Renê Depois dos últimos acontecimentos de ontem, quero tirar a Celine do país o mais rápido possível. Não estou fugindo do pai dela, por mim bateremos de frente. Mas tenho testemunhado o quanto o pai, com seu comportamento controlador, abala o psicológico da minha princesa. Hoje demos início aos trâmites do seu novo passaporte, agora precisamos aguardar alguns dias até que esteja pronto. Após isso voaremos para São Francisco o quanto antes. Uma mudança de ambiente e de cenário é tudo que precisamos neste momento. Enquanto eu dirigia o carro pelas ruas da cidade, a observava com o seu semblante distante e abatido. O trânsito estava intenso e caótico, pessoas caminhando pelas ruas, sons e ruídos ao nosso redor. Mas Celine estava alheia a tudo. Nem percebeu quando acariciei os seus cabelos. Seus pensamentos foram interrompidos quando seu celular tocou. Ela o retirou da bolsa enquanto me olhava de forma apreensiva. Ao atender a chamada me avisou que era seu primo Victor, pedi que c
Renê O clima de volta para a cobertura havia mudado drasticamente. Eu e a Celine conversávamos e sorriamos, enquanto comentavamos sobre as caras e bocas que a Dora fez ao descobrir toda a verdade. Celine não deixou de me contar o quanto o primo é vaidoso e que deve estar para morrer por ter hematomas no rosto novamente. Enquanto o carro deslizava pelo asfalto quente da cidade de Brasília, a Celine detalhava os vários deslizes nas roupas de Dora. Eu como homem não havia me atentado. Com o calor e o clima seco que estamos, Dora vestia um vestido curto preto, com uma espécie de capa na mesma cor, que ia até os pés, além de um par de meias calças pretas com o salto alto. Num calor infernal que estamos imagino que ela devia estar derretendo dentro daquela roupa. Descemos do carro ainda sorrindo enquanto acessamos o elevador em direção a cobertura. Aproveitei para pedir um almoço para nós mesmo com os protestos de Celine, que queria preparar algo em casa. Mas já era tarde e não havia n
Victor Alguns dias haviam se passado, mas a minha raiva ainda é palpável. Não consigo apagar a lembrança do impacto do soco no meu rosto, e o hematoma ainda está aqui me causando irritação todos os dias. Mas o que realmente me consome é a minha indignação. Quem aquele doutorzinho pensa que é? Pela segunda vez ele me agrediu. Me levantei de punhos cerrados e com os olhos ardendo em fúria. Lancei meu copo com whisky contra a parede do quarto do hotel. “Como ele se atreveu?” Ele feriu meu orgulho e me sinto frustrado com isso.– Que barulho foi esse? Quebrou outro copo Victor? Dora me olhou levantando uma sobrancelha.– Quebro quantos copos eu quiser! Meu tom saiu seco e sem o mínimo de paciência.– Você deveria ter me contado desde o ínicio quem era a sua prima. Ela me humilhou dentro daquela cafeteria e você não me defendeu. O que mais você está escondendo? Sua voz misturava desconforto e intriga.– Novamente essa conversa Dora? Você não acha que já chegou a hora de encerrar esse as
Celine Estava sentada no confortável sofá da sala, enquanto a luz suave da tarde filtrava-se pelas cortinas do apartamento. O ambiente era de tranquilidade, mas minha mente estava um turbilhão. Alguns dias já haviam se passado desde que o meu pai perdeu os contratos importantes. Mas o silêncio que envolvia a situação me deixava inquieta. Desde então meu primo não havia me procurado e nem houve uma nova ligação do meu pai. Meu coração estava pesado, algo de errado pairava no ar. Aproveitei que o Renê havia ido encontrar com o Richard, que havia saído de casa após os trâmites do divórcio. Ele ainda permaneceu alguns dias na casa até que a Bárbara tivesse se recuperado totalmente. Estava morando em um flat de sua propriedade próximo ao hospital. A dona Nice sempre me mantém informada de tudo. Me disse que provavelmente a Bárbara venderá a casa, pois não haveria sentido que ela permanecesse numa propriedade tão grande e que tem um custo elevado para manter. O Renê já havia comentado
