o coração acelerado, enquanto entrava na sala de ultrassom de mãos dadas com o Renê. Enquanto eu me preparava para o exame, a sala era iluminada por uma luz suave, e o som do equipamento criava um zumbido familiar que enchia o ambiente. A médica entrou nos cumprimentando com um tom amigável e começou a preparar o aparelho. Eu sentia um misto de nervosismo e excitação, enquanto o Renê segurava a minha mão com firmeza, como se quisesse transmitir toda a força e apoio. Quando a médica aplicou o gel frio na minha barriga e começou a mover o transdutor, o silêncio foi interrompido por um som que parecia uma batida suave. O meu coração disparou ao ouvir o som suave que poderia ser o bebê. Meus olhos encheram de lágrimas de alegria, enquanto o Renê me olhava com uma expressão de felicidade e amor. A médica confirmou uma gravidez de quatro semanas. Foi um momento mágico para nós.– Veja… Aqui está o seu bebê! Essa pequena imagem escura dentro do útero, corresponde
Victor Eu estava sentado em minha mesa de trabalho, cercado pelo caos da rotina diária, ainda mais intensa com a ausência do meu tio. Eu olhava os papeis em minha frente, mas a minha mente estava bem longe dali. O ambiente ao redor parecia opressivo, como se as paredes estivessem se fechando sobre mim. Tirei o bilhete de despedida do bolso do meu paletó. Enquanto eu relia as palavras da Dora no bilhete, nossas lembranças ecoavam em minha mente. “Eu mereço ser amada de verdade, ser respeitada e valorizada como pessoa, e eu sei que nunca vou encontrar isso com você.” O que ela disse era como um golpe profundo em mim. Eu tenho me sentido muito vazio, como se uma parte de mim tivesse sido arrancada, e o orgulho que sempre me sustentou, agora se tornou um fardo. Eu não queria admitir para mim a intensidade do que eu sentia por ela. Admitir significaria vulnerabilidade, e eu nunca fui bom em me permitir sentir isso. Mesmo quando eu era criança e sentia falta do meu pai, eu chorava escond
– Boa noite! Eu sou o Marcos, amigo do Victor. Ele acabou bebendo demais hoje. Eu o trouxe para casa, mas ele está meio descontrolado. A expressão no rosto de Celine era de surpresa.– Eu trouxe histórias incríveis essa noite pessoal! Vocês não vão acreditar no que aconteceu! Victor com os olhos vidrados, soltava várias gargalhadas e nem se importava com a nossa presença.– O que está acontecendo aqui? Esse barulho todo vai acordar a minha tia. Pablo chegou na sala se aproximando de nós.– Primoooooo! Venha ouvir o que eu tenho pra contar! A voz do Victor saia toda enrolada como se ele estivesse tropeçando nas palavras.– Vem Victor, eu vou levar você lá para cima. Obrigado por trazê-lo para casa Marcos. Daqui pra frente deixa comigo. Marcos assentiu com a cabeça e saiu pela porta. Victor se jogou no sofá.– Ela me abandonou, Pablito! Já tá com outro! Victor começou a chorar em desespero. Eu me aproximei tentando levantá-lo do sofá.– Vamos Pablo, segura ele do outro lado, eu vou te a
– Eu agradeço a sua preocupação Theodoro, mas Celine além de minha noiva, está grávida do nosso primeiro filho. Em breve seremos pais. Vi os olhos de Theodoro se estreitaram. Uma carranca se formou em seu rosto e o sorriso sarcástico morreu na hora quando ele engoliu seco.– Isso mesmo. Eu estou grávida Theodoro. Nós nos amamos e estamos muito felizes. Renê segurou em minha mão, e um silêncio pairou no ar, enquanto Theodoro lançava um olhar afiado para o Renê. Rubens percebendo a tensão crescente, resolveu suavizar a situação.– Meus parabéns ao casal! Estou planejando uma reunião em minha casa na próxima semana, seria ótimo ter vocês lá. Seria uma oportunidade de aliviar um pouco a tensão e socializar.– Nós agradecemos o convite, Sr. Rubens. Não vamos garantir a nossa presença, pois realmente estamos passando por esse momento difícil, mas agradeço a sua atenção. Quando os dois atravessaram a porta da sala. Eu e o Renê trocamos olhares confidentes. O que deveria ser uma visita de
Celine Meus passos ecoavam pelo chão do hospital enquanto eu caminhava ao lado do Renê. Meu coração batia acelerado. A ansiedade misturada com a esperança me consumia. As enfermeiras passavam por nós apressadas, enquanto alguns pacientes aguardavam em silêncio. Apertar a mão do Renê, era um gesto simples mas que me trazia conforto.– Ele pode acordar a qualquer momento. Eu assenti para o Renê. Minhas mãos estavam trêmulas. A ideia de ver meu pai acordado e de ter a chance de falar com ele, fazia a minha mente girar. Enquanto aguardávamos por notícias na sala de espera eu respirava fundo, tentando controlar as minhas emoções. O medo que meu pai não sobrevivesse me atormentou por todos esses dias. Minha tia se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado. Ela colocou uma mão acolhedora sobre o meu joelho transmitindo um sentimento de proteção.– Em breve você poderá falar com seu pai, minha querida. Eu busquei forças em suas palavras. Pablo estava encostado na parede, as mãos enfia