-Mais. Foi a única palavra que Nebraska conseguiu ouvir, de Hades, antes que seus lábios fossem mais uma vez selados pelos do lobo num beijo tão selvagem quanto apaixonado. Por mais áspero que pudesse parecer, não era nada doloroso. A língua do homem mais velho se encarregava de tocar pontos específicos e se enroscar na dela, buscando apenas, não a sua própria satisfação, mas a de sua companheira. Nebraska nunca tinha acreditado na frase sobre afrouxar as pernas, mas ela mesma sentia isso. Sem perceber, seus joelhos dobraram, perdendo o equilíbrio, mas sem que sua boca perdesse o foco, um braço grosso envolveu sua cintura e a segurou contra o corpo mais forte e sólido. Nebraska apertou os antebraços de Hades numa tentativa de manter a sanidade. Ela estava a ser devorada, literalmente, no melhor sentido da palavra. Sua pele estava arrepiada pelo mar de sensações que a percorria, enquanto seus lábios eram beijados, mordidos, acariciados pelo alfa. Ela não estava familiarizada com o
Hades tinha que admitir uma coisa. Ele só se tinha sentido tão excitado três vezes na sua vida. Uma vez, com o seu cio habitual, uma vez, quando ele tinha Nebraska debaixo dele, enquanto ela empurrava os limites do seu isolamento, e em terceiro lugar, agora. Ele sabia que o corpo nos seus braços estava a tremer de prazer, mas ele não estava melhor. Os músculos das suas costas estavam tensos, tal como os músculos dos seus braços. As gotas de suor escorriam para a borda das suas calças, retraindo-se, pois hoje não era um dia para ele, embora não pudesse garantir que não perderia o controlo se a sua amada ómega continuasse a violar-lhe o pescoço com os lábios. Ele gemeu gravemente e apertou na mão o peito cheio de Nebraska, que se moldava perfeitamente à sua palma. O toque suave e a fricção com o tecido deixaram-no extasiado. Ele pegou no outro e deu-lhe o mesmo tratamento com a outra mão, enquanto empurrava uma das suas coxas contra as dela para as abrir. O cheiro da excitação d
Siran terminou todos os papéis num maço, para começar pela contabilidade. A pressão do facto de o seu alfa não estar na alcateia colocava-lhe nos ombros uma grande responsabilidade que não devia delegar em ninguém. Estava grato por a sua mulher estar a tratar de outras coisas, como organizar os novos membros, controlar as provisões e arranjar desculpas para todos aqueles que perguntavam porque não viam o seu alfa há dias, mesmo quando a sua cio já devia ter terminado. Para além disso, a pergunta sobre o paradeiro da sua noiva era a mais frequente, sobretudo por parte das crias, que não paravam de questionar Sara sobre o paradeiro da mãe. O pretexto de que tinham ido com Layan para resolver alguns assuntos urgentes não tardava a desaparecer. Siran tinha pena dela. Já lhe estavam a aparecer manchas escuras debaixo dos olhos, arruinando a sua beleza natural. Ouvia-a suspirar de vez em quando e, embora ela respondesse com o seu sorriso habitual, ele via que a preocupação a dominava cad
Siran continuou a lavar o corpo da sua mulher e companheira, desta vez passando as mãos pela cintura estreita e pelo abdómen, onde parou durante alguns segundos. Sara reparou que os olhos dele estavam a olhar fixamente para esta altura. -Queres ter cachorrinhos? -perguntou ela casualmente. Ele abanou a cabeça. -Ainda não. Sara sorriu discretamente, sem que as palavras dele a magoassem. Para ser sincera, ela sabia da carga de trabalho que tinha como beta, e ainda mais agora que tinha de estar atenta a tantas outras coisas, como terminar a reunificação das duas alcateias e as mudanças que viriam com a nova rainha, mas não lhe tinham passado despercebidas as vezes que o tinha visto a observar outros lobos com os filhotes nos braços e as carinhas inocentes. Dou-te todos os cachorros que quiseres- passou os dedos pela bochecha dele para depositar um beijo na outra. Ainda és jovem, haverá tempo para isso- calou todos os protestos, atacando-lhe de novo os lábios. O beta prestou espec
