Tomasi segurou Melissa com cuidado nos braços, agora mais leve, pois o antídoto parecia estar começando a fazer efeito. A respiração dela estava mais estável, mas ele sabia que ela ainda estava frágil e que precisaria de cuidados médicos urgentes. Com um olhar rápido ao redor, ele sabia que o tempo estava se esgotando. Cloé ainda estava em movimento, e Afonso ainda estava sob sua manipulação. Ele não tinha muito tempo, mas Melissa era sua prioridade agora.Ele caminhou rapidamente para fora do galpão, seu coração acelerado não só pela tensão da situação, mas também pela urgência em garantir que Melissa fosse levada para segurança. Quando viu o carro de Mike estacionado, Tomasi acelerou o passo, fazendo o máximo para ser discreto. Mike estava pronto, aguardando com o motor ligado, a expressão grave no rosto. Ele sabia o que estava acontecendo, e o olhar preocupado que lançou a Tomasi indicava que ele estava ciente de que a situação ainda não estava resolvida.Tomasi entrou no carro e,
Cloé estava com a mente tranquila, acreditando que estava no controle da situação. Ela acelerou, dirigindo com confiança, enquanto o som do motor preenchia o silêncio ao seu redor. A estrada à sua frente era deserta, a escuridão da noite tornando tudo ao seu redor ainda mais isolado. Ela sabia exatamente onde estava indo — para o esconderijo seguro que havia preparado, longe de qualquer perigo, onde poderia finalmente manter Afonso seu prisioneiro.Mas, de repente, algo chamou sua atenção. Um carro. Ela percebeu pela retrovisor que estava sendo seguida. Um leve arrepio percorreu sua espinha. Ela não havia notado antes, mas agora parecia claro. Havia alguém atrás dela, a uma distância razoável, mas não o suficiente para ser ignorado.Cloé apertou o pé no acelerador, aumentando a velocidade. O carro que a seguia também acelerou, como se estivesse determinado a continuar a perseguição. Seu coração bateu mais forte, mas ela não se deixaria abalar tão facilmente. Cloé era inteligente, caut
A estrada estava ficando mais apertada, as árvores se fechando cada vez mais, e ela sabia que estava se distanciando da rota que levaria ao seu esconderijo seguro. Mas, para Cloé, nada parecia mais importante do que se livrar de quem quer que a estivesse seguindo.Ela sentiu uma pontada de pânico. Estava ficando encurralada.Aquela estrada, que a princípio parecia ser uma boa ideia para escapar, agora parecia um labirinto. As árvores se fechavam ao redor dela, as curvas traiçoeiras tornavam a direção ainda mais arriscada. Ela sabia que não poderia continuar por ali por muito tempo. O carro de Tomasi estava se aproximando rapidamente, e ela, sem querer, estava indo para um terreno mais incerto.Ela precisava de uma solução. Precisava de uma distração. Algo para desviar a atenção, algo que a permitisse escapar. Mas, para isso, precisava pensar rápido. Ela não poderia mais correr riscos.Cloé levou a mão dentro de sua blusa e sacou uma arma, com o rosto contorcido pela raiva, ergueu a ar
Afonso sentiu uma onda de compreensão invadir sua mente, e foi como se uma chave fosse virada dentro dele. Ele sabia que a única maneira de escapar de Cloé, de virar o jogo a seu favor, era usar a manipulação dela contra ela mesma. Ela queria controle, queria poder sobre ele, mas ele sabia que se conseguisse se render de maneira convincente, ela acreditaria que estava ganhando. E isso, por mais contraditório que fosse, poderia ser a brecha que ele precisava.Ele inspirou fundo e, com um movimento lento e deliberado, abaixou a cabeça. As palavras que sairiam de sua boca precisavam ser calculadas, precisavam fazer Cloé acreditar que ele estava se entregando a ela, que ele finalmente aceitava o papel que ela o queria impor. Ele precisava dar a ela o que ela queria — mas apenas como uma estratégia, uma maneira de manipular a situação a seu favor.Com um sorriso sutil, quase imperceptível, Afonso olhou para Cloé. A tensão no ar ainda estava palpável, mas ele precisava dar um passo atrás pa
