– Você é terrível em Victor! Realmente conseguiu o que queria e rápido.– Eu não tenho tempo a perder Dora. O jogo apenas começou e eu não posso perder.– E nós como ficamos? Afinal de contas você terá que voltar para casa?– Se apaixonou por mim bonita? Falei puxando seu cabelo, prensando seu corpo ao meu.– Claro que não! Temos negócios, preciso saber como ficará a minha situação. Sorriu fraco.– E você acha que te deixarei aqui sozinha e com um cartão ilimitado neste belo apartamento fazendo o que quer? Parei na sua frente com as mãos no bolso. Meu olhar era feroz.– Como assim? Você tem que ir embora… o que quer dizer com isso?– Você vai comigo! Eu decido tudo aqui! Eu decido quando nosso jogo acaba! Segurei seu queixo forçando que ela olhasse para mim.– Mas…– Arrume uma pequena mala. Não vou levar seu closet todo.– Victor, mas são minhas coisas e esse apartamento?– Tudo ficará aqui como está, será só por um tempo. Virei as costas para ela que saia com a cara emburrada e
Renê Eu gritava desesperado no meio da sala, enquanto Vincent tentava me conter. Acabei cortando minha mão enquanto atirava um vaso de vidro grande contra a parede da sala. O sangue escorria da minha mão pelo piso branco de mármore mas eu pouco me importava.– Calma Renê! Por favor, tenta se controlar! Seja o que for, nós vamos resolver. Ele me puxou pelo braço me fazendo sentar no sofá. O clima dentro da cobertura estava pesado e cheio de amargura. Das janelas era possível ver que uma forte chuva caia sobre a cidade. A carta em minha mão era como um golpe em meu peito. A Celine havia ido embora e tudo por causa da pressão do pai. As palavras escritas com cuidado, transbordavam de tristeza e resignação. Cada linha escrita perfurou o meu coração como uma lâmina afiada. Eu havia percebido preocupação em seu semblante, mas nunca poderia imaginar que ela partiria assim, sem aviso. Comecei a andar de um lado para o outro. Eu precisava encontrá-la, fazer algo. Nesse momento meu pr
Celine Parei por um instante diante da imponente mansão, um eco do passado reverberou em minha mente, enquanto uma brisa suave da noite balançava as folhas das árvores ao redor. O caminho para a entrada da casa próximo ao lindo jardim permanecia o mesmo apesar do tempo que havia passado. Com o coração pesado, eu respirei fundo e cruzei a porta de entrada, sentindo a nostalgia e a tristeza se misturarem. Ao entrar fui recebida pelo cheiro característico da casa, uma mistura de madeira polida e um leve toque de lavanda, que me fez lembrar de alguns momentos felizes. Na sala, avistei meu irmão Pablo e minha tia Alda, que estavam sentados no sofá conversando. O Pablo foi o primeiro a me ver. Seu sorriso para mim era radiante, mas em seus olhos verdes eu podia ver a preocupação. Ele estava diferente desde a última vez que nos vimos. Seu físico agora é musculoso e forte, com certeza tem se dedicado à malhação. Vestia uma bermuda e uma camiseta despojada. Seus cabelos antes eram despe
Renê Saímos do aeroporto e alugamos um carro. Seguimos para o endereço do flat que ficaríamos hospedados. Após algumas horas de telefonemas e ligações, conseguimos o que precisávamos. O amigo do Vicent nos confirmou que sua empresa fazia a segurança do condomínio e que poderia nos ajudar, mas sem se comprometer. Meu primo aceitou de imediato. O contato então informou que haveria uma festa programada para aquele final de semana em uma das mansões do condomínio, um evento que muitas pessoas da alta sociedade estariam presentes. Essa seria a oportunidade perfeita para se infiltrar sem sermos notados.– Vamos nos preparar para essa festa. Eu disse determinado. – Precisamos de roupas adequadas e de um plano claro. Não podemos perder essa chance. Passamos o restante da noite planejando nossa entrada no local. Precisamos ser cautelosos. Mas a certeza de que eu encontraria a minha princesa me impulsionava. Não me importava os obstáculos que eu teria que enfrentar. Eu seguiria em frente.
