Peter,Fico sem saber o que fazer quando ela não responde ao juiz que quer se divorciar de mim. Achei que ela já tinha aceitado isso, então por que não disse sim? Só falta ela querer continuar casada comigo, para continuar me fazendo sofrer nas suas mãos vingativas.Saímos do fórum, e olho para trás ao vê-la entrando em seu carro. Ela levanta a cabeça, e nossos olhos se encontram novamente, na mesma intensidade que foi lá dentro. Fecho a porta do meu carro e me aproximo dela.— Por que você não aceitou o divórcio? — Falo colocando a mão no capô do carro.— Porque apesar de querer que você seja livre para ter a vida que merece, eu não consigo me desapegar. Assim foi no passado, quando resolvi me casar com você, mesmo depois de tudo que me fez passar. — seus olhos se enchem de lágrimas, e eu olho para o lado para não sentir pena dela. — Me desculpa por não conseguir, mas se você tivesse falado sim, eu teria dito também. Por que você também não falou?— Não consegui. — olho para ela de n
Peter,— Ama? Quem ama não abandona, quem ama não larga o outro depois de se declarar, não o deixa sofrendo sozinho.— Foi isso que eu senti quando você me deixou a primeira vez. — ela fala calma.— Mas você não tinha falado que me amava.— Não, mas te dei a prova do meu amor, me entregando para você. Peter, eu fui embora porque não te queria pela obrigação, queria ver se você realmente me amava, mas você foi duro comigo, não me deu chances de me explicar. E eu tive medo de voltar e você continuar frio comigo, por isso preferi continuar em Florença.O que ela queria, depois de me largar, que eu chegasse igual um cachorro abandonado, que balança o rabo por seu dono arrependido? Dou um passo para trás e me viro de costas novamente. Começo a andar de um lado para o outro com a cabeça a mil.Olho para ela, que continua parada, apenas me olhando com lágrimas caindo dos seus olhos. Mesmo a odiando tanto, eu ainda amo essa desalmada, que acabou com a minha vida. Passo os olhos pelo seu corpo
Peter,Entro em casa e vejo ela pegando ele no colo e rodando. Me aproximo dela e ela o coloca no chão. Ele sai correndo para o lado da sala, e quando ele vai junto, seguro em seu braço e pergunto:— Quantos anos você tem?— Se virar para ser um pai igual um velho rabugento, eu levo meu filho de volta. Tudo que eu passei, e superei, eu devo a ele. E essas brincadeiras que temos um com outro só fortalecem a nossa amizade. Logo ele vai crescer e vai ter as melhores lembranças de mim, se lembrando que eu dei uma infância de criança feliz para ele.— Mas não é assim que se cria uma criança. Quer que ele seja um abobalhado quando crescer? — ela balança a cabeça negando e tira minha mão do seu braço.— Um dia você vai entender, só olha como se faz, e logo ele nem vai precisar que eu venha junto. — ela vira as costas e vai atrás dele. Sério que eu vou ter que brincar com ele assim, como se fosse uma criança também?Balanço a minha cabeça em negação. Talvez, se fosse há cinco anos atrás, onde
Viviane,Entendo o lado dele. Eu mesma, depois de ter sido abandonada por ele, não me abri com ninguém. Mesmo depois que me casei com ele, fiquei tempos sem falar dos meus sentimentos. Sorrio para ele sem graça e tento me levantar do seu colo, mas ele me segura.— Eu quero de novo. — ele fala, me puxando para o beijo, e nos envolvemos mais uma vez, rodando a cozinha toda.Depois de não sei quantas gozadas, minhas pernas não me obedecem, e ele é obrigado a me levar em seu colo. Mas sinto que ele também não está aguentando muito, já que está cambaleando a cada dois degraus que sobe.— Me coloca no chão, você também não está bem das pernas. — rindo, ele me coloca no chão e começa a puxar o ar.— Gozar depois de cinco anos tem desafios. — olho para ele sem entender.— Cinco anos? E os seus casos de uma noite que disse que tinha pego. "Fodi com a cidade inteira", foi o que você me disse.— Eu menti porque estava com raiva de você. Eu fiquei tão ignorante com quem se aproximava de mim que a
