Dora A boate Copa Night Club, pulsava com luzes vibrantes e uma batida intensa, criando uma atmosfera elétrica. Várias dançarinas posicionadas em locais estratégicos, levavam o público masculino à loucura. Eu estava vestida com um vestido justo vermelho muito curto que acentua minhas curvas. Hoje eu não estava fazendo nenhuma apresentação. Eu apenas caminhava livre pelo salão no intuito de fazer os homens beberem. Quanto mais cara a bebida melhor seria a minha comissão. O bom dessa casa é que eu sempre tenho a opção de sair ou não com os clientes, porém meu faturamento diminuiu. Enquanto eu me dirigia ao bar, meus olhos se fixaram na figura de um homem moreno alto e forte. Ele exibia um sorriso arrogante, claramente confortável em sua pele e em seus status. Com certeza um homem rico e influente. Essa era a oportunidade perfeita para me aproximar dele.- Oi bonitão! Você parece ser o homem mais interessante aqui. O que um homem como você procura nessa noite? Perguntei com um to
Celine Enquanto voltávamos para casa, da janela do carro eu apreciava o começo do pôr do sol. Percebi quando Renê mudou a nossa rota e estacionou o carro próximo a um parque. De mãos dadas caminhamos por um caminho de pedras que nos levou até a margem de um lindo lago com árvores centenárias, e um lindo gramado coberto de folhas. Pessoas de várias idades caminhavam pelo local. Algumas se exercitando, outras utilizando o parque apenas como um atalho para chegar a outro local. Vimos crianças correndo despreocupadamente enquanto brincavam umas com as outras. Caminhamos sobre o deck do lago, enquanto o lago refletia a luz dourada do pôr do sol. Renê parou em minha frente me entregando uma pequena flor silvestre. Sorri cheirando a pequena flor. Nos sentamos em um banco após comprarmos pipoca, desfrutando do momento tão simples e especial, enquanto o sol desaparecia no horizonte. Já em casa, liguei para a minha tia Alda e contei todo o ocorrido. Ela me informou que até o momento
Celine Depois de uma curta viagem de carro, chegamos na cobertura dos pais do Renê. O dia estava ensolarado e o céu azul claro refletia a alegria que sentíamos. A portaria com uma entrada imponente. Um grande portão de aço inoxidável com detalhes em madeira nobre foi aberto, após o acesso ao interfone com reconhecimento facial. A grande garagem possui piso de pedra e iluminação de led. Havia quatro vagas disponíveis exclusivamente para a cobertura, sendo que uma delas estava ocupada por uma Mercedes dos pais do Renê. De longe avistei o jardim com um paisagismo luxuoso. Palmeiras, flores exóticas e iluminação embutida. Gostei de cada detalhe do lugar. Após sairmos do elevador seguimos por um lindo hall de entrada, com pé direito duplo e lustre de cristal. Paramos em frente a porta da cobertura, que agora seria nossa nova casa.- O que está achando do lugar? Sorriu para mim enquanto acessava a fechadura eletrônica para entrarmos.- Aqui é maravilhoso! Estou amando tudo.- Eu tinh
Dora Na penumbra vibrante da boate, onde as luzes dançavam como estrelas em um céu noturno, meu corpo acompanhava o ritmo da música em movimentos sensuais, enquanto eu me apresentava em um dos muitos pequenos palcos altos posicionados em pontos estratégicos da casa. Eu vestia um lindo bodysuit prata, todo trabalhado em cristais, que refletia as luzes do ambiente. Uma sandália alta de tiras finas amarradas em minhas pernas compunha o look. Eu estava incrivelmente maquiada enquanto vários homens me observavam. Do local em que eu estava avistei a figura do Victor que se sentou em uma das mesas. Seu semblante era de desânimo. Um contraste com a habitual ostentação de sua presença. O ambiente pulsava com músicas e risadas, mas ele não demonstrava estar interessado. Conclui meu número com um sorriso luminoso e a energia contagiante. Observei quando um garçom se aproximou da sua mesa colocando uma garrafa de Macallan. Quando meus olhos encontraram os de Victor, percebi que algo difer
