-Noa tinha a cabeça apoiada numa das coxas de Nebraska. Tinha a cabeça baixa, com o cabelo a tapar parte da sua expressão embaraçada. Meu Deus, ela tinha sido vista pelos sogros, e a fazer aquilo com o marido. Bem, ele tinha-lhe dito que não era uma boa ideia, mas Hades era bom a fazê-la sucumbir aos seus instintos e acabar por se engatar em qualquer lado. Não era que ela não gostasse de fazer amor com o seu lobo, com o seu alfa, era que ele procurava os sítios onde podiam ser facilmente descobertos, e ela não estava habituada a isso. Agora, mal conseguia olhar para a cara dos dois lobos com quem o marido estava a ter uma discussão acesa. Aparentemente, Celésica e Saisen estavam habituadas a intimidar os seus dois filhos e a violar a sua privacidade, dizendo que eram cachorrinhos. Cachorrinhos o tanas, eram dois lobos com mais de um metro e oitenta de altura, mais de 100 quilos de músculo e bem mais de 600 anos de idade. Não eram cachorrinhos. Mas no fundo ela compreendia-os. Não i
Nebraska sentiu a brisa bater-lhe nas costas, na posição em que se encontrava. Celésica correu rapidamente, sem se incomodar com o peso extra, não que o ómega também pesasse muito. Não sabia para onde ele a levava, mas, por via das dúvidas, lembrou-se de tudo o que tinha aprendido quando era um cachorrinho e, com um movimento ágil, que Celesia não esperava, conseguiu libertar-se do seu aperto e saltar. Caiu de joelhos no chão, diminuindo o impacto. A outra loba parou abruptamente e olhou para ela com um brilho invulgar nos olhos. -Oh, és melhor do que eu pensava. Nebraska endireitou-se com a guarda levantada e cautelosamente. -O que é que queres de mim? -Ela estava séria, embora não sentisse nenhuma aura assassina. -Bem... eu não te disse antes que queria testar a tua força contra a minha? Está na hora,- e ela atacou Nebraska. *** Hades correu atrás da sua mulher. A mãe dele tinha uma habilidade inata para desvendar o seu cheiro e eliminar o cheiro dela e de tudo o que estivess
Apesar da sua tenra idade, Sara era uma loba... teimosa. Muito teimosa. Entre os seus objectivos estava o de ter filhotes com Siran. O beta do lobo que a tinha apanhado, por isso era assim que ia ser. Ela tinha-o dito desde a primeira vez que o viu, e não ia desistir. Aquele era o lobo certo. Por isso, desde o dia em que foi recebida na alcateia, procurou sempre uma forma de estar com ele. Mesmo que ele não concordasse com os seus desejos. Ele costumava encontrar formas de se esgueirar para que ela não o encontrasse e se escondesse, apesar de ela ter uma facilidade inata para o detetar. Ou então rosnava-lhe quando ela se aproximava, ganhando um rosnado mais alto de Hades por o fazer. O papá Hades sempre tão protetor. Ela zombava disso. Mesmo assim, Sara não se queixava. Ela sempre justificou o facto de Siran ser tímido. Já o tinha apanhado mais do que uma vez a segui-la com os olhos ou a cheirá-la, depois de ela se ter aproximado de outro macho. Embora ele negasse sempre o fac
Ouvir o seu nome vindo dos lábios daquele lobo frio, que sempre se manteve à distância dela, mas quase sem fôlego e com um tom excitado, fez com que todo o corpo de Sara tremesse e um rubor acentuado cobrisse as suas bochechas, espalhando-se pelo seu pescoço. Mas que raio? Estava habituada ao sempre frio Siran, mas não a este lobo que tinha uma voz profunda e fazia o seu coração palpitar. Perguntou-se como seria ele no sexo, se os seus olhos brilhariam, se as suas presas se alongariam, se o seu forte peito nu subiria e desceria, molhado e brilhante de suor. Ela era uma loba virgem, mas tinha fantasiado com Siran tantas vezes nos últimos anos que ficar chocada com a verdade era chocante. Sentiu-o mexer-se ligeiramente e abriu a boca para soltar um leve gemido. Sara ergueu-se sobre o cotovelo e olhou para ele com os olhos apertados. As suas orbes começavam a ficar douradas de excitação à superfície da pele. Ela não conseguia evitar, o lobo estava a exalar feromonas que en
Siran esfregou as têmporas de manhã cedo. A cabeça doía-lhe tanto que pensava que ia explodir e isso não lhe permitia concentrar-se no seu trabalho, que era muito. Os acontecimentos da noite assombravam-lhe a mente e ele não conseguia separar o que era verdade de um sonho. Tinha acontecido tudo tão depressa que era confuso. Rosnou alarmado para os dois lobos que estavam à sua frente, à espera que os documentos fossem assinados, e eles afastaram-se. Siran era um lobo com mau feitio, mas estava sempre controlado, pelo que vê-lo neste estado era uma novidade. Não incomodem os meus guardas- ouviu-se a voz de Leoxi ao entrar pela porta. Siran levantou a cabeça e ergueu uma sobrancelha. -Não preciso de incomodar ninguém- respondeu com aspereza. Um certo lobo levantou-se com a pata esquerda- gritou Leoxi, passou pelos dois lobos e fez-lhes sinal para que saíssem: -Eu trato disso- murmurou-lhes, e os dois fugiram com o rabo entre as pernas antes de serem vítimas... do que quer que fosse.
