Ela não sabia o que fazer. Com um movimento rápido, apagou a mensagem, mas a sensação de vazio permaneceu. O que isso significava? Ela não queria acreditar que Afonso, ou quem quer que fosse, tivesse ainda algum tipo de poder sobre ela. Não depois de tudo o que ela havia superado. Não depois do novo começo que estava construindo, da paz que sentia em sua casa com Matteo e Laura. Ela não queria mais ser arrastada para aquele turbilhão, para as mentiras e os segredos de um passado que já deveria ter ficado para trás.Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela cedia. Ela sentiu o peso daquela mensagem, como se ela carregasse um significado muito mais profundo, algo que tocava uma ferida que ainda não havia cicatrizado completamente. A ideia de Afonso ainda a assombrava, não porque ele fosse a pessoa certa, mas porque ele ainda representava algo em sua vida: uma história interrompida, uma versão do futuro que nunca existiu.Ela sentou-se no sofá, com a mente ainda a mil. O telefone estava em s
A voz não disse nada de claro, apenas respirava, e a ligação foi interrompida abruptamente.Melissa ficou em silêncio, o telefone caído em seu colo. O que estava acontecendo? O que aquilo significava?Ela sabia que precisava seguir em frente, que não podia deixar o passado definir seu futuro, mas as respostas ainda não estavam claras. As chamadas continuariam? Ela seria capaz de deixar Afonso completamente para trás?À medida que os dias passavam, Melissa sabia que essa tensão não seria algo que ela poderia ignorar para sempre. Mas, com ou sem respostas, ela estava determinada a encontrar paz. Ela tinha que seguir em frente – por ela, e pelos filhos. Ela só não sabia se conseguiria fazê-lo enquanto o passado insistisse em se infiltrar em seu presente. Foi então que ela decidiu contar a verdade para Mike.O ambiente da casa estava tranquilo, com a luz suave das velas refletindo nas paredes, criando uma atmosfera acolhedora. Melissa havia escolhido um jantar simples, mas elegante, uma r
O dia estava radiante, como se o céu quisesse garantir que tudo seria perfeito. Eu estava em um lugar que parecia familiar, mas ao mesmo tempo completamente estranho. O ar estava carregado de uma sensação de expectativa, algo vibrante e inusitado, como se o universo estivesse me empurrando para algo imenso e irreversível.O casamento estava em plena preparação, as pessoas corriam de um lado para o outro, ajustando detalhes, decorando o ambiente, mas eu sentia uma ansiedade que nunca experimentei antes. Meu coração batia mais rápido, como se estivesse se preparando para algo grandioso, algo que eu não conseguia entender.Mas então, no meio de toda aquela movimentação, percebi. Era o meu casamento. Eu estava prestes a me casar. Uma sensação de confusão tomou conta de mim, porque eu não sabia quem era minha noiva. A princípio, tentei me lembrar do rosto, da pessoa que estaria ali ao meu lado, mas não conseguia. Isso me deixava nervoso, agoniado, como se houvesse algo faltando. Não conseg
Tentei me lembrar do rosto da mulher que apareceu no sonho, mas cada vez que eu tentava focar nela, a memória me escapava. Eu sabia que a amava. Eu sentia isso profundamente. Como poderia amar alguém sem nem sequer conhecê-la? Sem nunca ter visto seu rosto? Sem sequer saber o seu nome?E o homem. O desconhecido que me chamava de Afonso. Afonso... Eu me perguntei, de novo, por que ele me chamava assim. Por que meu nome não era mais Giovani no sonho? O que isso significava? Eu estava começando a duvidar se aquilo realmente havia sido só um sonho. Não podia ser, não podia. Havia uma sensação de urgência que ainda me consumia, algo não resolvido.Eu me levantei, andei pela casa como um espectador perdido, meu corpo em movimento, mas minha mente ainda lá, naquele altar, naquele jardim cheio de flores, esperando por uma mulher que nunca pude ver. Eu precisava entender. Eu precisava saber o que aquilo tudo significava.A sensação de perda não me deixava. Era como um peso, como se eu tivesse
