Era um sábado, e o trem estava cheio de jovens, claramente estudantes universitários aproveitando as férias para viajar. Poliana estava cercada por eles. Enquanto a garota, ainda chocada, não sabia por onde começar a explicar, um passageiro mais atrás interveio: — Bullying, xingamentos, falta de educação, vida pessoal toda bagunçada, sonegação de impostos... Um verdadeiro desastre, ela fez de tudo. — Exato! E não foi só ela que sonegou, o pai dela também. Parece que essa história vai acabar com ela e com toda a família! — Engraçado, parece que alguém soltou essas bombas de propósito, não só para acabar com a Fernanda, mas também com toda a família dela. — É, foi bem isso mesmo! As fofocas sobre o mundo das celebridades rapidamente conectaram os passageiros próximos em uma conversa animada. — Mas que absurdo! E a Fernanda deve ser a estrela que mais rápido teve seus escândalos expostos. Mal saíram as notícias, e a polícia já estava envolvida! — Verdade, foi a mais rápida
Poliana pegou um lenço de papel e pressionou o lábio que havia mordido, olhando para os passageiros ao seu redor. — É verdade isso? Sua pergunta repentina deixou todos em silêncio por um instante, mas logo os olhares começaram a se fixar em seu rosto. O que Poliana não sabia era que, ao tirar a máscara para comer, sua beleza havia chamado a atenção de todos, e a garota ao lado, junto com sua amiga, vinha comentando sobre sua aparência em segredo por um bom tempo. De repente, a garota ao lado, entusiasmada, entregou o celular para Poliana, mostrando um vídeo curto. Ela usava fones de ouvido, então o som não estava saindo, mas as imagens fizeram o coração de Poliana acelerar. No vídeo, Fernanda estava caída no chão, convulsionando sem parar. Embora a cor vermelha ao redor dela estivesse borrada, era óbvio que era sangue. Gonçalo também estava coberto de sangue, segurando uma faca ensanguentada, confrontando os médicos, seguranças e Isabela que tinham acabado de entrar na sa
Poliana não era alguém insensível quando se tratava de sentimentos; ela sabia muito bem o que estava acontecendo dentro de si. No momento em que descobriu que o filho de Fernanda não era de Gustavo, um lampejo de esperança surgiu em seu coração, quase sem que ela percebesse. Porém, as análises alheias logo despedaçaram essa esperança, mergulhando ela de volta no vazio.Pois é... O fato de não haver uma criança não significava que nada tivesse acontecido entre eles.Poliana não ficou perdida em pensamentos por muito tempo. Logo, seu telefone começou a tocar e várias mensagens chegaram.Primeiro, foi Marcelo que ligou. Ele soube pela avó que Poliana havia viajado a trabalho e perguntou se ela tinha almoçado e como estava se sentindo. Depois, Guilherme mandou uma mensagem no WhatsApp perguntando se ela já estava mais animada.Por fim, Wanessa enviou uma mensagem: [Poli, viu as notícias, né? Aquela história sobre o Gustavo e a Fernanda... Foi só um mal-entendido?]Poliana respondeu: [Nã
O coração de Bárbara deu um salto repentino, batendo descontroladamente em seu peito. Ela rapidamente desviou para o lado, se esquivando dele, e logo se endireitou. Otávio também recuou, pegando de volta o celular com o jogo que estava jogando pela metade. Bárbara olhou de relance para ele, incapaz de controlar o rubor que se espalhava por seu rosto. Seu rosto incrivelmente bonito, quando de repente se aproximava, tinha uma certa força devastadora. Quando seus sentimentos se acalmaram um pouco, Bárbara levantou a mão, encostando o dorso na bochecha, que não apenas estava corada, mas também quente, e quebrou o silêncio: — Sr. Otávio, o que você estava tentando fazer agora? Otávio olhou para ela de lado, com a voz indiferente: — Queria te dar um beijo. Bárbara ficou absolutamente chocada. "Ele foi tão direto?" Não era como se houvesse apenas os dois no carro! Na frente estava o motorista e o secretário que o acompanhava. — Você! — Uma onda de ar presa no peito de
