Dora Depois de um longo dia de trabalho, cheguei em casa extremamente cansada. Tomei um banho morno e relaxante tentando aliviar o cansaço do dia. Meus pés estavam doloridos. O preço cobrado por ter que usar saltos e ficar em pé boa parte do meu dia. Preparei um pequeno jantar e após comer, comecei a organizar a bagunça no meu pequeno apartamento. Escutei batidas leves na porta, o que me causou um pouco de medo. Afinal de contas, já era noite e eu estava sozinha em casa, um arrepio percorreu a minha espinha. Ao abrir a porta meu coração disparou. O Victor estava ali em pé, com seu sorriso despreocupado e aquele olhar que me fazia sentir um turbilhão de emoções. Antes que eu pudesse formular um protesto ou pedir que ele se fosse, Victor deu um passo à frente me segurando firme pela cintura. A proximidade era eletrizante. Senti os músculos e o calor do seu corpo. Seus lábios tomaram o meu com força. Era um beijo intenso que, para mim, misturava saudade e desejo. Tentei lutar contra o
– Alô? Renê falando… Atendi a ligação ainda sonolento.– Senhor Renê, aqui é do hospital. O senhor e a senhora Celine precisam vir imediatamente. O paciente Sr. Álvaro Castelli teve um sangramento e precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência.– O quê? Como isso aconteceu?– Desculpe senhor, mas não tenho mais informações. Por favor, venham o mais rápido possível.Desliguei o telefone estático, sem saber como dar a notícia a Celine. Eu temia que ela se sentisse mal assim que soubesse da situação do pai.– Renê, o que está acontecendo? Quem era?– Celine, é sobre o seu pai… Ele teve um sangramento e precisou fazer uma cirurgia de emergência.– O quê? Não! Isso não pode acontecer. Seu semblante estava assustando enquanto ela se sentava na cama.Celine começou a se desesperar, enquanto eu tentava acalmá-la. Eu a abracei tentando confortá-la enquanto ela estava ficando fora de si.– Vamos logo para o hospital! Eu preciso ver meu pai!– Nós vamos para o hospital agora mesmo. Fica c
Celine Após passar a noite em observação no hospital, o Dr. Hélio liberou minha alta sob recomendações de repouso. Chegamos em casa e fomos direto para o quarto. O Renê se deitou ao meu lado na cama, nos envolvendo com um cobertor macio. Seu semblante estava cansado, sei que ele teve uma noite difícil na poltrona do hospital. Ele estava tão preocupado comigo e com o bebê que não quis ir embora, mesmo após eu insistir que ele deveria ir para casa descansar. Alguns minutos depois ele adormeceu ao meu lado. Seu rosto era sereno e relaxado, estava em sono profundo. Observei as olheiras e as linhas de cansaço em seu rosto. Comecei a pensar em tudo o que ele tem feito por mim, sentindo uma onda de amor e gratidão por tê-lo em minha vida. Eu não sei o que faria sem ele. O Renê tem sido meu porto seguro em meio a todas as turbulências. Sempre presente e me apoiando em tudo. Observando com tanto amor e admiração, sorri e me inclinei beijando sua testa. Ouvi uma leve batida na porta que foi
Victor Eu fiz tudo errado. Quando Dora retribuiu meu beijo com tanto desejo e saudade, eu tive a certeza que o jogo estava ganho. Ela não resistiria, cederia a mim e voltaria para casa comigo. Para mim, que sempre fui acostumado a ter tudo o que quero nem que seja comprando, me dei conta que as coisas com ela não seriam assim. Acreditei que o tempo que ficamos sem nos ver tivesse sido o suficiente para que a Dora entendesse que a melhor escolha para ela seria ao meu lado. Eu me enganei feio, quando eu ofereci o cartão de crédito de volta, e a proposta que ela teria de volta uma vida de luxo. A expressão da Dora mudou imediatamente, de desejo e saudade para indignação e desdém. A partir daí eu percebi que havia cometido um erro colossal. Sua negativa me fez ferver de raiva e despeito. Meu orgulho ferido falou mais alto e eu não resisti em mencionar o tal sujeito que eu havia visto anteriormente beijando seu rosto dentro daquela loja. Sempre que eu me lembrava daquele homem tocando,
