Capítulo 74 – Algum tempo depois.

Um ano se passou, e a dor que eu carregava pela perda de Afonso começou a desaparecer lentamente, uma peça de cada vez. Aquelas cicatrizes ainda estavam lá, mas, aos poucos, o peso delas se tornava mais leve. O tempo, como sempre, tinha um jeito peculiar de curar, embora eu soubesse que não esqueceria nunca. O luto havia sido longo e tumultuado, mas a vida seguia seu curso, implacável e cheia de novas possibilidades.

A morte de Gerônimo, com sua surpresa amarga, foi o que realmente fez as coisas se encaixarem, ou melhor, começarem a fazer algum sentido. Desde aquele momento, as peças que antes pareciam perdidas começaram a se alinhar. Eu já sabia que, no fundo, havia algo estranho naquela história, algo que nunca foi explicado de maneira convincente. A dúvida sobre Afonso, ser Geovani e Cloé ser Luana, ainda me rondava, mas eu também sabia que não podia viver com essas questões me consumindo para sempre.

A ideia de que Afonso poderia ter sido cúmplice de Cloé naquele acidente, que ela
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