– Boa noite! Eu sou o Marcos, amigo do Victor. Ele acabou bebendo demais hoje. Eu o trouxe para casa, mas ele está meio descontrolado. A expressão no rosto de Celine era de surpresa.– Eu trouxe histórias incríveis essa noite pessoal! Vocês não vão acreditar no que aconteceu! Victor com os olhos vidrados, soltava várias gargalhadas e nem se importava com a nossa presença.– O que está acontecendo aqui? Esse barulho todo vai acordar a minha tia. Pablo chegou na sala se aproximando de nós.– Primoooooo! Venha ouvir o que eu tenho pra contar! A voz do Victor saia toda enrolada como se ele estivesse tropeçando nas palavras.– Vem Victor, eu vou levar você lá para cima. Obrigado por trazê-lo para casa Marcos. Daqui pra frente deixa comigo. Marcos assentiu com a cabeça e saiu pela porta. Victor se jogou no sofá.– Ela me abandonou, Pablito! Já tá com outro! Victor começou a chorar em desespero. Eu me aproximei tentando levantá-lo do sofá.– Vamos Pablo, segura ele do outro lado, eu vou te a
– Eu agradeço a sua preocupação Theodoro, mas Celine além de minha noiva, está grávida do nosso primeiro filho. Em breve seremos pais. Vi os olhos de Theodoro se estreitaram. Uma carranca se formou em seu rosto e o sorriso sarcástico morreu na hora quando ele engoliu seco.– Isso mesmo. Eu estou grávida Theodoro. Nós nos amamos e estamos muito felizes. Renê segurou em minha mão, e um silêncio pairou no ar, enquanto Theodoro lançava um olhar afiado para o Renê. Rubens percebendo a tensão crescente, resolveu suavizar a situação.– Meus parabéns ao casal! Estou planejando uma reunião em minha casa na próxima semana, seria ótimo ter vocês lá. Seria uma oportunidade de aliviar um pouco a tensão e socializar.– Nós agradecemos o convite, Sr. Rubens. Não vamos garantir a nossa presença, pois realmente estamos passando por esse momento difícil, mas agradeço a sua atenção. Quando os dois atravessaram a porta da sala. Eu e o Renê trocamos olhares confidentes. O que deveria ser uma visita de
Celine Meus passos ecoavam pelo chão do hospital enquanto eu caminhava ao lado do Renê. Meu coração batia acelerado. A ansiedade misturada com a esperança me consumia. As enfermeiras passavam por nós apressadas, enquanto alguns pacientes aguardavam em silêncio. Apertar a mão do Renê, era um gesto simples mas que me trazia conforto.– Ele pode acordar a qualquer momento. Eu assenti para o Renê. Minhas mãos estavam trêmulas. A ideia de ver meu pai acordado e de ter a chance de falar com ele, fazia a minha mente girar. Enquanto aguardávamos por notícias na sala de espera eu respirava fundo, tentando controlar as minhas emoções. O medo que meu pai não sobrevivesse me atormentou por todos esses dias. Minha tia se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado. Ela colocou uma mão acolhedora sobre o meu joelho transmitindo um sentimento de proteção.– Em breve você poderá falar com seu pai, minha querida. Eu busquei forças em suas palavras. Pablo estava encostado na parede, as mãos enfia
Dora Depois de um longo dia de trabalho, cheguei em casa extremamente cansada. Tomei um banho morno e relaxante tentando aliviar o cansaço do dia. Meus pés estavam doloridos. O preço cobrado por ter que usar saltos e ficar em pé boa parte do meu dia. Preparei um pequeno jantar e após comer, comecei a organizar a bagunça no meu pequeno apartamento. Escutei batidas leves na porta, o que me causou um pouco de medo. Afinal de contas, já era noite e eu estava sozinha em casa, um arrepio percorreu a minha espinha. Ao abrir a porta meu coração disparou. O Victor estava ali em pé, com seu sorriso despreocupado e aquele olhar que me fazia sentir um turbilhão de emoções. Antes que eu pudesse formular um protesto ou pedir que ele se fosse, Victor deu um passo à frente me segurando firme pela cintura. A proximidade era eletrizante. Senti os músculos e o calor do seu corpo. Seus lábios tomaram o meu com força. Era um beijo intenso que, para mim, misturava saudade e desejo. Tentei lutar contra o