Renê Cheguei ao flat do Richard. A tarde estava abafada. Estacionei o carro na vaga designada e subi até o andar que ele morava. O elevador deslizou suavemente até o décimo segundo andar. Bati levemente na porta e após alguns instantes ouvi passos apressados do outro lado. Richard abriu a porta com um sorriso no rosto. Achei que o encontraria triste e abatido, mas o cenário era bem diferente.– Renê! Que bom que veio, entre! Ele gesticulou, fazendo espaço para que eu entrasse. O apartamento era elegante, com uma decoração moderna e minimalista, mas havia um toque pessoal nos detalhes que Richard escolheu.– Como você está, Richard? Me acomodei no sofá enquanto ele buscava uma bebida no bar, num canto da sala.– Não tão mal, considerando as circunstâncias. Quer algo para beber? Tenho um ótimo vinho tinto.– Acenei com a cabeça enquanto Richard colocava seu copo de whisky sobre a mesa de centro da sala e caminhava para a cozinha em busca do vinho, o acompanhei e acabamos nos sent
Celine Eu estava tomada pelo desejo enquanto sentia os lábios frios do Renê percorrerem o meu corpo. As sensações que ele me proporcionou foram incríveis. Meus olhos acompanhavam seus movimentos sensuais pelo meu corpo. Me entreguei ao prazer em seus braços. Naquele momento eu não conseguia pensar em mais nada, apenas puxava seus cabelos e gemia enquanto o puxava cada vez para mais perto de mim. Me desmanchei em seus braços quando alcancei o clímax. Seus braços fortes me envolveram enquanto ele me carregava para a nossa cama. Senti a maciez da cama, enquanto o Renê se posicionou sobre mim. O cheiro do seu perfume flutuava no ar, misturando-se com a intensidade do nosso momento. As cortinas estavam abertas, permitindo uma linda visão das pequenas luzes e do movimento frenético da cidade que brilhava lá embaixo, mas que naquele momento parecia tão irrelevante para nós. Ele olhava para mim com admiração como se quisesse gravar em sua memória cada detalhe do meu rosto. Então e
– Você é terrível em Victor! Realmente conseguiu o que queria e rápido.– Eu não tenho tempo a perder Dora. O jogo apenas começou e eu não posso perder.– E nós como ficamos? Afinal de contas você terá que voltar para casa?– Se apaixonou por mim bonita? Falei puxando seu cabelo, prensando seu corpo ao meu.– Claro que não! Temos negócios, preciso saber como ficará a minha situação. Sorriu fraco.– E você acha que te deixarei aqui sozinha e com um cartão ilimitado neste belo apartamento fazendo o que quer? Parei na sua frente com as mãos no bolso. Meu olhar era feroz.– Como assim? Você tem que ir embora… o que quer dizer com isso?– Você vai comigo! Eu decido tudo aqui! Eu decido quando nosso jogo acaba! Segurei seu queixo forçando que ela olhasse para mim.– Mas…– Arrume uma pequena mala. Não vou levar seu closet todo.– Victor, mas são minhas coisas e esse apartamento?– Tudo ficará aqui como está, será só por um tempo. Virei as costas para ela que saia com a cara emburrada e
Renê Eu gritava desesperado no meio da sala, enquanto Vincent tentava me conter. Acabei cortando minha mão enquanto atirava um vaso de vidro grande contra a parede da sala. O sangue escorria da minha mão pelo piso branco de mármore mas eu pouco me importava.– Calma Renê! Por favor, tenta se controlar! Seja o que for, nós vamos resolver. Ele me puxou pelo braço me fazendo sentar no sofá. O clima dentro da cobertura estava pesado e cheio de amargura. Das janelas era possível ver que uma forte chuva caia sobre a cidade. A carta em minha mão era como um golpe em meu peito. A Celine havia ido embora e tudo por causa da pressão do pai. As palavras escritas com cuidado, transbordavam de tristeza e resignação. Cada linha escrita perfurou o meu coração como uma lâmina afiada. Eu havia percebido preocupação em seu semblante, mas nunca poderia imaginar que ela partiria assim, sem aviso. Comecei a andar de um lado para o outro. Eu precisava encontrá-la, fazer algo. Nesse momento meu pr