Cloé saiu da sala como um furacão. Seus passos apressados ecoaram pelos corredores enquanto ela subia as escadas correndo, sem olhar para trás. Giovani — ou melhor, Afonso — ficou parado, ainda digerindo as palavras confusas e o mistério que parecia envolver sua identidade. Ele estava mais perdido do que nunca, e a tensão no ar era palpável.Quando a porta do quarto de Cloé se fechou com um estrondo, Giovani ouviu o som de móveis sendo empurrados e objetos quebrando. Aquele barulho de destruição era como um grito mudo de raiva e desespero. Ele tentou se aproximar da porta, mas hesitou. Algo estava acontecendo ali, e ele não sabia o que fazer com a bagunça emocional que Cloé estava criando.Do outro lado da porta, Cloé estava em um estado completo de descontrole. Ela respirava pesadamente, sua mente em um turbilhão de pensamentos e sentimentos contraditórios. A raiva estava consumindo-a por dentro, e ela sabia que não poderia permitir que Melissa fosse feliz. Melissa, aquela mulher que
Cloé estava quase lá. O momento decisivo havia chegado. Ela olhou para a taça de vinho nas mãos, o pó dissolvido com perfeição, pronta para ser entregue a Afonso, seu único objetivo. A mente dela estava acelerada, mas ela tentava manter a calma, esperando que ele não percebesse nada de errado. A peça final estava prestes a ser colocada no lugar.Ela se aproximou da mesa, com a taça de vinho em direção a Afonso, e foi quando, de repente, tudo se desfez. Ele apareceu diante dela, de surpresa, como se tivesse saído do nada. Cloé se assustou tanto que a taça escorregou de suas mãos, caindo com um estrondo no chão.O líquido se espalhou pela superfície de madeira, manchando tudo ao redor, e Cloé congelou. O susto a fez perder o controle por um instante, e ela ficou parada ali, sem saber o que fazer, enquanto os cacos de vidro refletiam a luz das velas que ainda estavam acesas.Afonso a olhou, confuso, sem entender o que estava acontecendo. Ele não tinha percebido o que ela estava tentando
Afonso estava em um jardim repleto de flores, o aroma doce e fresco invadindo seus sentidos. As cores vivas das flores se misturavam com o verde das folhas, criando uma paisagem que parecia saída de um conto de fadas. Ele caminhava lentamente, com uma sensação de paz que não conseguia compreender, mas que, ao mesmo tempo, parecia familiar. O jardim parecia um lugar que ele já conhecia, embora não soubesse de onde.De repente, uma voz familiar o chamou. Seu nome, como um sussurro suave que parecia tocar sua alma:— Afonso... o que você faz aí sozinho, meu bem?Ele se virou, um pouco surpreso, e viu uma figura que o envolveu por trás, uma mão delicada envolvendo sua cintura, uma sensação de calor e conforto que o fez relaxar. O cheiro daquela pessoa era inconfundível, era o mesmo aroma que ele sentia quando estava em paz, como se fosse algo profundamente enraizado em seu coração. Ela. Quem é ela?Ele apertou a mão que o envolvia, sem pensar, como se fosse natural, como se aquele gesto d
Afonso acordou cedo, sua mente ainda turbada pelas lembranças fragmentadas e pelo sonho confuso. Ele não conseguia mais ignorar a sensação de que algo estava faltando, algo crucial que precisava ser revelado. Determinado, ele se levantou da cama e se vestiu rapidamente, com a ideia de que o dia seria decisivo. Não podia mais viver com tantas dúvidas.Ele decidiu começar sua busca por respostas indo até o quarto de Matteo. O pequeno estava dormindo tranquilamente, com os traços serenos de uma criança que não sabia da complexidade que envolvia os adultos ao seu redor. Afonso olhou para ele com carinho. Matteo, pensou, meu filho.O garoto estava ali, com seus cabelos bagunçados e o rosto calmo, a respiração regular. Afonso não tinha dúvidas de que o amava, assim como Matteo também o amava. Havia uma conexão genuína entre os dois, algo forte e incondicional, mas ainda havia um vazio. Algo em Afonso o incomodava profundamente. Eu sou pai dele. Mas por que não me lembro de tudo? Por que meu