Viviane,Percebo agora que causei tanto dano a ele com a minha partida, quanto ele me causou quando ele foi embora. Mas, diferente de mim, ele descontou sua depressão no trabalho. Nunca imaginaria Peter Mourett ficando cinco anos sem transar com ninguém.Pego o meu celular e procuro pelo número do Luigi entre os contatos e, assim que vejo o número dele, aperto o botão de ligar.– Oi, mona.– Não vou voltar mais para Florença. – falo rápido, e ele manda eu repetir. Me dói largar tudo assim, mas tenho que seguir o meu coração, e ele está mandando eu ficar aqui com o Peter.– Mona, não faça isso, eu preciso de você aqui e você sabe disso. Onde vou arrumar uma sócia que trabalha como funcionária?– Só me quer aí pelo trabalho, Lulu?– Claro, você não faz o meu tipo. Se você fosse um homem bombado, aí as coisas mudariam de figura. – sorrio, pois sei que ele está triste por eu não voltar, só está usando a armadura e ferradura de sempre. – Tudo bem, vou ver sua parte aqui na empresa e te faç
Peter,Ela fica pensando se pega ou não pega. Lucca vai até ela e manda ela pegar, ela sorri para ele e olha para mim. Ela estende a mão, pega e se senta no chão. Lucca e eu nos sentamos próximo a ela. Ela então começa a mexer nas cordas, ajustando o violão. Até que dá a primeira nota e começa a tocar.— Quero ouvir a sua voz. — Ela sorri envergonhada, concorda com a cabeça e começa a tocar novamente do começo, a música "You’re Still The One" de Shania Twain.Abraço o Lucca e o coloco em minha perna. Ela vai tocando e nós batendo palmas. Ela canta sorrindo, rodando envergonhada, o que a deixa mais linda. Droga, eu disse que nunca a perdoaria pelo que ela me fez passar, e olha só, estou novamente apaixonado por ela.Deixo o Lucca no chão, me levanto e começo a fazer as coisas. A noite chega, e já terminei de montar as barracas e acender a fogueira, agora sim, é um acampamento de verdade. Ela para de tocar, e colocamos as carnes para assar no palitinho. Lucca fica tão alegre que agora e
Viviane,Chego em Florença, e passo primeiro na minha casa, junto todas as minhas coisas, e as coisas do Lucca, e vou colocando em malas e caixas. Ele tem um apego por alguns brinquedos, e esses vou levar todos. O que não cabe no porta malas, vou colocando nos bancos, tento da frente, quanto os do meu lado.Após trancar a porta, dirijo-me à imobiliária para colocar a casa à venda, um passo necessário para seguir em frente. Em seguida, encaminho-me para a agência do Luigi. Ao chegar, sou recebida por ele, que me puxa rapidamente para sua sala, sua expressão já denunciando a emoção que o invade diante da minha partida.— Você não pode me deixar, criamos um vínculo aqui, você criou uma vida, seu filho me ama, não faça isso, Vivi, não pode me abandonar agora que estamos crescendo na vida.— Eu tenho a oportunidade de ser feliz com o homem que eu amo, o pai do meu filho, não posso deixar passar, Lulu. Ele é tudo que eu sempre quis, suportou todo meu drama, me ajudou na depressão e... Ele e
Peter, Não gosto dessa história de ela vir dirigindo, as estradas são muito perigosas, ainda mais para uma mulher sozinha. Quando ela me liga, fico um pouco aliviado, mas quando ela desliga, minha preocupação aumenta. Queria ligar novamente, mas sei que isso só vai tirar a atenção dela da via, e as chances de um acidente são muito altas. Tomara que ela pare para descansar, já está de noite. Mas, tudo que eu queria era que ela me ligasse para falar que já está em uma cama de qualquer hotel de beira de estrada, mas ela não liga. Minha mãe deu janta, banho no Lucca e o colocou para dormir. Estou sentado no meu escritório com o telefone em cima da mesa, olhando para ele, praticamente sem piscar, esperando a sua ligação. Até que ele começa a vibrar antes de tocar, não conheço o número, o que faz meu coração acelerar. Pego com as mãos trêmulas, já imaginando que algo tenha acontecido com a Viviane. — Alô. — minha voz sai Téo trêmula quanto o meu corpo. — Boa noite, aconteceu um a