- Esse homem é perigoso Renê, tome cuidado. Ontem ele eu o vi circulando pelo hospital, mas em momento algum veio falar comigo. Quando eu o vi caminhando lado a lado com Romero, senti que algo não estava certo.- Fique tranquilo Dr. Fagundes, aceitarei minha demissão sem contestar. No momento não estou nem cabeça para o trabalho. Minhas prioridades mudaram.- Nosso hospital só tem a perder com a saída de um profissional renomado como você. Seu tom era de lamento.Nos cumprimentamos e eu saí dali diretamente para o departamento de recursos humanos. Após os trâmites do meu desligamento, segui para o meu carro, com a Celine ocupando todos os meus pensamentos. Como daria a notícia para ela, sem que ela se sentisse culpada. Eu me sentia sim injustiçado, mas a minha prioridade sempre será ela. Eu amo a minha profissão e sempre fiz com muito amor e responsabilidade. Mas devido aos últimos acontecimentos eu não tinha cabeça para trabalhar. - Renê? Que história é essa de você ser demitido? Es
Renê Depois dos últimos acontecimentos de ontem, quero tirar a Celine do país o mais rápido possível. Não estou fugindo do pai dela, por mim bateremos de frente. Mas tenho testemunhado o quanto o pai, com seu comportamento controlador, abala o psicológico da minha princesa. Hoje demos início aos trâmites do seu novo passaporte, agora precisamos aguardar alguns dias até que esteja pronto. Após isso voaremos para São Francisco o quanto antes. Uma mudança de ambiente e de cenário é tudo que precisamos neste momento. Enquanto eu dirigia o carro pelas ruas da cidade, a observava com o seu semblante distante e abatido. O trânsito estava intenso e caótico, pessoas caminhando pelas ruas, sons e ruídos ao nosso redor. Mas Celine estava alheia a tudo. Nem percebeu quando acariciei os seus cabelos. Seus pensamentos foram interrompidos quando seu celular tocou. Ela o retirou da bolsa enquanto me olhava de forma apreensiva. Ao atender a chamada me avisou que era seu primo Victor, pedi que c
Renê O clima de volta para a cobertura havia mudado drasticamente. Eu e a Celine conversávamos e sorriamos, enquanto comentavamos sobre as caras e bocas que a Dora fez ao descobrir toda a verdade. Celine não deixou de me contar o quanto o primo é vaidoso e que deve estar para morrer por ter hematomas no rosto novamente. Enquanto o carro deslizava pelo asfalto quente da cidade de Brasília, a Celine detalhava os vários deslizes nas roupas de Dora. Eu como homem não havia me atentado. Com o calor e o clima seco que estamos, Dora vestia um vestido curto preto, com uma espécie de capa na mesma cor, que ia até os pés, além de um par de meias calças pretas com o salto alto. Num calor infernal que estamos imagino que ela devia estar derretendo dentro daquela roupa. Descemos do carro ainda sorrindo enquanto acessamos o elevador em direção a cobertura. Aproveitei para pedir um almoço para nós mesmo com os protestos de Celine, que queria preparar algo em casa. Mas já era tarde e não havia n
Victor Alguns dias haviam se passado, mas a minha raiva ainda é palpável. Não consigo apagar a lembrança do impacto do soco no meu rosto, e o hematoma ainda está aqui me causando irritação todos os dias. Mas o que realmente me consome é a minha indignação. Quem aquele doutorzinho pensa que é? Pela segunda vez ele me agrediu. Me levantei de punhos cerrados e com os olhos ardendo em fúria. Lancei meu copo com whisky contra a parede do quarto do hotel. “Como ele se atreveu?” Ele feriu meu orgulho e me sinto frustrado com isso.– Que barulho foi esse? Quebrou outro copo Victor? Dora me olhou levantando uma sobrancelha.– Quebro quantos copos eu quiser! Meu tom saiu seco e sem o mínimo de paciência.– Você deveria ter me contado desde o ínicio quem era a sua prima. Ela me humilhou dentro daquela cafeteria e você não me defendeu. O que mais você está escondendo? Sua voz misturava desconforto e intriga.– Novamente essa conversa Dora? Você não acha que já chegou a hora de encerrar esse as