Afonso sentiu um alívio imediato quando viu que Cloé estava começando a baixar a guarda, seus olhos cheios de incerteza e emoção. Ele havia conseguido. Ela estava desarmada, vulnerável. A tensão que dominava o carro, o medo de ser descoberto, começava a se dissipar, e ele sentia que finalmente havia conquistado o controle da situação. Ou pelo menos, isso era o que ele queria acreditar.Mas, no instante seguinte, algo aconteceu que cortou esse alívio como uma faca afiada.Cloé, com a expressão ainda tensa, olhou para o espelho retrovisor. Seus olhos se estreitaram, e a expressão em seu rosto se transformou, como se algo dentro dela tivesse mudado. Ela viu o carro de Tomasi. O mesmo carro que a seguia, ainda à distância, mas claramente em movimento, confirmando que ele não havia parado, como ela pensava.A mudança foi instantânea. A raiva tomou conta dela de maneira avassaladora, visível nas veias que pulsavam no pescoço e nas mãos que se cerraram em punhos. Seus olhos, antes marejados
Ele estava vivo! Tomasi o abraçou rapidamente, aliviado, mas sem perder tempo.Afonso acordou com um sobressalto, o coração disparado e a respiração difícil. Ele sentia o peso do corpo cansado, mas não conseguia entender direito onde estava. Seu corpo estava gelado, molhado da cabeça aos pés, e o ambiente ao seu redor parecia confuso. O som do vento e da água ao longe misturava-se com o som abafado de sua própria respiração.Quando ele abriu os olhos, o primeiro rosto que viu foi o de Tomasi, que estava ao seu lado, com expressão grave e exausta. Afonso tentou se levantar, mas sentiu a cabeça girar e imediatamente se apoiou em Tomasi.— Onde... onde está a Cloé? — A voz de Afonso saiu rouca, ainda falha e cheia de pânico.Tomasi balançou a cabeça lentamente, sinalizando que não havia boas notícias.— Afonso... — Tomasi disse, com a voz tensa e firme. — Ela ficou dentro do carro. Eu... eu a deixei para salvar você primeiro. Eu não tinha tempo para pegar os dois.Afonso sentiu uma sensa
O corpo de Cloé foi finalmente retirado do carro, agora completamente submerso, os bombeiros trabalhando com rapidez e precisão. Quando a água foi drenada do veículo e eles conseguiram retirá-la para a margem, a cena era ainda mais cruel do que qualquer um poderia imaginar. O corpo de Cloé estava imóvel, seus cabelos encharcados colados ao rosto pálido, e seus olhos, vazios e sem vida, pareciam refletir toda a dor de uma existência que ela escolheu viver até o fim.Ela estava presa ao cinto de segurança, como se tivesse se rendido completamente à morte, sem fazer esforço para tentar escapar, como se tivesse aceitado seu destino de uma maneira fatalista. Aquele gesto, ou a falta dele, era o reflexo do que ela havia se tornado — uma mulher consumida pela obsessão, pela raiva e pela vingança. Tudo o que ela queria era controlar, manipular, até que o controle finalmente se perdeu e ela se viu sozinha, em um fim irreversível.Os bombeiros começaram a cortar o cinto com a mesma precisão que
Ele pegou o celular e fez uma ligação para o número da família de Cloé, preparando-se para enfrentar o inevitável. Não era uma ligação fácil. Ele sabia que, do outro lado, a dor viria em ondas, que seriam sentidas com intensidade e desespero. A notícia sobre a morte de Cloé provavelmente viria como um choque, uma realidade cruel demais para ser processada.Quando a ligação foi atendida, o som da voz do pai de Cloé do outro lado da linha era carregado de expectativa.— Alô, quem fala? — perguntou o homem, com a voz baixa e cautelosa.Tomasi respirou fundo antes de falar.— Sr. Alberto, aqui é o Tomasi. Eu estou no local do acidente. Tenho notícias sobre a sua filha... — Ele sentiu o nó na garganta. Falar aquelas palavras nunca seria fácil.Do outro lado da linha, houve um silêncio pesado. O pai de Cloé provavelmente estava esperando por algum tipo de atualização. Mas a gravidade da voz de Tomasi deixou claro que a situação não era boa.— O que aconteceu com ela? — A voz do pai de Cloé