Bárbara ficou um pouco confusa. Otávio não parecia ser tão frio quanto Breno a havia descrito. No entanto, logo ela percebeu as contas budistas no pulso dele. Então pensou: talvez ele realmente tenha sido frio no passado, mas esses anos de prática espiritual na Montanha L podem ter feito efeito. — Obrigada. — Ela de fato estava com um pouco de sede, então aceitou o copo. Otávio, com a cabeça apoiada na mão, observava o jeito delicado com que ela bebia a água, e um sorriso enigmático, quase insondável, surgiu em seus lábios. — Seu celular recebeu uma mensagem há pouco. Veja se não é o Breno. Bárbara levantou os olhos lentamente, ainda bebendo água enquanto procurava o celular. — Não pode ser o Breno. Para Breno, suas palavras doces e sua atitude sempre proativa o faziam acreditar que ela o amava intensamente e que não conseguiria viver sem ele. Foi por isso que ele se sentiu à vontade para lhe dar aquele tapa no rosto e ordenar que ela parasse de procurá-lo. Logo,
Assim que Poliana terminou de falar, todos os olhares se voltaram para ela. Hélder ainda sorria. — Ah, é? Conhece ele? Poliana percebeu que tinha se exaltado e, tentando disfarçar, engoliu seco, desviando o olhar. — Não, não conheço. Só vi algumas coisas sobre ele na internet recentemente. Dizendo isso, ela se virou apressadamente e saiu, mas seus passos ficaram mais lentos. Ainda estava curiosa para ouvir o que os outros diriam. Seu espanto parecia ter despertado suspeitas em alguns. — É verdade. Como o Presidente Codelle decidiu, de repente, investir no nosso filme? — Inicialmente, ele me procurou dizendo que estava interessado no filme e queria investir um bilhão de reais. Então, perguntei por que ele havia se interessado tão de repente. A resposta que recebi foi bem simples, uma única frase. Alguém então perguntou: — E que frase foi essa? Hélder respondeu: — Aumenta para 10 bilhões de reais. Vocês acham que eu fui perguntar mais alguma coisa? Ao ouvir isso,
— Certo! — Poliana respondeu enquanto abria a porta do carro.Logo em seguida, avistou Otávio sentado preguiçosamente no assento ao lado do console central, com Bárbara encostada ao mesmo, deixando metade de seu assento livre para Poliana. Otávio estava com os olhos semicerrados e uma expressão tranquila, enquanto Bárbara exibia uma alegria genuína, como quem acabava de encontrar um familiar.Poliana notou de imediato que o lado direito do rosto de Bárbara estava inchado e vermelho.Apesar de estar surpresa, sua expressão permaneceu inalterada. Encostando o guarda-chuva na porta, ela dirigiu um olhar rápido a Bárbara antes de falar educadamente com Otávio:— Presidente Otávio, há quanto tempo.Os lábios de Otávio se curvaram levemente em um sorriso.— Poliana, há quanto tempo.Depois de cumprimentá-lo, ela finalmente olhou para Bárbara, franzindo as sobrancelhas com força. Sua expressão parecia perguntar: "O que você está fazendo no carro do Presidente Otávio?"Bárbara se virou e lanço
A reação imediata de Breno deixou Bárbara atordoada por um breve momento. Mas foi apenas um instante; logo ela abriu um sorriso radiante.— Ainda bem que é um homem maduro. Viu como o Breno foi decisivo? A partir de hoje, estamos oficialmente solteiras juntas!Poliana, no entanto, franziu ligeiramente as sobrancelhas.— Você realmente não está triste?— Nem um pouco. — O sorriso de Bárbara agora estava mais deslumbrante do que nunca. — Depois de ser ferida daquela forma pelo Albano, como eu poderia ainda sofrer por causa de um homem?Poliana soltou um suspiro de alívio.— Entendo.Bárbara inclinou a cabeça para o lado, pensativa.— Mas, sabe, nesses dois anos, o Breno me deu mais de oito milhões de reais. Embora esse dinheiro seja uma ninharia para ele, para mim é bastante. Talvez eu devesse agradecê-lo por todo o apoio nesses últimos anos.Poliana assentiu.— Claro, por que não? Não custa nada.Bárbara então digitou a mensagem e enviou. Mas no segundo seguinte, começou a rir e mostrou