– Alô? Renê falando… Atendi a ligação ainda sonolento.– Senhor Renê, aqui é do hospital. O senhor e a senhora Celine precisam vir imediatamente. O paciente Sr. Álvaro Castelli teve um sangramento e precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência.– O quê? Como isso aconteceu?– Desculpe senhor, mas não tenho mais informações. Por favor, venham o mais rápido possível.Desliguei o telefone estático, sem saber como dar a notícia a Celine. Eu temia que ela se sentisse mal assim que soubesse da situação do pai.– Renê, o que está acontecendo? Quem era?– Celine, é sobre o seu pai… Ele teve um sangramento e precisou fazer uma cirurgia de emergência.– O quê? Não! Isso não pode acontecer. Seu semblante estava assustando enquanto ela se sentava na cama.Celine começou a se desesperar, enquanto eu tentava acalmá-la. Eu a abracei tentando confortá-la enquanto ela estava ficando fora de si.– Vamos logo para o hospital! Eu preciso ver meu pai!– Nós vamos para o hospital agora mesmo. Fica c
Celine Após passar a noite em observação no hospital, o Dr. Hélio liberou minha alta sob recomendações de repouso. Chegamos em casa e fomos direto para o quarto. O Renê se deitou ao meu lado na cama, nos envolvendo com um cobertor macio. Seu semblante estava cansado, sei que ele teve uma noite difícil na poltrona do hospital. Ele estava tão preocupado comigo e com o bebê que não quis ir embora, mesmo após eu insistir que ele deveria ir para casa descansar. Alguns minutos depois ele adormeceu ao meu lado. Seu rosto era sereno e relaxado, estava em sono profundo. Observei as olheiras e as linhas de cansaço em seu rosto. Comecei a pensar em tudo o que ele tem feito por mim, sentindo uma onda de amor e gratidão por tê-lo em minha vida. Eu não sei o que faria sem ele. O Renê tem sido meu porto seguro em meio a todas as turbulências. Sempre presente e me apoiando em tudo. Observando com tanto amor e admiração, sorri e me inclinei beijando sua testa. Ouvi uma leve batida na porta que foi
Victor Eu fiz tudo errado. Quando Dora retribuiu meu beijo com tanto desejo e saudade, eu tive a certeza que o jogo estava ganho. Ela não resistiria, cederia a mim e voltaria para casa comigo. Para mim, que sempre fui acostumado a ter tudo o que quero nem que seja comprando, me dei conta que as coisas com ela não seriam assim. Acreditei que o tempo que ficamos sem nos ver tivesse sido o suficiente para que a Dora entendesse que a melhor escolha para ela seria ao meu lado. Eu me enganei feio, quando eu ofereci o cartão de crédito de volta, e a proposta que ela teria de volta uma vida de luxo. A expressão da Dora mudou imediatamente, de desejo e saudade para indignação e desdém. A partir daí eu percebi que havia cometido um erro colossal. Sua negativa me fez ferver de raiva e despeito. Meu orgulho ferido falou mais alto e eu não resisti em mencionar o tal sujeito que eu havia visto anteriormente beijando seu rosto dentro daquela loja. Sempre que eu me lembrava daquele homem tocando,
Celine O que era para ser um período de felicidades e realizações em minha vida, se tornou um verdadeiro pesadelo. Sou filha do Álvaro Castelli, um dos maiores produtores de algodão do centro-oeste. Suas fazendas somam cerca de 260 mil hectares, sem contar com o milho e a soja, além de várias empresas em ramos diferentes que meu pai é investidor ou sócio. Nasci numa família privilegiada, sempre tive as melhores roupas, estudei nos melhores colégios, cursos de idiomas, viagens internacionais, tudo sempre com luxo e conforto. Mas todo o dinheiro no mundo nunca foi capaz de ocupar o vazio no meu coração pela ausência da minha mãe após sua morte prematura. Fui para São Paulo onde estudei em uma faculdade de alto padrão e me formei no curso de arquitetura e urbanismo. A promessa era que após formada retornaria para Goiânia, minha cidade natal, para exercer minha profissão. Mas tudo desmoronou quando eu retornei. Para bem da verdade os sinais sempre estiveram claros que não era isso