Satisfeito não era a palavra certa para descrever o que Hades sentia naquele momento. Ele apreciou, com um leve sorriso, os contornos do corpo de Nebraska enquanto ela caminhava alguns passos à sua frente. Reconheceu que gostava de a ver tão bem disposta. Suspirou de prazer e sacudiu o cabelo, que estava despenteado e ligeiramente húmido devido às suas acções anteriores. Passou a língua pelos lábios e sentiu, ainda, o sabor da loba neles. A ideia de ir para cima dela e de a saborear, agora que estavam mais confiantes, estava a materializar-se lentamente. Ele observou-a fazer uma pausa até estar ao seu lado e colocou uma mão na curva da parte inferior das suas costas, um sítio que ele gostava de tocar, mais do que queria admitir, e que mostrava até que ponto tinha posse dela. -Tem alguma coisa errada? -perguntou ele, suavemente. Ela virou o rosto para ele e os seus olhos voltaram a tirar-lhe o fôlego, eram simplesmente lindos. Ela era linda. -Estamos perto dos limites do núcleo d
Siran e Leoxi cumprimentaram-nos à entrada. Embora o rosto do beta não mostrasse qualquer alteração, as suas mãos em forma de punho e a sua testa ligeiramente carrancuda davam a entender a Hades que ele lhe daria um murro no meio do nariz se ele se mantivesse à distância certa. Tal era a confiança que tinham um no outro.-Sara- acenou com a cabeça para a loba e deixou-a fazer a sua magia, acalmando o marido.-Irmão- Leoxi abraçou-o com uma palmadinha nas costas, -Futura rainha- inclinou ligeiramente a cabeça e voltou a atenção para a gémea para gritar, -O que se passa convosco, posso saber? Quase arrancámos os cabelos a tentar conter este beta com quem não se podia falar porque estava muito tenso de tanta papelada. Não voltes a desaparecer assim, pelo menos diz para onde vais.Hades sorriu e levantou os ombros com indiferença. Ele, a sua beta e os seus pais eram os únicos que lhe podiam falar naquele tom sem vacilar.-Eu também senti falta deles.-Não tens remédio- protestou Siran e v
Hades esperava tudo menos aquela confissão.Rodrigo, por sua vez, sentiu todo o peso se esvair de repente, mas só podia observar como o alfa à sua frente não se movia, embora seus olhos tivessem se tornado de um prateado mais profundo e frio. As suas unhas tinham crescido e estavam a cravar-se com força, lascando a madeira dos apoios de mão.Ela engoliu em seco, tinha confessado o que a mantinha acordada desde que a mãe tinha sido resgatada. Mas talvez não tivesse sido uma boa ideia. O seu pai tinha razão, era melhor ficar calada. Sempre.-Porque não fizeste nada?- para surpresa dela, o alfa permaneceu na mesma posição e, apesar da mudança de aspeto, a sua voz manteve o mesmo tom.-Por que eu faria isso? Essa resposta só fez com que Hades estreitasse os olhos, contendo a sua parte mais selvagem, lembrando-se das suas próprias palavras. -Até há pouco tempo, tudo o que eu sabia sobre a minha mãe era que ela tinha abandonado a sua alcateia e usado o seu poder em benefício próprio. Esse e
Hades tinha de admitir que se havia uma coisa que ele detestava na sua alcateia, era aquela quase tradição incutida pelo fundador da alcateia de que todas as lobas que iam ser rainhas tinham de ter uma elevada tolerância ao álcool para não fazerem figura de parvas perante o seu alfa numa reunião especial. E os seus membros tinham levado isso a peito com cada uma das poucas rainhas que tinham sido ao longo da sua história. Uma das melhores tinha sido a sua mãe. O pai dizia sempre, irritado, que ela podia acabar com a despensa e continuar lúcida, por isso guardava-a sempre a sete chaves, embora depois de os ter não tivesse consumido nem mais uma gota, pelo menos à frente deles. Mas agora, os seus adorados lobos estavam a submeter esta ómega e futura rainha a um desafio que ela não fazia ideia de como iria terminar e que sabia que lhe caberia a ela resolver. Mais tarde, ela repreenderia os promotores que tinham iniciado isto sem o seu consentimento.A azáfama aumentava à medida que ela