Dora Despertei lentamente, sentindo o calor do corpo do Victor ao meu lado. Ele ainda estava abraçado a mim. Quando virei para encará-lo vi que ele me observava com um olhar intenso, como se quisesse me dizer algo. Fiquei intrigada com seu comportamento. O jeito como ele me olhava parecia cheio de sentimentos reprimidos, e a minha mente começou a imaginar que talvez, ele me amasse. A expectativa crescia dentro de mim. Eu quase consegui ouvir as palavras da declaração que eu gostaria de ouvir. Mas a realidade me atingiu como um balde de água fria. Ele não me disse nada. Questionei se ele estava bem procurando uma abertura, mas ele apenas concordou que estava bem. Sua fala foi acompanhada de uma mudança sutil na sua postura, como se tivesse se fechado novamente. Me sentindo decepcionada e triste me levantei da cama me preparando para um banho. Respirei fundo, pois eu precisava manter a aparência de normalidade. Enquanto eu me arrumava para o trabalho, meus gestos eram cuidadosos e c
Renê Eu estava deitado no sofá e observava a Celine com um sorriso no rosto, enquanto ela conversava com a tia no telefone. A notícia da melhora no quadro do pai e uma possível transferência para o quarto a deixava eufórica. Eu não conseguia deixar de apreciar a beleza da Celine. Ela vestia um vestido com estampas suaves, que destacava suas coxas grossas. Seus seios lindos ficaram em evidência através do decote do vestido. Ela andava de um lado para o outro falando no celular e mexendo em seus cabelos cacheados. A gravidez estava deixando Celine ainda mais bonita, e isso me deixava ainda mais louco de desejo. Eu aguardava pacientemente que ela desligasse a ligação.– O que é, amor? Ela olhou para mim sorrindo.– Eu só quero te abraçar e te beijar. Você está tão lindo hoje. A coloquei sentada em meu colo acariciando a sua barriga.– Você sempre me dizendo isso, mas eu não me canso de ouvir. Puxei Celine para um beijo, mantendo-a presa em meus braços. Nossos olhos se encontraram,
Richard Alguns dias se passaram, e eu não conseguia tirar a Luisa da minha cabeça. A lembrança do nosso momento quente dentro do carro me deixou eufórico. A química entre nós havia sido inegável. Aquela garota linda e atrevida fazia o meu coração acelerar. Depois de muitas negativas da parte dela e a minha agenda de trabalho no hospital, finalmente eu a levaria para um novo encontro. Reservei uma mesa em um badalado restaurante de luxo da cidade. O local criaria um cenário perfeito para a nossa noite. Enquanto eu me olhava no espelho fazendo os últimos ajustes no meu visual, eu me lembrava da risada contagiante da Luísa e de seu brilho travesso nos olhos. Ela é como uma força da natureza. Sempre pronta para provocar e desafiar, e isso me atrai como um imã. Eu estava ciente que ela adorava fazer seus jogos de sedução, e mesmo com toda a minha maturidade e experiência com mulheres, eu me deixava levar por essa dança envolvente. A leveza com a qual Luísa encarava a vida era um sop
Victor Ao ver a cena que acontecia em frente ao trabalho da Dora, meu coração batia acelerado. A adrenalina corria pelo meu corpo, ao ver um homem que a segurava pelos braços com brutalidade tentando forçá-la a entrar no carro. O rosto de Dora estava assustado e lágrimas escorriam pelo seu rosto, o que fez uma fúria se acender dentro de mim. Com um impulso de proteção fui para cima daquele lixo. Desferi dois socos certeiros, sentindo a satisfação em vê-lo cambalear para trás e cair no chão. Assim que a ameaça foi afastada, o verdadeiro peso da situação começou a se instalar. O amor que eu tentei negar por tanto tempo estava me sufocando. Com um gesto de cuidado, eu coloquei meu paletó sobre os seus ombros enquanto a ajudava a entrar no carro. A expressão dela, era cheia de alívio e gratidão, fazendo o meu coração derreter. Enquanto eu dirigia em direção ao seu apartamento, me mantive em silêncio perdido em meus pensamentos. A imagem da Dora sendo assediada por outro homem, e a