Quando Sara ouviu a fatídica notícia de que o filhote do seu protetor tinha morrido, mais uma vez ela sabia o que ia acontecer. Por isso, não ficou chocada quando o viu fugir, partindo a janela e perdendo-se nas árvores que rodeavam a enorme mansão. O que a chocou foi o facto de Siran a ter parado, agarrando-lhe no braço. Sara podia jurar que todos os pêlos do seu corpo ficaram em pé. Medo, pânico e a recordação daqueles olhos cheios de ódio a olharem para ela. Não tinha medo de Siran propriamente dito, mas da sua rejeição total, como acontecera nessa noite e a fizera chorar até de manhã, fazendo-lhe doer os olhos. Por isso, tinha fugido o mais depressa possível para não voltar a ouvi-lo. Se ele a odiava, preferia que fosse apenas na sua mente. As palavras dele iriam destruí-la e, naquele momento, ela tinha de se manter forte. Ela era o suporte de Hades e não podia quebrar. Então ela se transformou e correu atrás dele. O alfa tinha usado a sua capacidade de se mover rapidamente,
Ser o alfa de uma grande alcateia, um marido atento e um pai, os três a tempo inteiro, era um pouco difícil. Especialmente para Hades, que se deitava na cama, todas as noites, depois de fazer todas as suas tarefas e adormecia profundamente abraçado à sua mulher. E, mesmo assim, não a perdia de vista, para o caso de ela precisar de alguma coisa ou ter pesadelos. Resultado... a sua vida agitada estava a cobrar o seu preço, mas ele adorava. Havia dias em que as olheiras adornavam o seu belo rosto e Nebraska era chamada por Siran para o obrigar a dormir, e ela tinha uma forma especial de o fazer cumprir as suas ordens. More não se queixava. Um dia normal na vida de Hades era acordar de manhã e despertar a sua mulher, enchendo-lhe o corpo de beijos. Da testa aos pés. Fazia-o suavemente, com devoção, com amor e expressando todo o seu amor, apesar de estarem juntos há muito tempo. Nunca se aborrecia. E assim que Nebraska abria os olhos, dependendo do humor de ambos, faziam sexo matinal des
Apesar de ter tido seis gravidezes, cinco das quais bem sucedidas, Nebraska não se adaptou à atenção excessiva que estava a receber na sua nova manada. Era muito stressante para ela. E ela queria dizer isso no bom e no mau sentido. Desde o momento em que acordou, Hades controlava todos os seus movimentos, e ela até teve de rosnar para que ele a deixasse ir à casa de banho sozinha. A intimidade era algo que estava a perder lentamente, e ela gostava de ter o seu espaço. E não era que ela não gostasse da atenção, era só que era tanta que ela estava a ficar sobrecarregada. E não era só por causa de Hades, até Sara estava lá todas as manhãs para a atender, pentear o cabelo, ajudá-la a vestir-se e assim por diante. Nebraska, toda a sua vida, dependeu de si própria, por isso ter alguém a fazer isso era muito estranho e desconfortável. Por isso, acabava sempre por fugir para qualquer lado da manada, só para respirar. Hades tinha sempre muito trabalho para fazer. Havia dias em que nem seque