– Eu só estou tentando viver a minha vida. Mas não me resta outra opção a não ser reivindicar a herança da mamãe. É meu direito, e você sabe disso.– Você não pode fazer isso! Meu pai já estava aos gritos e depois do que eu falei ele ficou visivelmente abalado.– Eu posso sim. E se isso for preciso para que você entenda que sou eu quem decide meu futuro, então que assim seja. Deus sabe pai que eu não quero tomar essa atitude, mas você está me forçando a isso.A tensão entre nós se intensificava. Minha tia empurrou a porta do escritório e entrou interrompendo a nossa discussão. – O que está acontecendo aqui? Vocês estão aos berros. Do andar de baixo é possível ouvir.– Vê se coloca juízo na cabeça da Celine, Alda. Faça ela entender que eu quero o melhor para ela.– Eu não concordo com você Alvaro. Você está perdendo o amor e se afastando cada vez mais da sua filha por puro capricho. Eu não vou cometer o mesmo erro do passado, eu deveria ter batido de frente com você e apoiado a Celin
Celine Acordei lentamente estendo os braços sobre a cama e sentindo o vazio ao meu lado. Meus olhos abriram completamente, e por um instante, eu imaginei que o Renê estava ali, sorrindo para mim. Mas ao me dar conta da minha nova realidade, a sensação de tristeza e saudade tomou conta de mim novamente. Sentei na cama envolvendo os joelhos com os braços, e comecei a pensar na quantidade de dias que eu não o via. Me levantei e caminhei até a janela, abrindo as cortinas para deixar a luz do sol entrar. Olhei para o céu me sentindo perdida e sozinha. Meus pensamentos estavam completamente voltados para o Renê. Suspirei fundo sentindo a saudade apertar cada vez mais meu coração. Queria sentir os braços do meu amor, ouvir sua voz, seus olhares carinhosos, nossas longas conversas deitados no sofá e receber seus beijos. Voltei para cama e peguei meu celular. Comecei a folhear as fotos que havia tirado com ele. Cada imagem trazia uma lembrança feliz. Fechei os meus olhos e deixei que as
Renê Meu olhar era de puro tédio, eu já não queria mais estar ali. Por um momento até consegui esquecer de tudo. Revi algumas amizades antigas. Minha tia hora ou outra vinha ao meu encontro, mas tantas pessoas a procuravam que era difícil ela permanecer no mesmo lugar. Estava em pé próximo a um grande canteiro de rosas bem cuidadas, quando fui surpreendida por uma presença marcante ao meu lado. Theodoro Pacheco, o homem que chamava a atenção de todos ao seu redor, aproximou-se de mim com um sorriso enigmático. Estava tão próximo que pude observar melhor seu cabelo ruivo amarrado em um rabo de cavalo, que balançava levemente enquanto ele se movia. A barba cheia emoldurava seu rosto angular, e seus olhos azuis brilhavam com uma intensidade que parecia penetrar na alma. Ele exalava confiança e um certo charme que fazia com que as pessoas ao redor se voltassem para ele. Nunca fomos de fato próximos, apenas frequentamos o mesmo círculo social. – Como vai Celine? ele disse com sua vo
Novamente fui contido pelo meu primo, quando visualizei a figura de um homem forte e ruivo que se aproximou da Celine. Seu olhar de lascívia sobre ela me fez queimar por dentro. Minha vontade era me aproximar e quebrar a cara do indivíduo quando ele segurou seu braço. O pai de Celine e um senhor de idade se aproximaram dos dois, e mais uma vez o homem tocou a minha princesa. A segurou pela cintura aproximando seu corpo ao dela. Meu primo me segurou com força me retirando do local. Uma pequena comoção se formou ao nosso redor enquanto saímos. Eu sabia que eu não poderia chamar a atenção, mas o ciúmes era mais forte do que eu.– Ei primo, quase que você colocou tudo a perder.Caminhamos para dentro da bela mansão. Se não fosse pela tirania do pai, acredito que a Celine teria sido muito feliz aqui. Subimos a longa escadaria e chegamos no corredor dos quartos. O irmão de Celine havia passado as coordenadas para que não houvesse erros. Meu primo me indicou a porta correta e se despediu